Manuel Ferreira de
Sousa, Soldado Atirador de Infantaria, n.º 1557/62, da CCac403
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA
Elementos
cedidos por um
colaborador do portal UTW
Manuel Ferreira de Sousa
Soldado Atirador de Infantaria, n.º
1557/62
Companhia de Caçadores 403
«SEMPRE EXCELENTES E VALOROSOS»
Moçambique: 17Mar1963 a 24Jun1965
Cruz de Guerra de 3.ª classe
Louvor Individual
Manuel Ferreira de Sousa, Soldado
Atirador de Infantaria, n.º 1557/62;
Mobilizado
pelo Batalhão de Caçadores 10 (BC10 –
Chaves) «SEMPRE EXCELENTES E VALOROSOS»
para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique;
No
dia 27 de Fevereiro de 1963, na Gare
Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, em
Lisboa, embarcou no navio ‘Pátria’,
integrado na Companhia de Caçadores 403
(CCac403) «SEMPRE EXCELENTES E
VALOROSOS», rumo ao porto de Nacala,
onde desembarcou no dia 17 de Março de
1963;
A sua subunidade de infantaria foi
colocada em Nampula, na situação de
reserva do Comando Territorial do Norte,
com sede naquela localidade; em Agosto
de 1964, em Nacala, prestou honras
militares a Sua Excelência o Senhor
Presidente da República Almirante
Américo Deus Rodrigues Thomaz,
aquando da visita presidencial à
Província Ultramarina
de Moçambique; em Novembro de 1964, foi
colocada em Diaca, sob o comando
operacional do Batalhão de Caçadores de
Nampula «AD GLORIAM FAMA VOLAT», que, na
mesma data, fora transferido para
Mocímboa da Praia; por terem ocorrido
recentemente as primeiras acções
violentas do inimigo, contra a
população, nomeadamente em Esposende
(21 de Agosto de 1964) e Nangololo (24
de Agosto de 1964), durante a sua
permanência no Distrito de Cabo Delgado,
a Companhia foi submetida a intensa
actividade operacional, através de
patrulhamentos apeados, nomadizações,
cercos e batidas; regressou a Nampula,
onde foi rendida em Junho de 1965 pela
Companhia de Caçadores 802 (CCac802).
No dia 24 de Junho de 1965, embarcou no
NTT ‘Niassa’ de regresso à Metrópole,
onde desembarcou no dia 15 de Julho de
1965;
Louvado por feitos em combate no teatro
de operações de Moçambique, por despacho
de 10 de Janeiro de 1965, do General
Comandante da Região Militar de
Moçambique, publicado na Ordem de
Serviço n.º 06, de 28 do mesmo mês e
ano, do Quartel General da Região
Militar de Moçambique;
Agraciado com a Medalha da Cruz de
Guerra de 3.ª classe, pela Portaria de
21 de Setembro de 1965, publicada na
Ordem do Exército n.º 29 – 3.ª série, de
1965.
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Cruz de Guerra de 3.ª classe
Soldado de Infantaria, n.º 1557/62
MANUEL FERREIRA DE SOUSA
CCac403 - BC10
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE
Transcrição
da Portaria publicada na Ordem do
Exército n.º 29 – 3.ª série, de 1965.
Por Portaria de 21 de Setembro de 1965:
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, condecorar
com a Cruz de Guerra de 3.ª classe, ao
abrigo dos artigos 9.º e 10.º do
Regulamento da Medalha Militar, de 28 de
Maio de 1946, por serviços prestados em
acções de combate na Província de
Moçambique, o Soldado n.º 1557/62,
Manuel Ferreira de Sousa, da Companhia
de Caçadores n.º 403 - Batalhão de
Caçadores n.º 10.
Transcrição
do louvor que originou a condecoração.
(Por despacho de 10 de Janeiro de 1965,
do General Comandante da Região Militar
de Moçambique, publicado na Ordem de
Serviço n.º 06, de 28 do mesmo mês e
ano, do Quartel General da Região
Militar de Moçambique):
Louvo o Soldado n.º 1557/62, Manuel
Ferreira de Sousa, da Companhia de
Caçadores n.º 403, porque, tendo feito
parte de um Grupo de Combate que
perseguiu um bando inimigo que atacara
um Posto Administrativo próximo e, que
acabou por encontrá-lo no seu
acampamento de refúgio, reagiu com
valentia a um forte ataque do inimigo,
não obstante a violência do fogo, a que
foi sujeito.
Depois do combate permaneceu toda a
noite junto do seu superior, nunca o
abandonando e protegendo-o sempre,
transportando-o às costas durantes
várias horas até lhe arranjar um
esconderijo seguro para seguidamente
procurar, pela extensa floresta, e sob
os maiores perigos, atingir a base da
sua Companhia para procurar socorro e
servir de guia até ao local onde deixara
o seu Comandante.
Não obstante o esforço despendido
durante 38 horas, saiu ainda na
madrugada seguinte para procurar a arma
do camarada morto que inteligentemente
escondeu na mata para não cair nas mãos
do adversário.
Esta praça demonstrou debaixo de fogo
extraordinárias qualidades de coragem,
valentia, decisão e sangue-frio,
comportando-se de forma heroica e deu as
mais admiráveis provas de abnegação e
espírito de sacrifício para salvar a
vida do seu Comandante de Pelotão e
manter íntegra a honra militar.
Materializando o homem simples e obscuro
que nada quere como recompensa,
tornou-se um exemplo para todos os
portugueses e honrou sobremaneira as
tradições gloriosas do Soldado
português.
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A
CCac403, em Agosto de 1964, em
Nacala, prestou honras militares a Sua
Excelência o Senhor Presidente da
República Almirante Américo Deus
Rodrigues Thomaz: