Miguel de Oliveira
Melo,
Soldado de Artilharia: Cruz de Guerra de
4.ª classe
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo VI, pág. 255, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo III, Livro 1, pág.s
329 a
331, da
RHMCA / CECA / EME
Imagens dos distintivos cedidas por Carlos Coutinho
Elementos extraídos do sítio de «Ponta
Delgada Liga», no facebook
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Miguel de Oliveira
Melo
Soldado de Artilharia, n.º 07564566
Companhia de
Artilharia 2372
Batalhão de Artilharia 2847
«QUEM OUSA VENCE»
Moçambique:
18Mai1968 >
20Mai1970
Cruz de Guerra, de 4.ª
classe
Miguel de Oliveira Melo, Soldado de
Artilharia, n.º 07564566, nascido em 17 de Novembro de
1945.
Mobilizado pelo Regimento de Artilharia Pesada 2 (RAP2 -
Vila Nova de Gaia) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique integrado na
Companhia de
Artilharia 2372 do Batalhão de Artilharia 2847
«QUEM OUSA VENCE», no período de
18 de Maio de 1968 a 20 de Maio de 1970.
Cruz de Guerra, de 4.ª
classe
Soldado
de Artilharia, n.º 07564566
MIGUEL DE OLIVEIRA MELO
CArt2372/BArt2847 - RAP2
MOÇAMBIQUE
4.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na
OE n.º 21 — 3.ª série, de 1970.
Por Portaria de 23 de Junho de 1970.
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de
Guerra de 4.ª classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º
do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, por serviços prestados em acções de combate na
Província de Moçambique, o
Soldado n.º 07564566, Miguel de Oliveira
Melo, da Companhia de Artilharia n.º 2372 do Batalhão de
Artilharia n.º 2847 - Regimento de Artilharia Pesada n.º
2.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Publicado na OS n.º 23, de 21 de Março de 1970, do
QG/RM1V
Que, por seu despacho de 20 de Fevereiro
de 1970, louvou o Soldado n.º 07564566, Miguel de
Oliveira Melo, da Companhia de Artilharia n.º 2372 do
Batalhão de Artilharia n.º 2847 - Regimento de
Artilharia Pesada n.º 2, pela coragem, abnegação e
serena energia reveladas quando, apesar de gravemente
ferido pelo intenso fogo, de numeroso e fortemente
armado grupo inimigo, que atacava o seu destacamento,
continuou no posto de sentinela até final do ataque,
repelindo o inimigo com o fogo ajustado da sua arma,
procedimento que muito o honra como militar, confirma a
gloriosa tradição do Soldado Português e lhe dá jus ao
presente louvor.
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Batalhão
de Artilharia N.º 2847
Identificação:
BArt2847
Unidade Mobilizadora:
Regimento de Artilharia Pesada 2 (RAP 2 -
Vila Nova de Gaia)
Comandante:
Tenente-Coronel de Artilharia José António de
Almeida Castro
2.º Comandante:
Major de Artilharia José Maria Eusébio Alves
Oficial de Informações e
Operações / Adjunto:
Capitão de Artilharia Alexandre Afonso Rebelo
da Silva Aragão
Comandantes
de Companhia:
Companhia de Comando e Serviços
(CCS):
Capitão de Artilharia Abílio Margarido
Gonçalves
Companhia de Artilharia 2372
(CArt2372):
Capitão Mil.º Joaquim José da Cunha
Companhia de Artilharia 2373
(CArt2373):
Capitão de Artilharia Carlos António Duarte
Cachulo e Costa
Companhia de Artilharia 2374
(CArt2374):
Capitão de Artilharia Alberto Marques da
Silva
Teve sob o seu comando:
Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328),
Companhia de Caçadores de Quelimane (CCacQuelimane),
Companhia de Artilharia 2387 (CArt2387) e
Companhia de Cavalaria 2415 (CCav2415).
Divisa:
"Quem Ousa Vence"
Partida:
Embarque, em navio, em 23 de Abril de 1968;
Desembarque em 18 de Maio de 1968.
Regresso:
Embarque, em navio em 20 de Maio de 1970.
Síntese da
Actividade Operacional
Desembarcou em Nacala.
Rendeu em Valadim (distrito do Niassa), o Batalhão de
Caçadores 1918 (BCac1918), no subsector AVL do sector A.
As Companhias de Artilharia 2372, 2373 e 2374, foram
colocadas, respectivamente, em Valadim, Muembe e Nova
Viseu, integradas no dispositivo do batalhão [BArt2847].
Teve sob o seu comando na situação de intervenção:
Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328), em Nova Viseu
(Setembro a Novembro de 1968),
Companhia de Artilharia 2387 (CArt2387), em Chiconono
(Setembro de 1968 a Maio de 1969) e
Companhia de Cavalaria 2415 (CCav2415) em Luatize e
Valadim (Junho a Novembro de 1969).
Num subsector de grande implantação
inimiga, durante a permanência em Valadim (18 meses), o
batalhão [BArt2847] desenvolveu intensa actividade
operacional, através de abertura de itinerários,
escoltas, nomadizações, patrulhamentos, emboscadas e
acções de recuperação de populações, designadamente as
operações:
"Todo o Gás" (entre Valadim e Luatize),
"Rio", "Fera", "Siroco", "Manga" e "Manda Chuva" (Chiconono),
"Beta Um" (E de Valadim) e
Dezenas da série Pantera em toda a ZA (zona de acção),
nomeadamente nas regiões de Nova Viseu, Chiconono,
Valadim, Muembe, N'Coleze, Milepa e dos rios Lucuise,
Mavala, Luatize, Xilunga e Chissangesse.
Em Novembro de 1969 foi rendido em Valadim, pelo
Batalhão de Artilharia 2898 (BArt2898) e transferido
para Mocuba, no distrito da Zambézia onde rendeu o
Batalhão de Caçadores 1937 (BCac1937), no subsector DMO,
do sector D.
As Companhias de Artilharia 2372, 2373 e 2374, foram
colocadas respectivamente, em Mabo-Tacuane, Milange e
Morrumbala, integradas no dispositivo do batalhão
[BArt2847].
Ficou sob o seu comando a Companhia de Caçadores de
Quelimane (CCacQuelimane), em Chire.
A actividade do inimigo, levada a cabo a partir do
território do Malawi, consistia em acções de aliciamento
de populações, de roubo e assaltos na zona fronteiriça.
De Novembro de 1969 até final da comissão, a actividade
operacional caracterizou-se pela execução de escoltas,
reconhecimentos, nomadizações, patrulhamentos, contacto
com as populações, colaboração com as autoridades
administrativas, de assistência médico-sanitária e acção
psicológica.
Foi rendido em Mocuba (Maio de 1970),
pelo Batalhão de Caçadores 2880 (BCac2880).
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Companhia
de Artilharia 2372
A Companhia de Artilharia (CArt2372) desembarcou em
Nacala.
Colocada em Valadim, rendeu a Companhia de Caçadores
1713 do Batalhão de Caçadores 1918 (CCac1713/BCac1918).
Guarneceu a ponte do rio Luatize e Milepa com 1 pelotão.
De Maio de 1968 a Novembro de 1969, esteve empenhada,
quase permanentemente, na protecção aos trabalhos de
reparação dos itinerários Ponte do Rio Luatize - Valadim
- Milepa, pela 2.ª Companhia de Engenharia da Região
Militar de Moçambique (2.ªCEng/RMM9 e Valadim - Cajamoca
- Ponte do Rio Lucuisse, pela Companhia de Engenharia
2349 (CEng2349)
Para o efeito, esteve reforçada com 1
pelotão da Companhia de Comando e Serviços (CCS)
[BArt2847].
Executou entre outras, as operações:
"Procure Um" (vale do rio Luatize) e
"Apanha 3" (vale do rio Lucheringo).
Tomou parte na operação "Todo o Gás".
Em Novembro de 1969, rendida em Valadim pela Companhia
de Artilharia 2623 do Batalhão de Artilharia 2898
(CArt2623/BArt 2898), foi transferida para Mabo-Tacuane,
onde rendeu a Companhia de Caçadores 1797 do Batalhão de
Caçadores 1935 (CCac1797/BCac1935).
Guarneceu, com 1 secção a represa da "Companhia de Chá
Nadal" e com 1 pelotão Muabanama.
Foi rendida em Mabo-Tacuane (Maio de 1970), pela
Companhia de Caçadores 2472 do Batalhão de Caçadores 286
(CCac2472/BCac2863).
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Companhia de
Artilharia 2373
A Companhia de Artilharia 2373 (CArt2373) desembarcou em
Nacala.
Rendeu em Muembe, a Companhia de Caçadores 1714 do
Batalhão de Caçadores 1918 (CCac1714/BCac1918).
Guarneceu com 1 pelotão o destacamento de Vila Nova de
Montalegre.
De Maio de 1968 a Novembro de 1969, executou, entre
outras, as operações:
"Checas Bravos" (vale do rio Namassacata),
"Pantera Teimosa" e "Máquina Infernal" (região de
Matende),
"Tentativa" (monte Gatala),
"Panteras Esperançosas" (vale do rio Nohi),
"Pantera Procura" (região de Nova Viseu) e
"Bate o Pé" (vale do rio Nacaumba).
Em Novembro de 1969, foi rendida em Muembe, pela
Companhia de Artilharia 2630 do Batalhão de Artilharia
2898 (CArt2630/BArt2898) e transferida para Milange,
onde rendeu a Companhia de Caçadores 1796 do Batalhão de
Caçadores 1935 (CCac1796/BCac1935).
Foi rendida em Milange (Maio de 1970), pela Companhia de
Caçadores 2468 do Batalhão de Caçadores 2862
(CCac2468/BCac2862).
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Companhia de
Artilharia 2374
A Companhia de Artilharia 2374
(CArt2374) desembarcou em Nacala e foi colocada em Nova
Viseu, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1715 do
Batalhão de Caçadores 1918 (CCac1715/BCac1918).
De Maio de 1968 a Novembro de 1969, esteve empenhada,
quase permanentemente, na protecção aos trabalhos de
reparação dos itinerário ponte do rio Luango - Nova
Viseu - ponte do rio Luatize, pela 2.ª Companhia de
Engenharia do Agrupamento de Engenharia da Região
Militar de Moçambique 2.ªCEng/AgrEng/RMM).
Executou, entre outras, as operações:
"Nova Arrancada" (vale do rio Luatize),
"Vamos Todos" (vale do rio Locheze),
"Panteras Raivosas" (região de Tchampola) e
"Acção" (vale do rio Lucuisse).
Tomou parte na operação "Todo o Gás".
Em Novembro de 1969, foi rendida em Nova Viseu, pela
Companhia de Artilharia 2631 do Batalhão de Artilharia
2898 (CArt2631/BArt2898) e transferida para Morrumbala,
onde rendeu a Companhia de Caçadores 1798 do Batalhão de
Caçadores 1935 (CCac1798/BCac1935.
Guarneceu, com 1 pelotão os destacamentos
de Derre e Mopeia.
Foi rendida em Morrumbala (Maio de 1970), pela Companhia
de Caçadores 2467 do Batalhão de Caçadores 2862
(CCac2467/BCac2862).
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A actividade operacional das Companhias
de Artilharia 2372, 2373 e 2374, colocadas
respectivamente, em Mabo-Tacuane, Milange e Morrumbala
(Zambézia), a partir de final de Novembro de 1969,
consistia em patrulhamentos e contacto com a população
em acção educativa e medicamentosa.
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Dos resultados obtidos, decorrentes da
actividade operacional do batalhão [BArt2847],
salienta-se, entre o diverso material capturado; 2
pistola-metralhadoras, 2 pistolas, 30 espingardas, 15
granadas de mão, 2 granadas de morteiro, 7 granadas de
lança granadas-foguete, 1 granada de canhão anti-carro,
grande quantidade de munições de armas ligeiras e
variada documentação.