José Manuel
Garcia Ramos Lousada, Major-General,
na situação de reforma, nasceu no
dia 9 de Novembro de 1938, na
freguesia da Sé, do concelho de
Bragança.
Em
17 de Fevereiro de 1960
soldado-cadete n.º 1701/59 da Escola
Prática de Infantaria (EPI - Mafra)
«AD
UNUM»,
promovido a Aspirante-a-Oficial
Miliciano Sapador de Infantaria e
transferido para o Regimento de
Infantaria 1 (RI1 - Amadora) «UBI
GLORIA OMNE PERICULUM DULCE»;
Em 1 de Abril de 1961,
encontrando-se colocado no Regimento
de Infantaria 11 (RI11 - Setúbal) «E
JULGAREIS QUAL É MAIS EXCELENTE, SE
SER
DO MUNDO REI, SE DE TAL GENTE»,
promovido a Alferes, com antiguidade
a 1 de Novembro
de
1960.
Em 18 de Junho de 1961 mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 13
(RI13 - Vila Real) «ALEO» - «NEM UM
PASSO P'RA RETAGUARDA», para servir
Portugal na Província Ultramarina de
Angola.
Em
18 de Julho de 1961
embarca em Lisboa no NTT
'Moçambique' rumo a Luanda, como
comandante do pelotão de sapadores
da Companhia de Comando e Serviços
(CCS) do
Batalhão de
Caçadores 185 (BCac185) «TUDO VALE A
PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA»;
Em meados de Agosto de 1961, a
Companhia de Comando e Serviços
(CCS) e a Companhia de Caçadores 193
(CCac193) do "Batalhão Flecha"
(Batalhão
de Caçadores 185) deslocam-se por
ferrovia para Malanje, onde no
início de Setembro de 1961 entram em
quadrícula.
Em
Maio de 1962 surge na Região Militar
de Angola (RMA) «CONSTANTE E FIEL» -
«AO DURO SACRIFÍCIO SE OFERECE» um
convite para militares voluntários
integrarem grupos de combate, a
serem organizados e preparados
algures na região dos Dembos.
O Alferes Lousada forma no batalhão
um grupo especial de
contra-guerrilha, que recebe
instrução especial de
contra-guerrilha em Zemba:

“Após
meses de intenso treino e operações
desgastantes, nomeadamente as 'Mato
Grosso' e 'General Freire' na região
dos Dembos, uma das zonas mais
difíceis do Norte de Angola, o Grupo
de Combate, apenas com uma perda em
combate, regressou ao
Batalhão como Grupo de Comandos com
o nome de Vampiros (GrCmdsVampiros)”.

Em Dezembro de 1962, o Batalhão de
Caçadores 185 (BCac185) «TUDO VALE A
PENA SE A ALMA NÃO É
PEQUENA»
sai do sector de Malanje e
instala-se no Colonato do Vale do
Loje.
"Durante
todo o ano de 1963, no subsector do
Vale do Loje, e até final da
comissão, os 'Vampiros' participaram
em todas as operações do Batalhão e
efectuaram, isolados, dezenas de
operações",
destacando-se no Sector C a
'Operação Primeiro Acto', na qual o
GrCmds Vampiros se mantém sempre na
frente da acção, ao longo de três
dias e duas noites; na travessia do
rio Loje sofre uma emboscada, na
primeira rajada inimiga é ferido um
dos militares e o Alferes Lousada
apenas reage quando localiza o grupo
inimigo, pondo-o em debandada.
Em 31 de Julho de 1963, já com uma
citação e dois louvores, promovido a
Tenente por distinção em campanha.
Em 27 de Agosto de 1963 agraciado
com a
Medalha de Prata de Valor Militar
com palma:
Alferes
Miliciano de Infantaria
JOSÉ MANUEL GARCIA RAMOS LOUSADA
CCS/BCac185
— RI13
ANGOLA
Grau:
Prata, com palma
Transcrição do louvor publicado na
Ordem do Exército n.º 9 — 2.ª série,
de 1963:
Por Portaria de 27 de Agosto de
1963:
Louvado
o Alferes Miliciano de Infantaria,
José Manuel Garcia Ramos Lousada, da
Companhia de Comando e Serviços, do
Batalhão de Caçadores n.º 185 —
Regimento de Infantaria n.º 13,
porque no Norte de Angola, onde se
mantém continuamente em serviço
desde 28 de Julho de 1961, tem sido
o exemplo vivo de bem servir,
encarnando em si as mais altas
qualidades do Soldado português:
modéstia, rusticidade, bravura e
coragem fria, espírito de
sacrifício, desprezo pelo perigo e
elevado espírito de camaradagem e
lealdade. Com uma citação e dois
louvores por feitos em combate, pode
considerar-se como um dos mais
distintos oficiais do nosso
Exército.
Especificamente, durante as
operações "Mato Grosso" e "General
Freire", realizadas na região dos
Dembos, no Norte de Angola, como
comandante do grupo de comandos,
para o qual se havia oferecido,
apesar da resistência tenaz e
continua oposta pelo inimigo,
conseguiu desalojá-lo e conquistar
rapidamente os objectivos que lhe
tinham sido marcados. Teve também
acção de relevo comandando pequenos
grupos lançados de helicóptero
contra o inimigo. Encontrando-se
inúmeras vezes com o seu grupo de
combate perdido no emaranhado das
florestas densas do Norte de Angola,
muitas vezes diminuído fisicamente
pelo esforço despendido, nunca teve
um desfalecimento, a todos dando um
alto exemplo de abnegação,
tenacidade e bravura.
À sua extraordinária acção como
condutor de homens, se deve ter sido
o seu grupo de comandos considerado
modelar pelo Comandante do Centro de
Instrução n.º 21. Posteriormente, e
já no sector operacional C,
notabilizou-se pela sua acção
durante a operação "Primeiro Acto".
Mantendo-se, durante os três dias e
duas noites que durou a operação,
sempre no grupo da frente,
galvanizou, com o seu dinamismo,
valentia e desprezo pela fadiga e
pelo perigo, não só os seus homens
como toda a subunidade onde ia
integrado. Durante a emboscada que
as nossas tropas sofreram na
travessia do rio Loge, manteve
extraordinário sangue-frio e mais
uma vez demonstrou as suas grandes
qualidades de comando, não
respondendo ao intenso fogo do
adversário, que na primeira rajada
feriu um dos seus homens, senão após
tê-lo localizado, o que causou
pânico no grupo inimigo, que se pôs
em fuga desordenada.
Ainda em todas as outras inúmeras
acções em que tem tomado parte na
zona A do Sector C, sempre se
mostrou digno do alto conceito em
que é tido como oficial
competentíssimo, bravo e dotado de
um espírito de sacrifício sem
limites, confirmando assim as
qualidades que o tornam um exemplo
de bem servir. O procedimento do
Alferes Miliciano Ramos Lousada é
considerado como relevante e
distinto, honrando o Exército que
serve e bem merecendo o
reconhecimento da Pátria.
Transcrição da Portaria que concede
a condecoração, publicada na mesma
Ordem do Exército:
Por Portaria de 27 de Agosto de 1963
( in Jornal do Exército n.º 118,
página 23, de Outubro de 1969:
Condecorado com a Medalha de Prata
de Valor Militar, com palma, nos
termos do § 1.º do artigo 51.º, com
referência ao artigo 7.º, do
Regulamento da Medalha Militar, de
28 de Maio de 1946, o Alferes
Miliciano de Infantaria, José Manuel
Garcia Ramos Lousada, da Companhia
de Comando e Serviços do Batalhão de
Caçadores n.º 185 — Regimento de
Infantaria n.º 13, porque no Norte
de Angola, onde se mantém
continuamente em serviço desde Julho
de 1961, tem sido exemplo vivo de
bem servir, com bravura, coragem,
espírito de sacrifício e desprezo
pelo perigo em feitos de combate.
Este oficial teve acção de relevo
contra o inimigo, como comandante do
grupo de comandos para o qual se
ofereceu, como comandante de
pequenos grupos lançados de
helicóptero e, também, em inúmeras
outras acções em que tomou parte,
sempre se mostrando digno do alto
conceito em que é tido como oficial
competentíssimo, bravo e dotado de
espírito de sacrifício sem limites.
Promoção por distinção
—
Transcrição da
Portaria de 31 de Julho de 1963,
publicada na Ordem do Exército n.°
13 - 2.ª série, daquele ano:
Regimento
de Infantaria n.º 13
(Reforço à
guarnição normal da Região Militar
de Angola)
Promovido
por distinção ao posto de Tenente
Miliciano de Infantaria, o Alferes
Miliciano de Infantaria, José Manuel
Garcia Ramos Lousada, nos termos do
artigo 96.º, com vista ao § 1.º do
artigo 103.º, do Decreto-Lei n.º 36
304, alterado pelo Decreto-Lei n.º
38 918, de 18 de Setembro de 1952.


Em
18 de Setembro de 1963 regressa à
Metrópole e fica colocado no
Batalhão de Caçadores 5 (BC5 -
Campolide) «MAIS ALTO E MAIS ALÉM».
No ano lectivo 1963/64 ingressa na
Academia Militar (AM) «DULCE ET
DECORUM EST PRO PATRIA MORI».
Em 16 de Julho de 1965 integrado no
quadro permanente de oficiais do
Exército.
Voluntaria-se
para um curso de pára-quedismo
militar no
Regimento
de Caçadores Para-Quedistas (RCP –
Tancos) «QUE NUNCA POR VENCIDOS SE
CONHEÇAM»,
obtém o brevet n.º 3375 e passa a
tenente do QP (Quadro
Permanente) da
Força Aérea Portuguesa.
Em 15 de Abril de 1966, após
tirocínio, forma uma companhia de
pára-quedistas, à qual dá instrução
com "as
técnicas e as acções da
contrasubversão, em oposição às
teorias de Mao Tse-Tung, Giap e Che
Guevara, clássicos mestres da guerra
subversiva".
Em
Junho de 1966 o dispositivo militar
de Moçambique é reorganizado e o
Comando-Chefe das
Forças
Armadas de Moçambique (CCFAM) recebe
o reforço de duas companhias de
pára-quedistas oriundas do Batalhão
de Caçadores Para-Quedistas 21
(BCP21 – Luanda) «GENTE OUSADA MAIS
QUE QUANTAS», as quais têm por
missão cooperar na
defesa
da cidade da Beira, nomeadamente
para garantir a segurança do
aeroporto Sacadura Cabral; dois
meses depois, aquelas Companhias de
Caçadores Pára-Quedistas (CCP’s) são
substituídas por unidades
provenientes do Regimento de
Caçadores Para-Quedistas (RCP –
Tancos) «QUE NUNCA POR VENCIDOS SE
CONHEÇAM»:
"É
assim que surge a 4.ª Companhia de
Caçadores Pára-Quedistas (4ªCCP)
«MORTUUS SED NON VICTUS», destinada
Batalhão de Caçadores Para-Quedistas
31 (BCP31 – Beira) «HONRA-SE A
PÁTRIA DE TAL GENTE», cujo comando
aceitei voluntariamente,
considerando que a grande maioria
dos seus elementos havia sido
instruída por mim".
Em
25 de Agosto de 1966 desembarca no
aeroporto da Beira a 4.ª Companhia
de Caçadores Pára-Quedistas (4ªCCP)
«MORTUUS SED NON VICTUS» do Batalhão
de Caçadores Para-Quedistas 31
(BCP31 – Beira) «HONRA-SE A PÁTRIA
DE TAL GENTE», vinda de Lisboa num
Boeing-707, sob comando do Tenente
Pára-quedista Ramos Lousada: a
companhia passa a ser empenhada em
frequentes missões com acções de
batida, emboscada e golpe-de-mão;
com excepção de uma acção no
distrito do Niassa, todas as
operações são realizadas nas regiões
de Mueda e de Nangololo.
[Do
livro do Batalhão de Caçadores
Para-Quedistas 31 (BCP31 – Beira),
página 297: Comandou a 4.ª Companhia
de Caçadores Pára-Quedistas (4ªCCP),
no período de 25 de Agosto de 1966 a
01 de Setembro de 1968]
Em 14 de Dezembro de 1967, agraciado
com a
Medalha de Mérito Militar de 3.ª
classe:
Alferes
Graduado Tenente Pára-quedista
JOSÉ MANUEL GARCIA RAMOS LOUSADA
Medalha de
Mérito Militar de 3ª Classe
Por
Portaria de 14 de dezembro de 1967
“Louvo o oficial abaixo indicado,
porque, na operação “CENTAURO
INDOMÁVEL”, no comando da 4ªCCP, e
apesar das grandes dificuldades
causadas pelo terreno, densidade da
vegetação e acção do inimigo,
imprimiu uma acção de tal forma
dinâmica à sua companhia que
permitiu uma ligação e coordenação
perfeitas com a 1ªCCP e contribuiu
decisivamente. Em especial nas fases
de assalto e exploração, para o
êxito da missão executada.
Indiferente às grandes dificuldades,
quis e soube manter essa ligação
íntima e perfeita, garantindo o
apoio mútuo das duas sub-unidades,
revelando assim a sua grande
capacidade de comando, espírito de
sacrifício e devoção ao total
cumprimento das missões de que é
incumbido, o:”
51/66/P/ALF/GRAD/TEN/PARA/4ªCCP JOSÉ
MANUEL GARCIA RAMOS LOUSADA
Em 1968 agraciado com a
Medalha da
Cruz de Guerra de 2.ª Classe:
Tenente
Pára-quedista
JOSÉ MANUEL GARCIA RAMOS LOUSADA
Medalha da
Cruz de Guerra de 2ª Classe
Por
Portaria de 21 de Outubro de 1968
Considerado como dado pelo
Secretário de Estado da Aeronáutica
o louvor concedido ao Tenente
Pára-quedista JOSÉ MANUEL GARCIA
RAMOS LOUSADA, do Batalhão de
Caçadores Pára-quedistas n.º 31,
publicado na ordem de serviço n.º 25
de 26 de julho de 1968, do Comando
Chefe das Forças Armadas de
Moçambique, “porque fazendo parte da
4ª Companhia do Batalhão de
Caçadores Pára-quedistas n.º 31,
normalmente atribuída em reforço ao
Setor B da Região Militar de
Moçambique, no período de um ano,
aproximadamente, executou inúmeras
operações, mantendo sempre,
inalteravelmente, uma linha de
atuação brilhante e impecável, tanto
em combate como nas restantes
situações, conduta que o impôs e à
sua Companhia à consideração geral.
No limite das suas possibilidades e
dos condicionamentos impostos,
cumpriu, da maneira mais eficiente,
as missões que lhe foram atribuídas,
cujos resultados se traduziram pela
destruição de mais de meia centena
de acampamentos inimigos e de
significativas quantidades de
abastecimentos; por mais de uma
centena de baixas nos efetivos do
inimigo; pela apreensão de
expressiva quantidade de armas,
munições e outro material, bem como
de importante documentação, que
muito contribuiu para o conhecimento
do adversário.
Desenvolveu, assim, intensa
atividade operacional numa das mais
difíceis zonas de subversão
violenta, durante a qual patenteou
excepcionais qualidades de
combatente, de chefe e de militar.
Nas operações “HIENA”, “ESTICADA”,
“TRANCADA BETA”, “RUAS”, “SEIXAS” e
“BISTURI” cumpriu as suas missões
por forma destacada, com decisão,
coragem, sangue frio, serena energia
debaixo de fogo e arrojo.
Com tais feitos, em que a mencionada
Companhia foi bem o reflexo das suas
qualidades, o Tenente LOUSADA
prestigiou o ramo das Forças Armadas
a que pertence e trouxe lustre e
glória à Nação.
No
final de Setembro de 1968 a 4.ª
Companhia de Caçadores
Pára-Quedistas (4ªCCP) «MORTUUS SED
NON VICTUS» reúne-se ao Batalhão de
Caçadores Pára-Quedistas 31 (BCP31 –
Beira) «HONRA-SE A PÁTRIA DE
TAL
GENTE» na Beira e dali segue para a
capital moçambicana.
Em 9 de Outubro de 1968 a 4.ª
Companhia de Caçadores
Pára-Quedistas (4ªCCP) «MORTUUS SED
NON VICTUS» está em Lourenço Marques
nas cerimónias tradicionais de
despedida: às 15:00 participa no
desfile de tropas, que se inicia no
largo fronteiro ao edifício da
Fazenda Pública e segue pelas
avenidas da República e General
Machado até à Praça Mac-Mahon;
depois a 4.ª Companhia de
Caçadores
Pára-Quedistas (4ªCCP) segue para o
aeroporto de Mavalane e embarca para
Lisboa com o seu comandante, capitão
Ramos Lousada.
Regressa
ao Regimento de Caçadores
Para-Quedistas (RCP – Tancos) «QUE
NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM»,
onde passa a comandar a Companhia de
Instrução.
Em 10 de Fevereiro de 1969,
promovido por distinção ao posto de
Capitão Pára-quedista (Ordem de
Aeronáutica n.º 4 – 2.ª série;
Na manhã de 10
de Junho de 1969, perante as Forças
Armadas Portuguesas reunidas em
parada no Terreiro do Paço,
é condecorado pelo Presidente da
República com o oficialato da Ordem
Militar da Torre e Espada, do Valor,
Lealdade e Mérito (Diário
de Lisboa n.º 16693, página 19, de
11 de Junho de 1966):

Capitão
Pára-quedista
JOSÉ MANUEL GARCIA RAMOS LOUSADA
Ordem
Militar da Torre e Espada, do Valor
Lealdade e Mérito
Diário do
Governo n.º 153 de 2 de julho de
1969
Alvará de
concessão
Considerando que o Capitão
Pára-quedista José Manuel Garcia
Ramos Lousada, após oito anos de
campanha contra a subversão no
Ultramar, pela sua coragem constante
em presença do inimigo, por suas
virtudes militares, alto espírito de
sacrifício, decisão, alheamento
consciente do perigo e prestígio
pessoal sobre as tropas comandadas
ou entre os seus camaradas e
superiores, se impôs como um alto
valor moral da nação.
Considerando que, por suas ações
militares heroicas em Angola e pelos
feitos valorosos praticados em
combate em Moçambique, que lhe deram
jus à Medalha de Prata
de
Valor Militar e à Cruz de Guerra de
2.ª Classe, revelou personalidade,
em cujo caráter estão bem vincados,
o valor, lealdade e mérito.
Américo Deus Rodrigues Thomaz,
Presidente da República e Grã-mestre
das ordens honoríficas Portuguesas,
faz saber que, nos termos do decreto
lei nº 44721, de 24 de novembro de
1962, confere ao Capitão
Pára-quedista José Manuel Garcia
Ramos Lousada, sob proposta do
presidente do conselho, o grau de
oficial da Ordem Militar da Torre e
Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Por firmeza do que se lavrou o
presente alvará, que vai ser
devidamente assinado.
Paços do Governo da República, 6 de
Junho de 1969
AMÉRICO
DEUS RODRIGUES – MARCELO CAETANO.
NOTA: Comissões de Serviço: Angola
de 1961 a 1963 - Moçambique de 1966
a 1968 – Angola de 1972 a 1975. /
Três Medalhas dos Promovidos por
Feitos Distintos em Campanha.

Em 1971, no Brasil, frequenta o
Curso de Precursor Aeroterrestre
Brasil, sendo louvado pelo
Comandante do Centro de Instrução do
Exército Brasileiro;
Em
1972 voluntaria-se para servir, pela
segunda vez, na Província
Ultramarina de Angola.
Em 10 de Julho de 1972 desembarca na
Base Aérea n.º 9 (BA9) e logo a
seguir passa a comandar a 3.ª
Companhia
de Caçadores Pára-Quedistas (3ªCCP)
do Batalhão de Caçadores
Para-Quedistas 21 (BCP21 – Luanda)
«GENTE OUSADA MAIS QUE QUANTAS» do
Comando da Região Aérea n.º 2
(ComRA2) «FIDELIDADE E GRANDEZA»;
Em Agosto de 1972, frequenta o Curso
de Pisteiro de Combate, no Batalhão
de Caçadores Para-Quedistas 21
(BCP21 – Luanda) «GENTE OUSADA MAIS
QUE QUANTAS»;
"O
fim do sonho da abertura de uma
frente leste, por parte do MPLA
(Movimento Popular de Libertação de
Angola), teve o seu epílogo em
Dezembro de 1972, quando o Esquadrão
Voyna se retirava para a Zâmbia e
foi completamente aniquilado na
chana da Cameia pela 3.ª Companhia
de Caçadores Pára-quedistas, que eu
comandava. O relato posterior do
comandante Voyna, excelente chefe
guerrilheiro, que praticamente
chegou sozinho à Zâmbia, constituiu
o melhor dos testemunhos".
"Os
meios de deslocamento utilizados
para as Zonas de Intervenção eram,
normalmente, o avião para o Leste e
a viatura para o Norte. O tipo de
operações realizadas no Norte
caracterizava-se pela execução de
emboscadas e batidas, por vezes
golpes-de-mão com a utilização de
helicópteros, enquanto no Leste se
executavam, em plenitude, acções de
redução e flagelação. A diminuição
do potencial de combate, por vezes
até à ausência do inimigo, no Leste,
e a criação de uma Unidade Táctica
de Contra-Infiltração no Norte -
UTCI - e a sua actuação, são os
elementos salientes deste período
que tem o seu epílogo com o final
das hostilidades em 1974".
Em
1974, director do primeiro curso de
pára-quedismo militar ministrado no
Batalhão de Caçadores Para-Quedistas
21 (BCP21 – Luanda) «GENTE OUSADA
MAIS QUE QUANTAS», para militares
Portugueses naturais
de
Angola, que visava a criação do
Batalhão de Caçadores Pára-Quedistas
22 (BCP22) no Luso.
Em 1974, distinguido com o Prémio
Governador-Geral de Angola;
[Do
livro do do Batalhão de Caçadores
Para-Quedistas 21 (BCP21 – Luanda),
página 311, comandou a 3.ª Companhia
de Caçadores Pára-Quedistas (3ªCCP)
do Batalhão de Caçadores
Para-Quedistas 21 (BCP21 – Luanda)
«GENTE OUSADA MAIS QUE QUANTAS», no
período de 17 de Julho de 1972 a 26
de Fevereiro de 1974]
Em 1974, oficial de operações do
Batalhão de Caçadores Para-Quedistas
21 (BCP21 – Luanda) «GENTE OUSADA
MAIS QUE QUANTAS» do Comando da
Região Aérea n.º 2 (ComRA2)
«FIDELIDADE E GRANDEZA» e Instrutor
de Pisteiros de Combate naquele
Batalhão.
"Esta
época foi, fundamentalmente,
caracterizada pelo empenhamento de
companhias na ZML - Zona Militar
Leste -, normalmente utilizando
helicópteros Alouette-III da Força
Aéra Portuguesa (FAP) ou
pertencentes à África do Sul; e de
AFH - Agrupamento de Forças
Helitransportadas - com SA-330, no
Norte, em acções de
contra-infiltração e redução com
forças de escalão-companhia, de
acordo com o potencial inimigo
infiltrado em território angolano.
As operações no Norte, embora
efectuando-se ainda e sempre sobre
os redutos do inimigo, utilizando
heli-colocações seguidas de
emboscadas, batidas e assaltos,
passaram a apoiar-se, em grande
parte, nas informações obtidas pelas
equipas de pistagem da UTCI na
região do rio M'brije, a partir das
quais se montavam as manobras de
perseguição e assalto aos grupos
inimigos infiltrados através da
fronteira norte com o Congo. Os
meios disponíveis neste período nos
deslocamentos para as ZI foram ainda
o avião e a viatura, mas evoluiu-se
em termos da sua utilização em
operações. Enquanto, que, no Leste,
com um inimigo fraco se voltou ao
Alouette-III, no Norte, nas grandes
operações de perseguição, houve
necessidade de utilizar o SA-330
para transporte rápido das forças e
o Alouette-III para efectuar a
pistagem e o apoio próximo pelo
fogo. Pelos resultados obtidos e por
constituírem acções extremamente
adequadas às características das
Tropas Pára-quedistas, as operações
de intercepção e perseguição
efectuadas pelo CECI - Comando
Especial de Contra-Infiltração -
continuador da UTCI (Unidade Táctica
de Contra-Infiltração no Norte),
integrando caçadores e pisteiros
pára-quedistas apoiados por
helicópteros de ataque e de
transporte, merecem uma referência
especial."
Promovido por distinção ao posto de
Major Pára-quedista, pelo Decreto
n.º 228/75, publicado no Diário de
Governo n.º 110 – I série, página
675, de 13 de Maio de 1975:
Considerando
que, segundo parecer unânime do
Conselho Superior da Aeronáutica, o
Capitão Para-quedista José Manuel
Garcia Ramos Lousada, reúne as
condições a que se refere o artigo
133.º do Estatuto do Oficial da
Força Aérea, aprovado pelo Decreto
n.º 377/71, de 10 de Setembro;
Usando dos poderes conferidos pelo
artigo 6.º da Lei n.º 5/75, de 14 de
Março, o Conselho da Revolução
decreta e eu promulgo o seguinte:
Artigo único. O Capitão
Para-quedista José Manuel Garcia
Ramos Lousada é promovido, por
distinção, ao posto de major
Pára-quedista, contando a
antiguidade desde a data da
publicação deste diploma.
Visto e aprovado em Conselho da
Revolução.
Promulgado
em 8 de Maio de 1975
Publique-se.
Lisboa, 26 de setembro de 1975
O Presidente da República, Francisco
da Costa Gomes.
Em
12 de Julho de 1975 termina a sua
2.ª comissão em Angola - e última no
Ultramar Português -, e regressa à
Metrópole.
No Instituto de Altos Estudos
Militares (IAEM – Pedrouços) «NÃO
HOUVE FORTE CAPITÃO, QUE NÃO FOSSE
TAMBÉM DOUTO E CIENTE», faz o curso
de comando e estado-maior.
Em
Tancos passa a desempenhar funções
de comandante do Batalhão de
Instrução (BI) na Base Escola de
Tropas Pára-Quedistas (BETP).
No Instituto de Altos Estudos
Militares (IAEM-Pedrouços) faz o
curso superior de comando e
direcção.
Em 3 de
Dezembro de 1975, por despacho do
Chefe do Estado-Maior Generaç das
Forças Armadas, agraciado com a
Medalha
de Prata de Serviços Distintos com
palma:
Capitão
Pára-quedista
JOSÉ MANUEL GARCIA RAMOS LOUSADA
Medalha de
Prata de Serviços Distintos com
Palma
Despacho do
CEMGFA de 3 de de Dezembro de 1976
Pelo
CEMGFA foi louvado em 3 de de
Dezembro de 1976, o oficial abaixo
designado, "Porque, no desempenho
das funções de Comandante de uma
Companhia Operacional desde há cerca
de 16 meses, confirmou, sem
reservas, toda a gama das suas
excepcionais qualidades militares.
No quartel a sua capacidade
organizadora e o seu permanente
interesse pelas múltiplas
actividades que encobriram o seu
cargo, constituíram garantia de real
eficiência, entregando-se, numa
dádiva total, muito para além de que
seria legítimo exigir-lhe, ao
cumprimento das funções que lhe
foram confiadas e não só, como
aconteceu quando, sem prejuízo da
sua actividade operacional, exerceu
o cargo de instructor de cursos de
pistagem, o último dos quais
concluiu com enorme sacrifício, dada
a sua dureza e o precário estado de
saúde em que se encontrava.
Não obstante, sobrou-lhe entusiasmo
e qualidades didáticas para insuflar
nos seus instruendos a chama do seu
entusiasmo, facto que se reflectiu,
significativamente, no elevado nível
atingido.
Na actividade operacional foi
manifesta a sua influência nos
excelentes resultados obtidos pelo
Batalhão de Caçadores Pára-Quedistas
21 (BCP21), quer através do seu
contributo no planeamento de
operações, como, principalmente, a
sua execução, onde a sua vontade sem
tréguas, a sua experiência e os seus
profundos conhecimentos da luta de
guerrilhas, deram forma a um chefe e
um combatente de rara estirpe.
Oficial dedicado, muito leal e
disciplinado, o Capitão
Pára-quedista LOUSADA tornou-se
credor da gratidão de todos nós e
fez jus a que os serviços por si
prestados sejam considerados
extraordinários, relevantes e
distintos."
Prémio
Governador Geral de Angola em Junho
de 1974
Promovido a
tenente-coronel, passa a exercer
funções de chefe do estado-maior e
segundo-comandante
da Base Escola de Tropas
Pára-Quedistas (BETP).
No Instituto Superior de Defesa
Nacional (ISDN) faz o curso de
Defesa Nacional.
Promovido a coronel, passa a
comandante da Base Escola de Tropas
Pára-Quedistas (BETP) durante seis
anos e depois a Chefe do Estado
Maior do Corpo de
Tropas
Pára-Quedistas (CEM/CTP) durante
três anos.
Em 1 de Janeiro de 1994 as Tropas
Pára-quedistas são transferidas da
Força Aérea para o Exército, e o
coronel Lousada passa a desempenhar
funções cumulativas de Chefe do
Estado-Maior (CEM) e
segundo-comandante do CTAT (Comando
de Tropas Aerotransportadas).
Em 12Abr1995, promovido a Brigadeiro
passa a desempenhar as funções de
comandante do CTAT (Comando de
Tropas Aerotransportadas) e da BAI
(Brigada Aerotransportada
Independente) «SE FIZERAM POR ARMAS
TÃO SUBIDOS».
