Alferes
Miliciano de Cavalaria
VINÍCIO DE CARVALHO CORREIA PINTO
CCS/BCav1923 — RC3
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada
na OE n.º 3 — 2.ª série, de 1969.
Por Portaria de 03 de Janeiro de
1969:
Condecorado com a Cruz de Guerra de
3.ª classe, ao abrigo dos artigos
9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de
combate na Província de Moçambique,
o Alferes Miliciano de Cavalaria,
Vinício de Carvalho Correia Pinto,
da Companhia de Comando e
Serviços/Batalhão de Cavalaria n.º
1923 — Regimento de Cavalaria n.º 3
(RC3 - Estremoz).
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 86, de 26 de
Outubro de 1968, do QG/RMM):
Louvado o Alferes Miliciano de
Cavalaria, Vinício de Carvalho
Correia Pinto, da CCS/BCav1923 - RC
3, pelas múltiplas e brilhantes
qualidades reveladas no dia 22 de
Abril de 1968, quando, ao comandar
uma coluna de reabastecimento do
Batalhão de Cavalaria n.º 1923, de
Mueda para Mocímboa de Rovuma, esta
foi emboscada pelo inimigo durante
25 minutos.
Este Oficial, que se oferecera como
voluntário para comandar aquela
coluna por razões de camaradagem,
sabendo com exactidão quais os
riscos normais que impendem sobre
esse itinerário, no qual o inimigo
vem actuando com persistência, ora
colocando engenhos explosivos, ora
emboscando, foi, durante a acção, um
elemento de notória importância na
reacção executada pelas nossas
tropas.
O seu desprezo pelo perigo, o seu
sangue-frio, a sua coragem e a
serena energia debaixo de fogo,
ficaram bem patenteadas em todos os
sectores da zona de morte, que o
Alferes Pinto percorreu, como se não
houvesse tiros ou rebentamentos de
granadas do inimigo, orientando e
animando o pessoal sob o seu
comando, que sentiu nele o exemplo
que se impunha.
O comportamento referido, que só foi
do conhecimento geral e do Comando
porque foram os próprios
subordinados que o divulgaram,
fazendo-lhe justiça, pois houve
intenção do Alferes Pinto em calar,
e depois diminuir, o valor da sua
acção, por evidente e já habitual
modéstia, merece ser apontado como
símbolo de virtudes militares e
confere-lhe o direito de ser
considerado no número daqueles que
muito honram o Exército e a Pátria
que servem.
-----------------------------------------------------------------
Jornal do Exército, ed. 112, pág.
59, de Abril de 1969
-----------------------------------------------------------------
(nota)
-
Batalhão
de Cavalaria N.º 1923
Identificação Unidade Mobilizadora:
RC 3 - Estremoz (Regimento de
Cavalaria 3)
Companhia
de Comando e Serviços (CCS)
Comandante:
Capitão SGE (Serviço Geral do
Exército) Filipe Domingos dos Santos
Divisa:
"Na Guerra Conduta Mais Brilhante"
Partida:
Embarque em 3 de Agosto de 1967 no
NTT 'Niassa'; Desembarque em
Mocímboa da Praia, no dia 3 de
Setembro de 1967.
Regresso:
Embarque no dia 12 de Outubro de
1969.
Síntese da
Actividade Operacional
Desembarcou em Mocimboa da Praia,
seguindo para Mocimboa do Rovuma,
onde rendeu [a CCS] do BCac1890
(Batalhão de Caçadores 1890), no
subsector BRV.
As CCav1728, 1729 e 1730, foram
colocadas respectivamente, em
Nangade, Mocimboa do Rovuma e
Negomano, integradas no dispositivo
do batalhão.
O
In (inimigo) desenvolvia a
actividade subversiva violenta,
através de implantação de engenhos
explosivos nos itinerários,
emboscadas, flagelações e ataques a
aquartelamentos, algumas vezes com
tentativa de assalto.
De Setembro de 1967 aMaio de 1968, a
actividade operacional consistia em
abertura de itinerários (detectadas
dezenas de minas APess (anti-pessoal)
e ACar (anti-carro), algumas
accionadas inadvertidamente causaram
baixas às NT), escoltas,
nomadizações, patrulhamentos e
emboscadas, nas regiões de M. do
Rovuma (Mocímboa do Rovuma),
Negomano, Nazombe, Nangade, Chinongo,
Quitope e dos rios Ninga, Ligere,
Matiu, Liparanhanga, Muimbua, Nange,
Buide e margem sul do Rovuma,
designadamente as operações :
"Agostinho", "Águia", "Arrancada",
"Banana", "Bicada", "Bom Dia",
"Busca", "Carapau", "Consolo",
"Corta Mato I, II e III", "Coyote",
"Dragão Verde", "Dragão Negro I e
II", "Esperança", "Flagelo", "Fogo",
"Fornilho", "Jacaré", "Lima",
"Lobito", "Palpite", "Sabre",
"Sapador", "Soldado Remédios",
"Trapézio I e II" e "Trizada".
Efectuou trabalhos de aumento da
pista de aterragem de Mocímboa do
Rovuma, segurança desta e dos
trabalhos de engenharia na sua ZA
(Zona de Acção), persistente acção
psicológica e assistência
médico-medicamentosa à população.
Em Maio de 1968, rendido [a] pelo [a
CCS do] BCav 2848 (Batalhão de
Cavalaria 2848), foi transferido
para Tete, onde rendeu o [a CCS do]
BArt1881 (Batalhão de Artilharia
1881), no subsector M.
As CCav 1728
1729 e 1730, foram colocadas
respectivamente, em Moatize,
Mutarara e Tete, integradas no
dispositivo do batalhão.
Ficaram sob o seu comando [do
BCav1923]: CCaç de Vila Manica
(Companhia de Caçadores de Vila
Manica) em Zobué, (de Outubro a
Dezembro de 1968), CCaç de Tete
(Companhia de Caçadores de Tete) em
Magoé e CCac1553/BCac1889 (Companhia
de Caçadores 1553 do Batalhão de
Caçadores 1889) em Vila Coutinho,
rendida em Junho de 1968 pela
CCac1710/BCac1916 (Companhia de
Caçadores 1710 do Batalhão de
Caçadores 1916); esta, devido a
remodelação do dispositivo em Agosto
de 1968, passou a depender do
BCac2842 (Batalhão de Caçadores
2842) (subsector de Furancungo).
A CCS (Companhia de Comando e
Serviços) recebeu o reforço de 1
pelotão da CCaç de Tete (Companhia
de Caçadores de Tete), destacado em
Casula.
A actividade violenta do In
(inimigo), era reduzida, havendo
indícios de aliciamento das
populações.
De Maio de 1968, até final da
comissão, a actividade operacional,
caracterizou-se pela execução de
escoltas, patrulhamentos, contacto
com as populações, colaboração com
as autoridades administrativas,
assistência médico-sanitária e acção
psicológica.
Foi rendido [a CCS] em Tete (em
Setembro de 1969), pelo [a CCS do]
BCac 2836 (Batalhão de Caçadores
2836).