Silvério
Henrique da Costa Jónatas, Capitão de
Infantaria, Cruz de Guerra de 3.ª classe
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
Silvério Henrique da Costa Jónatas
Capitão de Infantaria
Comandante da
Companhia
de Caçadores 1504
«NÓS OU NINGUÉM»
Batalhão
de Caçadores 1878
«CONDUTA NOBRE E BRAVA»
Moçambique: 06Fev1966
a 27Fev1968
Cruz de Guerra
de 3.ª classe
Louvor
Individual
Silvério
Henrique da Costa Jónatas, Capitão de
Infantaria, natural da freguesia da
Conceição,
concelho de Angra do Heroísmo (Açores):
Alistado na Academia Militar (AM) «DULCE ET
DECORUM EST PRO PATRIA MORI» em 13 Outubro de
1959;
Mobilizado pelo Regimento de Infantaria 16 (RI16 -
Évora) «CONDUTA BRAVA E EM TUDO DISTINTA» para servir
Portugal na Província Ultramarina de Moçambique;
No dia 12 de Janeiro de 1966, na Gare Marítima da
Rocha
do Conde de Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT ‘Vera
Cruz’, integrado na Companhia de Caçadores 1504
(CCac1504) «NÓS OU NINGUÉM» do Batalhão de Caçadores
1878 (BCac1878)
«CONDUTA NOBRE E BRAVA», rumo ao porto
da cidade da Beira, onde desembarcou no dia 6 de
Fevereiro de 1966;
A sua subunidade de infantaria foi colocada em Mabo-Tacuane,
onde rendeu a
Companhia de Cavalaria 570 (CCav 570) «QUEREMOS»; Cedeu
até 15 de Outubro de 1966, um pelotão de reforço à
Companhia de Comando e Serviços (CCS) do batalhão
[BCac1878]; de Fevereiro
de 1966 a Janeiro de 1967,
efectuou patrulhamentos e contacto com a população;
participou nas operações "Ambrósio" e Bate-Bate"; em
Janeiro de 1967, permutando com a Companhia de Cavalaria
1510 (CCav1510) do
Batalhão de Cavalaria 1880 (BCav1880)
«A SORTE PROTEGE OS VALENTES», foi transferida para
Muidumbe; de Janeiro a Novembro de 1967, efectuou
abertura de itinerários, escoltas a colunas logísticas,
patrulhamentos e nomadizações, nomeadamente as
operações: "Atacar Sempre" (região do "Acampamento
Liquenque"), "Surpresa I e Surpresa II" (regiões dos
lagos N'Guri e Namanga), e "Açor" (Muidumbe); tomou
parte nas operações "Castanha", "Martelada",
"Trolha",
"Hiena", "Polvo" e "Leão Desconfiado"; em Novembro de
1967, foi rendida em Muidumbe, pela Companhia de
Caçadores 1804 (CCac1804) do
Batalhão de Caçadores 1937
(BCac1937) «RES NON VERBA», e transferida para
Montepuez, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1480
(CCac1480)
«CONDUTA BRAVA E EM TUDO DISTINTA» do
Batalhão de Caçadores 1873 (BCac1873) «FIRMES
E
VIGILANTES»; destacou um pelotão para a ilha de Ibo; em
Fevereiro de 1968, foi rendida em Montepuez pela
Companhia de Cavalaria 1602 (CCav 1602) «NEM NA MORTE
PARAMOS!».
No dia 27 de Fevereiro de 1968, no porto de Nacala,
embarcou no NTT ‘Vera Cruz’ de regresso à Metrópole,
onde desembarcou no dia 28 de Março de 1968;
Louvado por feitos em combate no teatro de operações da
Província Ultramarina de Moçambique, por despacho de 17
de Março de 1968, publicado na Ordem de Serviço n.º 45,
de 5 de Junho de 1968, do Quartel-General da Região
Militar de Moçambique;
Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 3.ª classe,
pela Portaria de 13 de Agosto de 1969, publicada na Ordem
do Exército n.º 16 – 2.ª série, de 1969, e no Jornal do
Exército n.º 123, de Março de 1970.
Cruz de Guerra 3.ª classe
Capitão
de Infantaria
SILVÉRIO HENRIQUE DA COSTA JÓNATAS
CCac 1504/BCac 1878 —
RI 16
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE
Transcrição da
Portaria publicada na Ordem do Exército n.º 16 — 2.ª série, de 1968.
Por Portaria de 13 de Agosto de 1969:
Condecorado com a
Cruz de Guerra de 3.ª classe, ao abrigo dos artigos 9.º
e 10.º do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio
de 1946, por serviços prestados em acções de combate na
Província de Moçambique, o Capitão de Infantaria,
Silvério Henrique da Costa Jónatas.
Transcrição do
louvor que originou a condecoração.
(Publicado na Ordem de Serviço n.º 45, de 05 de Junho de 1968, do Quartel-General
da Região Militar de Moçambique):
Que, por seu despacho
de 17Mar68, louvou o Capitão de Infantaria, Silvério
Henrique da Costa Jónatas, Comandante da CCac 1504/BCac
1878, porque, durante a sua comissão em Moçambique,
inicialmente na Zambézia, onde teve à sua
responsabilidade a zona mais difícil e sensível de
Tacuane e depois numa zona de terrorismo muito activo no
planalto dos Macondes, revelou sempre elevadas
qualidades de comando, não somente na parte
administrativa, onde deu provas de muita sabedoria e
zelo, mas fundamentalmente no aspecto operacional, onde
se revelou um oficial de muito valor.
De realçar o cuidado, método, bom senso, entusiasmo,
competência e extraordinário espírito de missão com que
planeou as muitas acções em que a sua Companhia actuou e
a maneira dinâmica, sensata, eficiente e muito
interessada como voluntariamente comandou grande parte
dessas acções e as decisões inteligentes, adequadas e
oportunas que sempre tomou quando a força que comandava
entrava em contacto com o inimigo, pondo sempre em
evidência o seu espírito ofensivo e de missão,
procurando por todos os meios obter sempre os melhores
resultados.
Planeou e comandou, pessoalmente, dezenas de operações,
escolhendo sempre para si as que se afiguravam mais
difíceis e perigosas. Actuou sempre com serenidade e
sangue frio, decisão, perfeita calma e coragem em todos
os contactos que teve com o inimigo, mesmo quando numa
acção foi ferido por um estilhaço de uma granada de mão
inimiga, deslocando-se muitas vezes debaixo de fogo para
os locais onde a acção do inimigo era mais forte e mais
necessária a sua presença.
Mercê das suas notáveis qualidades reveladas no comando
conseguiu da sua Companhia elevado espírito agressivo e
nível operacional, e real valor combativo, bem traduzido
nos êxitos obtidos e nas diversas emboscadas feitas
abortar, em que a vantagem era totalmente do inimigo.
Pelas qualidades reveladas no comando da sua Companhia,
pelo entusiasmo e interesse com que vive a sua missão e
pelas aptidões que revelou para a guerra de guerrilhas,
o Capitão Costa Jónatas deve ser considerado como um
Oficial distinto que honra o Exército Português.
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In
Jornal do Exército n.º 123, de Março de 1970:
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