André Manuel
Neves Suspiro, 1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro,
n.º 02737166: Cruz de Guerra de 1.ª classe
HONRA E
GLÓRIA |
Fontes:
5.º
Volume, Tomo V, da CECA / EME
7.º
Volume, Tomo III, Livro 1, da CECA / EME
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André Manuel Neves Suspiro
1.º Cabo
Auxiliar de Enfermeiro, n.º
02737166
Companhia
de Caçadores 1504 «NÓS OU NINGUÉM»
Batalhão
de Caçadores 1878 «CONDUTA NOBRE E BRAVA»
Moçambique: 06Fev1966
a 27Fev1968
Cruz de Guerra, 1.ª classe
André Manuel
Neves Suspiro, 1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro,
n.º 02737166.
Mobilizado pelo Regimento de Infantaria 16 (RI16
- Évora) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique como comandante da
Companhia de Caçadores 1504 «NÓS OU
NINGUÉM»
do Batalhão de Caçadores 1878 «CONDUTA NOBRE E
BRAVA», no período de 6 de Fevereiro de 1966 a
27 de Fevereiro de 1968.
(nota):
Comandante da Companhia de Caçadores 1504
«NÓS OU NINGUÉM»: Capitão de Infantaria Silvério
Henrique da Costa Jónatas.
A Companhia de Caçadores (CCaç 1504) desembarcou
na Beira [06 de Fevereiro de 1966]. Foi colocada
em Mabo-Tacuane, onde rendeu a Companhia de
Cavalaria 570 (CCav 570). Cedeu até 15 de
Outubro de 1966, 1 pelotão de reforço à
Companhia de Comando e Serviços (CCS) do
batalhão.
De Fevereiro de 1966 a Janeiro de 1967, efectuou
patrulhamentos e contacto com a população.
Participou nas operações "Ambrósio" e
Bate-Bate".
Em
Janeiro de 1967, permutando com a Companhia de
Cavalaria 1510 do Batalhão de Cavalaria 1880 (CCav
1510/BCav 1880), foi transferida para Muidumbe.
De Janeiro a Novembro de 1967, efectuou abertura
de itinerários, escoltas a colunas logísticas,
patrulhamentos e nomadizações, nomeadamente as
operações: "Atacar Sempre" (região do
"Acampamento Liquenque"), "Surpresa I e Surpresa
II" (regiões dos lagos N'Guri e Namanga), e
"Açor" (Muidumbe). Tomou parte nas operações
"Castanha", "Martelada", "Trolha", "Hiena",
"Polvo" e "Leão Desconfiado".
Em Novembro de 1967, foi rendida em Muidumbe,
pela Companhia de Caçadores 1804 do Batalhão de
Caçadores 1937 (CCaç 1804/BCaç 1937), e
transferida para Montepuez, onde rendeu a
Companhia de Caçadores 1480 do Batalhão de
caçadores 1873 (CCaç 1480/BCaç 1873). Destacou 1
pelotão para a ilha de Ibo.
Foi rendida em Montepuez (Fevereiro de 1968),
pela Companhia de Cavalaria 1602 (CCav 1602).
Cruz de Guerra, 1.ª classe
1.º
Cabo, auxiliar de enfermeiro, n.º 02737166
ANDRÉ MANUEL NEVES SUSPIRO
CCac 1504/BCac 1878 — RI 16
MOÇAMBIQUE
1.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na
OE n.º 27 - 3.ª série, de 1968.
Por Portaria de 27 de Agosto de 1968:
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de
Guerra de 1.ª classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º
do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, por serviços prestados em acções de combate na
Província de Moçambique, o 1.º Cabo, auxiliar de
enfermeiro, n.º 02737166, André Manuel Neves Suspiro, da
Companhia de Caçadores n.º 1504/Batalhão de Caçadores
n.º 1878 — Regimento de Infantaria n.º 16.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Por Portaria da mesma data, publicada naquela OE):
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, louvar o 1.º Cabo, auxiliar
de enfermeiro, n.º 02737166, André Manuel Neves Suspiro,
da Companhia de Caçadores n.º 1504/Batalhão de Caçadores
n.º 1878 — Regimento de Infantaria n.º 16, porque numa
emboscada sofrida no dia 05 de Agosto de 1967, por uma
coluna em que tomava parte, ao ter conhecimento que um
camarada se encontrava ferido, imediatamente se deslocou
para junto dele, debaixo de fogo e com risco da própria
vida, com a maior calma, a fim de lhe prestar os
primeiros socorros, reafirmando assim virtudes militares
que já anteriormente o tinham distinguido em situação
difícil.
Posteriormente, e noutra violenta emboscada sofrida no
mesmo dia, reagiu com a maior eficiência como atirador
até que uma granada que se preparava para lançar lhe
rebentou na mão direita, decepando-lha e causando outros
ferimentos graves pelo corpo. Nestas condições, e com a
ajuda de outro militar, fez a si próprio o curativo,
após o que, ao ser informado da existência de diversos
feridos à frente, se abeirou de todos eles, dando
preciosos conselhos sobre os primeiros socorros a
ministrar, e pedindo desculpa ao Comandante do Grupo de
Combate, que também se encontrava ferido, por não o
poder tratar. Com estoicismo invulgar, conseguiu ele,
que ficou mutilado para toda a vida, e depois de perder
grande quantidade de sangue, dada a extrema gravidade
dos seus ferimentos, moralizar extraordinariamente todos
os feridos e até os incólumes, empolgando todos pela
invulgar coragem física e moral de que deu provas.
Em todas as missões operacionais em que tomou parte,
muitas vezes como voluntário, sempre se comportou com
extraordinário valor, inspirando total confiança a todo
o pessoal pela sua elevada competência na especialidade
e pelo sangue-frio e serenidade com que actuava debaixo
de fogo.
Pela sua destacada conduta e pelas elevadas qualidades
de coragem física e moral, sangue-frio, serena energia
debaixo de fogo, decisão, espírito de sacrifício,
sentido do dever, valentia e abnegação que mais uma vez
evidenciou, é de toda a justiça considerar o 1.º Cabo
André Suspiro um graduado exemplar que muito prestigia o
Exército e a Nação.
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