Joaquim
Rafael Ramos dos Santos, Tenente de
Infantaria, Cruz de Guerra de 3.ª classe
HONRA E
GLÓRIA
Joaquim
Rafael Ramos dos Santos
Companhia
de Caçadores 1504 «NÓS OU NINGUÉM»
Batalhão
de Caçadores 1878 «CONDUTA NOBRE E BRAVA»
Moçambique: 06Fev1966 a 27Fev1968
Cruz de Guerra, 3.ª classe
Joaquim
Rafael Ramos dos Santos, Tenente
Infantaria, nasceu no dia 7 de Maio de 1945, na freguesia da
Pias, do concelho de Serpa.
Mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 16 (RI16 - Évora)
para servir Portugal na Província Ultramarina de
Moçambique integrado na Companhia de Caçadores
1504 (nota)
«NÓS OU NINGUÉM» do
Batalhão de Caçadores 1878 «CONDUTA NOBRE E
BRAVA», no período de 6 de Fevereiro de 1966 a
27 de Fevereiro de 1968.
Promovido a
Alferes em 1 de Novembro de 1966 e a Tenente em
1 de Dezembro de 1968.
(nota):
Comandante da Companhia de Caçadores 1504 «NÓS
OU NINGUÉM»: Capitão de Infantaria Silvério
Henrique da Costa Jónatas.
A Companhia de Caçadores (CCaç 1504) desembarcou
na Beira [06 de Fevereiro de 1966]. Foi colocada
em Mabo-Tacuane, onde rendeu a Companhia de
Cavalaria 570 (CCav 570). Cedeu até 15 de
Outubro de 1966, 1 pelotão de reforço à
Companhia de Comando e Serviços (CCS) do
batalhão.
De Fevereiro de 1966 a Janeiro de 1967, efectuou
patrulhamentos e contacto com a
população. Participou nas operações "Ambrósio" e
Bate-Bate".
Em Janeiro de 1967, permutando com a Companhia
de Cavalaria 1510 do Batalhão de Cavalaria 1880
(CCav 1510/BCav 1880), foi transferida para
Muidumbe.
De Janeiro a Novembro de 1967, efectuou abertura
de itinerários, escoltas a colunas logísticas,
patrulhamentos e nomadizações, nomeadamente as
operações: "Atacar Sempre" (região do
"Acampamento Liquenque"), "Surpresa I e Surpresa
II" (regiões dos lagos N'Guri e Namanga), e
"Açor" (Muidumbe). Tomou parte nas operações
"Castanha", "Martelada", "Trolha", "Hiena",
"Polvo" e "Leão Desconfiado".
Em Novembro de 1967, foi rendida em Muidumbe,
pela Companhia de Caçadores 1804 do Batalhão de
Caçadores 1937 (CCaç 1804/BCaç 1937), e
transferida para Montepuez, onde rendeu a
Companhia de Caçadores 1480 do Batalhão de
caçadores 1873 (CCaç 1480/BCaç 1873). Destacou 1
pelotão para a ilha de Ibo.
Foi rendida em Montepuez (Fevereiro de 1968),
pela Companhia de Cavalaria 1602 (CCav 1602).
Cruz de Guerra, 3.ª classe
Tenente de
Infantaria
JOAQUIM RAFAEL RAMOS DOS SANTOS
CCac 1504/BCac
1878 - RI 16
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na OE n.º 7
— 2.ª série, de 1969.
Por Portaria de 12 de Março de 1969:
Condecorado com a Cruz de Guerra de 3.ª classe,
ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento
da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de combate na
Província de Moçambique, o Tenente de
Infantaria, Joaquim Rafael Ramos dos Santos, à
data do louvor com o posto de Alferes, da
Companhia de Caçadores n.º 1504/Batalhão de
Caçadores n.º 1878 - Regimento de Infantaria n.º
16.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Publicado na OS n.º 92, de 18 de Novembro de
1967, do QG/RMM):
Que, por seu
despacho de 240ut67, louvou o Alferes de Inf,
Joaquim Rafael Ramos dos Santos,
da CCac 1504, em diligência na CCac 1632 [BCac1899],
porque, em 30Jun67, cerca das 12H00, sendo
comandante de uma coluna auto que ao regressar
de Mocímboa da Praia e Nambude sofreu uma
emboscada montada por um grupo inimigo
fortemente armado e constituído por um efectivo
superior ao quíntuplo do das NT, se comportou de
modo a merecer rasgado elogio.
A emboscada foi desencadeada sem qualquer tiro
prévio dos que por vezes permitem um quase
instantâneo tomar de precauções; o local da
emboscada oferecia às NT uma protecção quase
nula contra os fogos e apenas alguma
dissimulação; todas as viaturas, excepto a da
cauda, caíram na zona de morte; o fogo inimigo
todo feito de posições situadas a cerca de 10
metros da estrada, durou mais de quinze minutos
e foi sempre intensíssimo; as NT sofreram 17
feridos.
O Alferes Ramos dos Santos, apesar de
ligeiramente ferido, conseguiu manter a coesão
do seu Grupo de Combate, deslocar-se sob o
intenso fogo inimigo aos locais onde a sua
presença lhe pareceu mais necessária, o que
aliado ao óptimo comportamento de todos os seus
subordinados, permitiu uma reacção das NT que
pôs o In em fuga após ter-lhe provocado algumas
baixas.
Com o seu comportamento demonstrou o Alferes
Ramos dos Santos ter exacta noção das suas
responsabilidades de chefe, ter serenidade e
sangue frio para debaixo de intenso fogo
inimigo, possuir domínio de comando, o que lhe
permitiu conduzir os seus homens a uma reacção
que os libertou duma situação verdadeiramente
crítica e que podia ter sido de consequências
totalmente desastrosas para as NT.
Honrou o Alferes Ramos dos Santos as gloriosas
tradições do Exército Português.
Jornal do Exército
TEN.
INF. JOAQUIM RAFAEL RAMOS DOS SANTOS
MEDALHA DA CRUZ DE GUERRA DE 3.ª CLASSE
Foi
condecorado com a Medalha da Cruz de Guerra de
3.ª classe o Tenente de Infantaria, Joaquim
Rafael Ramos dos Santos, natural da freguesia de
Pias, Serpa, «porque, sendo comandante de uma
coluna auto no Norte de Moçambique, sofreu uma
emboscada feita por um grupo inimigo fortemente
armado e constituído por um efectivo superior ao
quíntuplo do das NT, se comportou de modo a
merecer rasgado elogio.
A emboscada
foi desencadeada sem qualquer tiro prévio, dos
que por vezes permitem um quase instantâneo
tomar de precauções; o local da emboscada
oferecia às NT uma protecção quase nula contra
os fogos e apenas alguma dissimulação; todas as
viaturas, excepto a da cauda, caíram na zona de
morte; o fogo inimigo, todo feito de posições
situadas a cerca de 10 metros da estrada, durou
mais de quinze minutos e foi sempre
intensíssimo.
O Tenente
Ramos dos Santos, apesar de ligeiramente ferido,
conseguiu manter a coesão do seu Grupo de
Combate, deslocar-se sob o intenso fogo inimigo
aos locais onde a sua presença lhe pareceu mais
necessária, o que, aliado ao óptimo
comportamento de todos os seus subordinados,
permitiu uma reacção das NT que pôs o IN em fuga
após provocar-lhe algumas baixas.
Com o seu
comportamento, demonstrou o Tenente Ramos dos
Santos ter exacta noção das suas
responsabilidades de chefe, ter serenidade e
sangue-frio para, debaixo de intenso fogo
inimigo, possuir domínio de comando que lhe
permitiu conduzir os seus homens a uma reacção
que os libertou de uma situação verdadeiramente
crítica e que sem aquela podia ter sido de
consequências totalmente desastrosas para as
NT.»
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