(Título póstumo)
Soldado
de Cavalaria, n.º 1049/64
MANUEL LUÍS PRAZERES LIMA
CCav754 - RC7
MOÇAMBIQUE
4.ª CLASSE (Título póstumo)
Transcrição do Despacho
publicado na Ordem do Exército n.º
18 – 3.ª série, de 1966.
Agraciado com a Cruz de Guerra de
4.ª classe, nos termos do artigo
12.º do Regulamento da Medalha
Militar, aprovado pelo Decreto n.º
35 667, de 28 de Maio de 1946, por
despacho do Comandante-Chefe das
Forças Armadas de Moçambique, de 29
de Abril de 1966:
A título póstumo, o Soldado n.º
1049/64, Manuel Luís Prazeres Lima,
da Companhia de Cavalaria 754 -
Regimento de Cavalaria n.º 7.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na Revista de Cavalaria,
de 1966):
Louvado, a título póstumo, o Soldado
n.º 1049/64, Manuel Luís Prazeres
Lima, da Companhia de Cavalaria 754,
porque quando o seu Pelotão caiu
numa emboscada, em 31 de Maio de
1965, de que inicialmente resultaram
dois [cinco]
mortos e alguns feridos
graves, prontamente reagiu e apesar
de se encontrar na zona mais
fortemente alvejada pelo inimigo,
nunca deixou de fazer fogo com a sua
metralhadora, tendo conseguido
neutralizar a acção inimiga, vindo
porém a falecer vítima de uma
granada de mão lançada sobre ele
pelo inimigo.
Este militar demonstrou com a sua
atitude, altas qualidades de brio,
abnegação, coragem física e desprezo
pela própria vida, a par de uma
bravura e sangue frio notáveis que o
tornaram credor do nosso maior
respeito e admiração.
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Companhia de Cavalaria n.º 754
Identificação:
CCav754
Unidade
Mobilizadora:
Regimento de Cavalaria 7 (RC7
– Ajuda) «QUO TOTA VOGANT» -
«REGIMENTO DO CAIS»
Comandante:
Capitão de Cavalaria José
Pedro Simões Caçorino Dias
Capitão de Infantaria Raul Pereira
da Cruz Silva
Capitão de Cavalaria Mário António
Pádua Valente
Capitão de Cavalaria Óscar da Rocha
Lima
Divisa:
"Sete de Espadas"
![CCav754](https://i.postimg.cc/Gp8fRnXF/CCav754.jpg)
Partida:
Embarque no dia 5 de Janeiro
de 1965; Desembarque no dia 23 de
Janeiro de 1965
Regresso:
Embarque no dia 15 de Maio de
1967.
Síntese da
Actividade Operacional
Antes do embarque foi
retirada do Batalhão de Cavalaria
757 (BCav757) (mobilizado para a
Guiné).
![Sete-de-Espadas-280](https://i.postimg.cc/KztsKrS4/Sete-de-Espadas-280.jpg)
Desembarcou em Lourenço Marques a 23
de Janeiro de 1965.
![BCac598-2](https://i.postimg.cc/ZRFzkhqf/BCac598-2.jpg)
Colocada em Vila Cabral, sob o
comando operacional do Batalhão de
Caçadores 598 (BCac598) «HONRA E
GLÓRIA», ali sedeado, a actividade
operacional, consistia em treino
operacional, patrulhamentos e
contacto com a população e
autoridades tradicionais.
A partir de Abril de 1965, submetida
a intensa actividade operacional,
instalou-se sucessivamente em Sonja,
Mapunda, Maniamba, Ambuzi, Nova
Coimbra e Cobué.
Em Setembro de 1965, criado
subsector junto ao lago Niassa,
atribuído ao Batalhão de Caçadores
598 (BCac598) «HONRA E GLÓRIA», que,
rendido em Vila Cabral, naquele mês,
pelo Batalhão de Caçadores Eventual
7 (BCacEv7), fora transferido para
Metangula, continuou sob o comando
daquela unidade.
Efectuou muitas operações,
designadamente: "Fuzcav", "Niza",
"Víbora" e "Tilópia", que resultaram
a destruição de muitos acampamentos,
baixas inimigas e captura de
material de guerra.
Tomou parte em várias operações,
nomeadamente "Campango" (zona de
Ambuzi - N'Dalala) e "Cobra" (região
de Olivença).
Transferida em Fevereiro de 1966,
para Inhaminga, rendeu a Companhia
de Caçadores 549 (CCac549), ficando
na dependência operacional do
Batalhão de Caçadores da Beira
(BCacBeira). Destacou um pelotão
para Marromeu.
De 13 de Abril a 28 de Junho de 1966
teve dois pelotões destacados na
Beira, subordinados ao Comando
Eventual da Defesa da Beira.
![CCac1573](https://i.postimg.cc/vT0ThgxM/CCac1573.jpg)
A partir de 11 de Abril de 1967
guarneceu Canxixe com um pelotão.
Efectuou patrulhamentos auto e
contacto com autoridades
administrativas e gentílicas,
prestando à população assistência
educativa e medicamentosa numa vasta
área, que englobava os concelhos de
Chemba, Vila Fontes, Sena e
Marromeu.
Foi rendida em Inhaminga, em Maio de
1967, pela Companhia de Caçadores
1573 (CCac1573).
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in Revista
da Cavalaria, edição do ano de 1965,
página 155:
Louvor
colectivo:
COMPANHIA DE CAVALARIA n.º 754
Louvada a Companhia de Cavalaria n.º
754, porque, estando há cerca de
seis meses no Norte da Província
[Moçambique], executou todas as
missões que lhe foram confiadas com
grande brio, dedicação e esforço, em
circunstâncias particularmente
difíceis.
Nas situações de combate que teve de
sustentar houve-se sempre com
valentia e estoicismo.
Pelo espírito de compreensão do
dever e pela comprovada desenvoltura
dos quadros é-me muito grato
salientar o procedimento em campanha
de todos os Oficiais, Sargentos e
Praças.
(Ordem de Serviço n.º 41, de 11 de
Agosto de 1965, da Região Militar de
Moçambique)
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in Revista
da Cavalaria, edição do ano de 1967,
páginas 224 e 225:
COMPANHIA DE CAVALARIA n.º 754
Comandante:
Inicialmente: Capitão de Cavalaria
José Pedro Simões Caçorino Dias
(Cruz de Guerra de 1.ª Classe)
Depois: Capitão de Cavalaria Mário
António Pádua Valente; Capitão de
Infantaria Cruz Silva; Capitão de
Cavalaria Óscar da Rocha Lima.
A Companhia de Cavalaria 754 foi
mobilizada pelo Regimento de
Cavalaria 7 e embarcou para
Moçambique em 5 de Janeiro de 1965
tendo ali chegado a 23 do mesmo mês
e tendo ficado em Vila Cabral a
partir do fim de Junho e actuando no
Niassa até Fevereiro de 1966 data em
que foi transferida para Inhaminga
no Distrito de Manica e Sofala.
Daqui destacou dois pelotões, um
para Marromeu e outro para Canxine.
Antes do seu regresso ainda durante
dois meses esteve na Beira.
Foi particularmente na região do
Niassa que a Companhia desenvolveu
uma intensa actividade operacional
sendo de salientar os resultados
obtidos nas operações «Fuzear»,
«Niza», «Víbora», «Cobra» e
«Tilópia». Como resultado dessa
actividade provocou muitas baixas ao
inimigo, destruiu-lhe muitas bases e
apreendeu grande quantidade de
armamento. Em outros trabalhos
construiu quartéis improvisados e
abriu a pista de aterragem de Nova
Coimbra.
Em alguns meses foi comandada por 4
oficiais, mas o facto em nada
impediu o seu alto rendimento
operacional.
Por seu lado a Companhia teve alguns
mortos e feridos, sendo notável a
quantidade e qualidade dos louvores
recebidos, um dos quais colectivo e
também as condecorações que lhe
foram atribuídas.
Pela sua actuação a Companhia bem
merece a gratidão da Arma e do
Exército a que pertence.
Regressou à Metrópole em Junho de
1967.
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