HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo V,
pág. 336, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo III,
Livro 1, pág.s 159 a
162,
da RHMCA / CECA / EME
Jornal do Exército,
ed. 111, pág. 58, de
Mar1969
Imagens dos
distintivos cedidas pelo
veterano Carlos Coutinho
Elementos cedidos por
um colaborador do portal
UTW
|
Manuel dos Santos
Costa
1.º Cabo de
Infantaria, n.º 08119267
Companhia de Caçadores 1804
Batalhão de
Caçadores 1937
«RES NON VERBA»
«EXCELENTE E
VALOROSO»
Moçambique:
31Out1967 a 01Dez1969
Cruz de Guerra, de 4.ª classe
Prémio Governador-Geral de
Moçambique
Manuel dos Santos
Costa, 1.º Cabo de
Infantaria, n.º 08119267.
Mobilizado pelo
Regimento de Infantaria 2 (RI2 -
Abrantes) para servir Portugal na
Província Ultramarina de Moçambique
integrado na
Companhia de Caçadores 1804
do Batalhão de Caçadores 1937 « Pelotão de Morteiros
2005, «RES NON VERBA» - «EXCELENTE E
VALOROSO», no período de 31 de
Outubro de 1967 a 1 de Dezembro de
1969
Cruz de Guerra de 4.ª classe
1.º
Cabo de Infantaria, n.º 08119267
MANUEL DOS SANTOS COSTA
CCac1804/BCac1937 -
RI2
MOÇAMBIQUE
4.ª CLASSE
Transcrição do
Despacho publicado na OE n.º 36 -
3.ª série, de 1968.
Agraciado com a Cruz
de Guerra de 4.ª Classe, nos termos
do art.º 12.º do Regulamento da
Medalha Militar, promulgado pelo
Decreto n.º 35 667, de 28 de Maio de
1946, por despacho do
Comandante-Chefe das Forças Armadas
de Moçambique, de 21 de Novembro de
1968:
O 1.º Cabo n.º 08119267, Manuel dos
Santos Costa, da Companhia de
Caçadores n.º 1804 do Batalhão de
Caçadores n.º 1937 - Regimento de
Infantaria n.º 2.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 73, de 11 de
Setembro de 1968, do Quartel General
da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):
Louvado o 1.º Cabo n.º 08119267,
Manuel dos Santos Costa, da
Companhia de Caçadores n.º 1804 do
Batalhão de Caçadores n.º 1937,
porque no dia 7 de Fevereiro de
1967, quando fazia parte da escolta
a uma coluna auto de reabastecimento
e seguia na primeira viatura que
tinha uma metralhadora montada e de
que era apontador, o inimigo
desencadeou uma violenta emboscada,
tendo ficado em plena zona de morte.
O inimigo procurou neutralizar, com
granadas de mão que tentou lançar
para dentro da caixa e com tiros e
rajadas ajustadas, a guarnição da
metralhadora.
O cabo Costa não se aterrorizou nem
se descontrolou e abriu um fogo
cerrado para a zona onde o inimigo
estava emboscado, contribuindo
decisivamente para o pôr em fuga,
abandonando mortos e material, e
impedindo-o de fazer o assalto à
viatura seguinte, que tinha sido
duramente atingida, encontrando-se
ferido quase todo o pessoal nela
transportado.
Calmo e desembaraçado, debaixo de
intenso fogo inimigo, que o
procurava alvejar por estar muito
exposto, desencravou por mais de uma
vez a metralhadora, nunca tendo
deixado de fazer fogo, apesar dos
inúmeros impactos de tiros e rajadas
na viatura, que ficou bastante
danificada.
Elemento corajoso e valente, tem-se
revelado sempre em todas as acções,
e a sua actuação deve ser apontada a
todos os militares, como exemplo a
seguir, e os seus feitos dignificam
a Companhia a que pertence.
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Jornal do Exército,
ed. 111, pág. 58, de
Mar1969
1.º CABO MANUEL
DOS SANTOS COSTA. DA CCac1804 /
BCac1937
«Pela forma como
actuou no decorrer duma forte
emboscada montada pelo inimigo que
procurando a todo o custo
neutralizar a sua metralhadora
alvejou insistentemente com tiros e
granadas a viatura onde ele se
encontrava como apontador, daquela
arma.
Sem nunca perder a calma, apesar da
sua viatura ter sido duramente
atingida ficando feridos alguns dos
seus ocupantes e de ter explodido
uma granada no atrelado, manteve-se
sempre de pé e exposto alvejando o
adversário com rajadas bem ajustadas
contribuindo decididamente com a sua
acção para que este desistisse de
prosseguir no ataque abandonando
mortos, feridos e material no local.
Foi condecorado com a medalha da
Cruz de Guerra de 4.ª Classe.»
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Batalhão de Caçadores N.º 1937
Identificação:
BCac1937
Unidade
mobilizadora:
Regimento de Infantaria 2
(RI2 - Abrantes)
Comandante:
Tenente-Coronel de
Infantaria Francisco José Vilela
Forte Faria
2.º
Comandante:
Major de Infantaria
Horácio Vilhena de Andrade
Oficial de
Informações e Operações / Adjunto:
Major de Infantaria
Joaquim Vilhena Rodrigues
Comandantes de Companhia:
Companhia
de Comando e Serviços (CCS):
Capitão do Serviço Geral
do Exército José Cardoso Vidas
Companhia de
Caçadores 1803 (CCac1803):
Capitão de Infantaria
António Leopoldo Junqueira Coelho
Companhia
de Caçadores 1804 (CCac1804):
Capitão de Infantaria
José Domingos Ferro de Azevedo
Companhia de
Caçadores 1805 (CCac1805):
Capitão Mil.º Antero José
Lopes
Teve sob o
seu comando:
Companhia de Cavalaria
2389 (CCav2389)
2.ª Bateria de Bocas de Fogo do
Grupo de Artilharia de Campanha de
Nampula (2ªBtrbf/GACN)
Companhia de Caçadores 2447
(CCac2447)
Companhia de Caçadores 2448
(CCac2448)
Companhia de Caçadores 2449
(CCac2449)
Companhia de Caçadores 1796 do
Batalhão de Caçadores 1935
(CCac1796/BCac1935)
Companhia de Caçadores 1797 do
Batalhão de Caçadores 1935
(CCac1797/BCac1935)
Companhia de Caçadores 1798 do
Batalhão de Caçadores 1935
(CCac1798/BCac1935)
Companhia de Caçadores de Quelimane
(CCacQuelimane)
Companhia de Caçadores de Milange (CCacMilange).
Divisa:
«EXCELENTE E VALOROSO»
Partida:
Embarque, no dia 11 de Outubro de
1967, no NTT «Vera Cruz»;
Desembarque no dia 31 de Outubro de
1967
Regresso:
Embarque, em navio, no dia 1 de
Dezembro de 1969
Síntese
da Actividade Operacional
Desembarcou em
Nacala.
Colocado em Nangololo, no distrito
de Cabo Delgado, rendeu o Batalhão
de Caçadores 1878 (BCac1878), no
subsector BNG.
As Companhias de Caçadores 1803,
1804 e 1805, foram colocadas
respectivamente em Miteda, Muidumbe
e Nancatári, integradas no
dispositivo do batalhão.
A partir de 18 de Junho de 1968,
ficou sob o seu comando a Companhia
de Cavalaria 2389 (CCav2389), que
rendera a Companhia de Caçadores
1805 (CCac1805), em Nancatári.
A partir de Outubro de 1968, a zona
de acção do subsector foi reduzida,
passando a Companhia de Cavalaria
2389 (CCav2389), a ficar sob o
comando do Batalhão de Artilharia
2846 (BArt2846), sedeado em Mueda
(subsector BMU).
A 21 de Outubro de 1968, recebeu o
reforço de 1 pelotão de bocas de
fogo da 2.ª Bateria de Bocas de Fogo
do Grupo de Artilharia de Campanha
de Nampula (2ªBtrbf/GACN).
Em Novembro de 1968, foram-lhe
retiradas definitivamente as
subunidades de caçadores, ficando
sob o seu comando as Companhia de
Caçadores 2447 (CCac2447) em Miteda,
Companhia de Caçadores 2448
(CCac2448) em Nangololo e Companhia
de Caçadores 2449 (CCac2449) em
Muidumbe (renderam, respectivamente,
as Companhias de Caçadores 1803,
1805 e 1804).
No subsector, a subversão violenta
era intensa, através de implantação
sistemática de engenhos explosivos
nos itinerários, emboscadas e
ataques a aquartelamentos, com
tentativas de assalto a alguns, a
partir de Janeiro de 1968.
De Novembro de 1967 a Fevereiro de
1969, a actividade operacional,
consistia em abertura de
itinerários, escoltas a colunas
logísticas, nomadizações,
patrulhamentos, cercos, batidas,
golpes de mão e emboscadas.
Planeou e efectuou entre outras, as
operações:
"Hipócrates" (região da "Base
Lúrio"),
"Tripé" (vale do rio Ingunde),
"Capita I" e "Capita II" (região da
"Base Moçambique"),
"Vespeiro" (monte Sinalo),
"Labirinto" (vale do rio Muatide),
"Insistência" (entre os itinerários
Muidumbe-Nangololo e Muidumbe-Capoca),
"Cuca" (vale do rio Nérnua),
"Mouzinho" (região da "Base
Moçambique"),
"Tareco" e "Condor" (vale do rio
Uteco),
"Pluto" (Magude),
"Alicate" (região da "Loko Branch
Muatide"),
"Raposa" e "Boxer" (região das "Tawi
Branch Issai e Namede"),
"Leão da Rodésia" (Miteda), e
"Mabeco" (região da nova "Base
Lúrio").
Em Fevereiro de 1969, foi rendido em
Nangololo, pelo Batalhão de
Caçadores 2862 (BCac2862) e
transferido para Mocuba, no distrito
da Zambézia, onde rendeu o Batalhão
de Caçadores 1899 (BCac1899), no
subsector DMO.
Ficaram sob o seu comando, a
Companhia de Caçadores 1796 do
Batalhão de Caçadores 1935
(CCac1796/BCac1935) em Chire, a
Companhia de Caçadores 1797 do
Batalhão de Caçadores 1935
(CCac1797/BCac1935) em Mabo-Tacuane,
a
Companhia de Caçadores 1798 do
Batalhão de Caçadores 1935
(CCac1798/BCac1935) em Morrumbala, a
Companhia de Caçadores de Quelimane
(CCacQuelimane) e a
Companhia de Caçadores de Milange (CCacMilange)
Em Agosto de 1969, a Companhia de
Caçadores 1796 do Batalhão de
Caçadores 1935 (CCac1796/BCac1935),
foi rendida no Chire, pela Companhia
de Caçadores de Quelimane (CCacQuelimane)
e colocada em Milange, onde rendeu a
Companhia de Caçadores de Milange (CCacMilange),
transferida para Chiuta (Tete).
A actividade do inimigo, através de
elementos provenientes do Malawi,
consistia em acções de aliciamento
da população, roubo e atentados
pessoais nas regiões fronteiriças.
De Fevereiro de 1969, até final da
comissão, a actividade operacional,
caracterizou-se pela execução de
escoltas, nomadizações,
patrulhamentos, contacto com a
população, colaboração com as
autoridades administrativas,
assistência médico-sanitária e acção
psicológica.
Foi rendido em Mocuba (Novembro de
1969), pelo Batalhão de Artilharia
2847 (BArt2847).
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A
Companhia
de Caçadores 1803 (CCac1803),
desembarcou em Nacala.
Foi colocada em Miteda onde rendeu a
Companhia de Caçadores 1502 do
Batalhão de Caçadores 1878
(CCac1502/BCac1878).
De Novembro de 1967 a Novembro de
1968, executou, entre outras, as
operações
"Marretada"(Monte Sigigombe) e
"Há Rato na Bota" (S de Miteda).
Tomou parte nas operações
"Capita II",
"Vespeiro",
"Labirinto",
"Insistência",
"Mouzinho",
"Tareco",
"Condor",
"Alicate" e
"Raposa".
Em Novembro de 1968, foi rendida em
Miteda, pela Companhia de Caçadores
2447 (CCac2447) e transferida para
Errego, no distrito da Zambézia,
onde rendeu a COmpanhia de
Artilharia 1626 (CArt1626), sendo
retirada definitivamente ao batalhão
[BCac1937].
Ficou sob o comando do Batalhão de
Caçadores 1934 (BCac1934), no
subsector de Vila Junqueiro (DGR),
do sector D.
De Novembro de 1968, até final da
comissão, efectuou patrulhamentos e
contacto com a população.
Foi rendida em Errego (Novembro de
1969), pela Companhia de Cavalaria
2399 do Batalhão de Cavalaria 2850
(CCav2399/BCav2850).
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A
Companhia de Caçadores 1804
(CCac1804),
desembarcou em Nacala.
Foi colocada em Muidumbe, onde
rendeu a Companhia de Caçadores 1504
do Batalhão de Caçadores 1878
(CCac1504/BCac1878).
De Novembro de 1967 a Novembro de
196868, executou, entre outras, as
operações
"Rosário"(S de Muindumbe) e
"Ninhada" (entre Muidumbe e as
nascentes do rio Ingude).
Tomou parte nas operações
"Vespeiro",
"Labirinto",
"Cuca",
"Mousinho",
"Tareco",
"Pluto",
"Alicate",
"Boxer" e
"Leão da Rodésia".
Em Novembro de 1968, foi rendida em
Muidumbe, pela Companhia de
Caçadores 2449 (CCac2449) e
transferida para Chibuto, no
distrito de Gaza, onde rendeu a
Companhia de Caçadores 1608
(CCac1608), sendo retirada
definitivamente ao batalhão
[BCac1937].
Ficou sob o comando do Batalhão de
Caçadores 17 (BCac17), no subsector
de Inhambane, do Comando Territorial
Sul (CTS).
De Novembro de 1968 até final da
comissão, efectuou patrulhamentos e
contacto com a população.
Foi rendida no Chibuto (Novembro de
1969), pela Companhia de Cavalaria
2398 do Batalhão de Cavalaria 2850
(CCav2398/BCav2850).
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A
Companhia de
Caçadores 1805 (CCac1805),
desembarcou cm Nacala.
Colocada em Nancatári rendeu a
Companhia de Caçadores 1503 do
Batalhão de Caçadores 1878
(CCac1503/BCac1878).
Cedeu 1 pelotão de reforço à
Companhia de Comando e Serviços
(CCS) do batalhão [BCac1937].
De Novembro de 1967 a Novembro de
1968, participou nas operações
"Tripé",
"Capita II",
"Labirinto",
"Insistência",
"Mousinho",
"Pluto",
"Condor",
"Raposa",
"Boxer" e
"Leão da Rodésia".
A 18 de Junho de 1968, foi rendida,
em Nancatári, pela Companhia de
Cavalaria 2389 (CCav2389) e
transferida para Nangololo, sede do
batalhão [BCac1937], tendo passado a
constituir força de intervenção do
Quartel General da Região Militar de
Moçambique (QG/RMM.
Em Novembro de 1968, foi rendida, em
Nangololo, pela Companhia de
Caçadores 2448 (CCac2448) e
transferida para Inhaminga, no
distrito de Manica e Sofala, onde
rendeu a Companhia de Artilharia
1627 (CArt1627), sendo retirada
definitivamente ao batalhão
[BCac1937].
Ficou sob o comando operacional do
Batalhão de Caçadores 16 (BCac16),
no subsector da Beira (CTCBR).
De Novembro de 1968, até final da
comissão, a actividade operacional
consistia em patrulhamentos e
contacto com a população.
Foi rendida em Inhaminga (Novembro
de 1969), pela Companhia de
Cavalaria 2400 do Batalhão de
Cavalaria 2850 (CCav2400/BCav2850).
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Dos
resultados obtidos,
decorrentes da actividade
operacional do batalhão [BCac1937],
salienta-se, entre o diverso
material capturado: 2 metralhadoras
ligeiras, 1 pistola, 1
pistola-metralhadora, 47
espingardas, 24 canhangulos, 106
granadas de mão, 5 granadas de lança
granadas-foguete, 10 granadas de
morteiro, grande quantidade de
munições de armas ligeiras e variada
documentação.
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Observações:
Na organização
administrativa do inimigo o termo:
"Area Branch" - equivalia a
administração, circunscrição ou
posto administrativo,
"Loko Branch" - equivalia a
regedoria,
"Tawi Branch" - equivalia a
povoação.