Ramiro Paiva dos Santos, Soldado de
Infantaria: Cruz de Guerra de 1.ª classe
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
Com a devida
vénia:
Blogue do BCac1891
5.º Volume, Tomo
V,
da CECA / EME
7.º Volume, Tomo III, Livro 1,
da CECA / EME |
Ramiro Paiva dos Santos
Soldado de Infantaria, n.º
08212365
Companhia de Caçadores 1560
«LEOPARDOS»
Batalhão de Caçadores 1891 «LEAIS E
VALOROSOS»
Moçambique: 21Mai1966 a 13Ago1968
Cruz de Guerra, de
1.ª classe
Ramiro Paiva dos Santos, Soldado
de Infantaria, n.º 08212365, natural da freguesia de
Medas, concelho Gondomar.
Mobilizado pelo Regimento de Infantaria
16 (RI16 - Évora) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique integrado na Companhia de
Caçadores 1560 «LEOPARDOS»
(nota) do
Batalhão de Caçadores 1891 «LEAIS E VALOROSOS», no
período de 21 de Maio de 1966 a 13 de Agosto de 1968.
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10 de Junho de 1969:
Recepção na Câmara Municipal do Porto
aos Heróis na Guerra do Ultramar
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(nota)
- Comandante da
Companhia de Caçadores 1560:
Capitão Mil.º de Infantaria
António Augusto da Costa Campinas.
A Companhia de Caçadores 1560 (CCaç1560), desembarcou em
Nacala [21 de Maio de 1966].
Foi colocada em Gilé, onde substituiu uma secção da
Companhia de Caçadores 689 (CCaç689).
De Maio de 1966 a Janeiro de 1967, a actividade
operacional, consistiu principalmente em patrulhamentos
e acção educativa e medicamentosa junto da população.
Em Janeiro de 196767, foi transferida, por troca com a
Companhia de Cavalaria 1505 do Batalhão de Cavalaria
1879 (CCav1505/BCav1879), de Gilé para Maniamba.
Destacou 1 pelotão para Bandece.
De
Janeiro de 1967 a Fevereiro de 1968, efectuou entre
outras, as operações: "Alcides" (vale do rio Messinge),
"Segunda Vez" (região da "Base Liconhire"), "Lisboa"
(serra Macuti), "Marretada II" (região da "Base
Maniamba), "Sobe-Sobe" (serra Juzagombe), "Alferes Ambar"
(região da "Base Liconchire") e "Crepúsculo" (entre os
rios Messinge, Nossi e Luavize). Tomou parte nas
operações "Marretada", "Caravana I" e "Caravana II".
Em Fevereiro de 1968, foi rendida em Maniamba, pela
Companhia de Artilharia 2326 do Batalhão de Artilharia
2838 (CArt2326/BArt2838), regressando a Gilé, onde
rendeu a Companhia de Cavalaria 1505 do Batalhão de
Cavalaria 1879 (CCav1505/BCav1879).
Foi rendida em Gilé (Agosto de 1968), pela Companhia de
Caçadores 1794 do Batalhão de Caçadores 1934 (CCaç1794/BCaç
1934).
Cruzes de Guerra de 1.ª classe
Soldado
de Infantaria, n.º 08212365
RAMIRO PAIVA DOS SANTOS
CCac 1560/BCac 1891 - RI 16
MOÇAMBIQUE
1.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na
OE n.º 23 — 3.ª série, de 1968.
Por Portaria de 30 de Julho de 1968:
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de
Guerra de 1.ª classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º
do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, por serviços prestados em acções de combate na
Província de Moçambique:
O Soldado n.º 08212365, Ramiro Paiva dos
Santos, da Companhia de Caçadores n.º 1560/Batalhão de
Caçadores n.º 1891 — Regimento de Infantaria n.º 16.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Por Portaria da mesma data, publicada naquela OE):
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, louvar o Soldado n.º
08212365, Ramiro Paiva dos Santos, da Companhia de
Caçadores n.º 1560/Batalhão de Caçadores n.º 1891 —
Regimento de Infantaria n.º 16, pela sua brilhante e
invulgar acção em todas as inúmeras acções de combate em
que já tomou parte.
Apontador de lança-granadas foguete, de tal maneira se
tem notabilizado — graças ao seu arrojo, sangue-frio,
espírito de sacrifício, coragem, total desprezo pelo
perigo e precisão dos seus disparos — que tem tido papel
relevante no bom êxito de muitas operações levadas a
cabo pelo seu Grupo de Combate e pela própria Companhia
de Caçadores n.º 1560, facto justamente reconhecido por
todos os seus camaradas e superiores.
Numa operação, já perto de uma base inimiga, ao tomar
posição para fazer o disparo, foi localizado por uma
sentinela, no seu flanco esquerdo e a poucos metros, que
o alvejou com vários tiros. Sem sequer virar a cabeça,
disparou primeiro o seu lança-granadas foguete sobre a
base, permitindo assim a carga das nossas tropas, e
depois carregou, sozinho, sobre a dita sentinela, que
fugiu, abandonando a arma, que ele próprio capturou.
Na operação "Segunda Vez", debaixo de intenso fogo
inimigo, conseguiu capturar pessoalmente duas pistolas
metralhadoras, depois de haver ferido, com um dos seus
disparos, os elementos inimigos que as empunhavam.
Na operação "Careca", em que o seu Grupo de Combate foi
violentamente emboscado por um grupo inimigo, a cerca de
dez metros, pondo-se de joelhos num terreno praticamente
descoberto, debaixo de intenso fogo adverso e com total
desprezo pela vida, conseguiu com os seus disparos,
reduzir consideravelmente o fogo adverso, tendo saído
ligeiramente ferido.
Na operação "Quatro Camaradas", e sem que para tal
tivesse sido designado, tomou parte, voluntariamente, na
primeira linha que assaltou as posições inimigas debaixo
de fogo violento.
Finalmente, na operação "Alferes Âmbar", destacou-se,
mais uma vez, pelo sangue-frio e coragem demonstrados na
captura do chefe da base Liconhir, o qual se encontrava
armado e disparou sobre o Soldado Paiva, o que não
obstou a que ele corresse sobre o dito chefe e o
obrigasse a largar a arma, capturando-o em seguida.
Disciplinado e possuidor, em elevado grau, de espírito
de iniciativa e argúcia e faculdades de orientação, a
par de um grande aprumo e correcção, é o Soldado Paiva
bem digno de ser apontado como extraordinário exemplo e
da consideração e estima de todos os componentes da
Companhia de Caçadores n.º 1560, que se sentem muito
honrados por terem consigo tal elemento, que tanto
prestigia a sua Unidade e o Exército Português.