José da Costa Machado,
1.º Cabo de Infantaria, da CCac2322/BCac2837: Cruz de Guerra de
2.ª classe
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo V, pág. 569, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo III, pág.s 171 a
174, da
RHMCA / CECA / EME
Jornal do Exército, ed. 120, pág.
64, de Dezembro de 1969
Imagens dos distintivos cedidas pelo
veterano Carlos Coutinho
|
José da Costa Machado
1.º Cabo de Infantaria, n.º 08767867
Companhia de Caçadores
2322
Batalhão de Caçadores 2837
«SEMPRE EXCELENTES E
VALOROSOS»
Moçambique:
21Fev1968 >
28Fev1970
Cruz de Guerra, de 2.ª
classe
Prémio 'Governador'
José da Costa Machado, 1.º Cabo de
Infantaria, n.º 08767867.
Mobilizado pelo Batalhão de Caçadores 10 (BC10 - Chaves) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique integrado na
Companhia de
Caçadores 2322 do Batalhão de Caçadores 2837
«SEMPRE EXCELENTES E VALOROSOS», no período de
21 de Fevereiro de 1968 a 28 de Fevereiro de 1970.
Cruz de Guerra, de 2.ª
classe
1.º
Cabo de Infantaria, n.º 08767867
JOSÉ DA COSTA MACHADO
CCac2322/BCac2837 - BC10
MOÇAMBIQUE
2.ª CLASSE
Transcrição do Despacho publicado na
OE n.º 36 — 3.ª série de 1969.
Por Despacho de 18 de Novembro de
1969:
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, condecorar com a Cruz de
Guerra de 2.ª classe, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º
do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, por serviços prestados em acções de combate na
Província de Moçambique, o
1.º Cabo, n.º 08767867, José da Costa Machado, da
Companhia de Caçadores n.º 2322 do Batalhão de Caçadores
n.º 2837 — Batalhão de Caçadores n.º 10.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 05, de 28 de Março de 1969, do
Comando-Chefe das Forças Armadas de Moçambique (CCFAM) e
n.º 30, de 16 de Abril do mesmo ano, do Quartel General
da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):
Louvado o 1.º Cabo n.º 08767867, José da Costa Machado,
da Companhia de Caçadores n.º 2322 do Batalhão de
Caçadores n.º 2837, que tem como Unidade Mobilizadora o
Batalhão de Caçadores n.º 10, porque, quando do ataque
inimigo ao estacionamento da sua Companhia, em 15 de
Outubro de 1968, estando a desempenhar as funções de
Comandante de Secção, em virtude do seu Comandante ter
sido evacuado para o Hospital, por ferimentos recebidos
em combate, e apercebendo-se de alguma hesitação nos
seus homens, organizou perfeitamente a defesa no seu
sector.
Saltando para fora da trincheira, e em pé, totalmente a
descoberto, pediu aos seus subordinados que lhe fossem
passando carregadores e fez intenso fogo sobre o
inimigo, derrubando alguns terroristas e obrigando
outros a retirar.
Então, os elementos da sua Secção, galvanizados por tão
edificante exemplo, seguiram-no na defesa daquele sector
e, todos, repeliram totalmente o ataque inimigo, durante
o qual, não tendo qualquer graduado próximo, continuou
na posição de combate, incitando sempre os seus
camaradas e dando-lhes o seu decisivo exemplo.
Combateu, assim, o desanimo perante a insistência do
inimigo e contribuiu poderosamente para a vitória das
nossas tropas, mercê da sua capacidade de comando, a par
da qual evidenciou também sangue-frio, cora gem,
serenidade debaixo de fogo e desprezo pelo perigo, com o
que se tornou merecedor da admiração dos seus superiores
e subordinados e de ser apontado à consideração pública
como um graduado que honrou as tradições do Exército
Português.
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Jornal do Exército, ed. 120, pág.
64, de Dezembro de 1969
1.º Cabo José da Costa Machado
«Porque, quando do ataque Inimigo ao estacionamento
da sua Companhia, em 15 de Outubro de 1968, estando a
desempenhar as funções de Comandante de Secção, cm
virtude de o seu Comandante ter sido evacuado para o
Hospital, por ferimentos recebidos em combate, e
apercebendo-se de alguma hesitação nos seus homens,
organizou perfeitamente a defesa no seu sector. Saltando
para fora da trincheira, e em pé, totalmente descoberto,
pediu aos seus subordinados que lhe fossem passados
carregadores e fez intenso fogo sobre o inimigo,
derrubando alguns terroristas e obrigando outros a
retirar. Então os elementos da sua Secção, galvanizados
por tão edificante exemplo, seguiram-no na defesa
daquele sector, e, todos, repeliram totalmente o ataque
inimigo, durante o qual, não tendo qualquer graduado
próximo, continuou na sua posição de combate, incitando
sempre os seus homens e dando-lhes o seu decisivo
exemplo.
Combateu, assim, o desânimo perante a insistência do
inimigo e contribuiu poderosamente para a vitória das
nossas tropas, mercê da sua capacidade de Comando, a par
da qual evidenciou também sangue-frio, coragem,
serenidade debaixo de fogo e desprezo pelo perigo, com o
que se tornou merecedor da admiração dos seus superiores
e subordinados e de ser apontado à consideração pública
como graduado que honrou as melhores tradições do
Exército Português.»
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Batalhão de Caçadores
N.º 2837
Identificação:
BCac2837
Unidade
Mobilizadora:
Batalhão de Caçadores 10 (BC10 - Chaves)
Comandante:
Tenente-Coronel de Infantaria Octávio de
Carvalho Gaivão de Figueiredo
2.º Comandante
Major de Infantaria Carlos Rebelo Soares
Oficial de Informações e
Operações / Adjunto:
Major de Infantaria José Borges Tamegão
Comandantes de
Companhia
Companhia de Comando e Serviços
(CCS):
Capitão do Serviço Geral do Exército Armindo
Alves de Carvalho
Companhia de
Caçadores 2321 (CCac2321):
Capitão Mil.º Rui José Filgueira Esteves
Companhia de
Caçadores 2322 (CCac2322):
Capitão de Infantaria José Luís Guerreiro
Portela
Companhia de
Caçadores 2323 (CCac2323):
Capitão de Infantaria Américo das Dores
Moreira
Teve sob o seu comando:
Companhia de Artilharia 1627 (CArt1627),
Companhia de Artilharia 2386 (CArt2386),
2.ª Companhia do Batalhão de Caçadores 20
(2.ªCCac/BCac20),
2.ª Bataria de Bocas de Fogo do Grupo de Artilharia de
Campanha 6 (2.ªBtrbf/GAC6),
Companhia de Artilharia 2329 (CArt2329),
Companhia de Artilharia 2324 do Batalhão de Artilharia
2838 (CArt2324/BArt2838),
Companhia de Artilharia 2325 do Batalhão de Artilharia
2838 (CArt2325/BArt2838),
Companhia de Artilharia 2327 (CArt2327) e
Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328).
Divisa:
"Sempre Excelentes e Valorosos".
Partida:
Embarque, no NTT «Vera Cruz», no dia 31 de
Janeiro de 1968; Desembarque em 21 de Fevereiro de 1968.
Regresso:
Embarque, em navio, no dia 28 de Fevereiro de
1970.
Síntese da
Actividade Operacional
Desembarcou em Porto Amélia.
Foi
colocado em Macomia, no distrito de Cabo Delgado, onde
rendeu o Batalhão de Caçadores 1907 (BCac1907), no
subsector BMC.
As Companhias de Caçadores 2321, 2322 e 2323, foram
colocadas respectivamente, em Monte das Oliveiras,
Ma-taca e Chai, integradas no dispositivo do batalhão.
Ficaram sob o seu comando:
Companhia de Artilharia 1627 (CArt1627)em Quiterajo,
rendida (em Maio de 1968) pela Companhia de Artilharia
2386 (CArt2386), (esta em 18 de Março de 1969,
permutando com a Companhia de Caçadores 2321 (CCac2321),
foi colocada em Cruz Alta),
2.ª Companhia do Batalhão de Caçadores 20
(2.ªCCac/BCac20) em Rucia, a partir de Outubro de 1968
(cedeu 2 pelotões de reforço à CCS - Companhia de
Comando e Serviços),
Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328)no
Chai e Macomia (intervenção de 16 de Maio a 2 de Julho
de 1969 e de 13 de Agosto a 16 de Setembro de 1969) e
Companhia de Artilharia 2329 (CArt2329)
em Mucojo e Cruz Alta (intervenção de Fevereiro a Abril
de 1969 e de Junho a Setembro de 1969)
A actividade do inimigo no subsector era
intensa, com implantação de minas nos itinerários,
armadilhas, montagem de emboscadas e frequentes ataques
a aldeamentos e aquartelamentos.
Os principais refúgios do inimigo, situavam-se na Serra
Mapé e nas regiões da Serração Mecânica, de Nandenga, do
rio Liucué e de M'Tuto.
De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, o batalhão
[BCac2837], desenvolveu intensa actividade operacional,
através de escoltas a colunas logísticas, abertura de
itinerários, nomadizações, patrulhamentos, golpes de mão
e emboscadas, nas regiões de Macomia, Mataca, Cruz Alta,
Monte das Oliveiras, Serração Mecânica, Quiterajo, Rucia,
Mucojo, serra do Mapé, Darumba, Coveque e zonas do lago
N'Guri e dos rios Messalo (margem sul) Muacamula e Miote,
designadamente as operações
"Águia",
"Pantera",
"Dragão Vermelho",
"Bate Certo",
"Iniciação 1, 2 e 3",
"Serpente",
"Dragão Dourado",
"Dragão Prateado",
"Tira Teimas",
"Agora Vai",
"Pitão",
"Andorinha",
"Lobo",
"Gafanhoto",
"Zebra" e
"Águia Branca 1 e 2 ".
Em Setembro de 1969, rendido pelo Batalhão de Caçadores
2881 (BCac2881) foi transferido para Ribaué, no distrito
de Moçambique [Nampula], onde rendeu o Batalhão de
Caçadores 1918 (BCac1918), no subsector CRB.
Foram-lhe retiradas definitivamente as Companhias de
Caçadores 2321, 2322 e 2323.
Teve sob o seu comando, a
Companhia de Artilharia 2386 (CArt2386) em Lalaua (em
Setembro de 1969, acompanhara o deslocamento do Batalhão
do subsector BMC para o CRB), a
Companhia de Artilharia 2324 do Batalhão de Artilharia
2838 (CArt2324/BArt2838) em Ribaué, a
Companhia de Artilharia 2325 do Batalhão de Artilharia
2838 (CArt2325/BArt2838) em Entre-os-Rios, a
Companhia de Artilharia 2327 (CArt2327), em Murrupula e
a
Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328) em Mecuburi.
A subversão violenta não se fazia sentir no subsector.
De Setembro de 1969, até final da comissão, efectuou
patrulhamentos e assistência médico-sanitária à
população. Foi rendido em Ribaué (Fevereiro de 1970),
pelo Batalhão de Caçadores 2853 (BCac2853).
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Companhia de Caçadores
2321
A Companhia de Caçadores 2321 (CCac2321)
desembarcou em Porto Amélia.
Rendeu no Monte das Oliveiras, a Companhia de Caçadores
1584 (CCac1584).
Guarneceu Coveque com 2 secções; a 4 de Março de 1968,
este destacamento sofreu violento ataque com graves
consequências humanas e destruição total das
instalações.
A 10 de Junho de 1968, instalou-se em Macomia.
A 4 de Dezembro de 1968, foi transferida para o
Cruzamento Alto, na serra Mapé, onde estabeleceu um novo
aquartelamento, o qual a 10 de Fevereiro de 1968 passou
a designar-se Cruz Alta.
A 18 de Março de 1969, permutando com a Companhia de
Artilharia 2386 (CArt2386), foi transferida de Cruz Alta
para Quiterajo.
De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, submetida a
intensa actividade operacional, efectuou abertura de
itinerários, escoltas a colunas logísticas,
patrulhamentos, nomadizações, batidas e golpes de mão,
nomeadamente as operações:
"Lagarto 1" (entre os rios Mucamala, Liugé e Nambidge),
"Lagarto 3" (nascentes do rio Liucué),
"Serra 1", (vale do rio Namope) e
"Serra" (vale do Rio Mumbo).
Tomou parte nas operações
"Dragão Prateado",
"Agora Vai",
"Bate Certo",
"Serpente",
"Iniciação 1, 2 e 3" e
"Águia Branca 1".
Em Setembro de 1969, foi rendida em Quiterajo, pela
Companhia de Caçadores 2423 (CCac2423) e transferida
para Ponta Mahone, no distrito de Lourenço Marques, onde
rendeu a Companhia de Caçadores 1713 do Batalhão de
Caçadores 1918 (CCac1713/BCac1918).
Foi retirada definitivamente ao batalhão [BCac2837].
Ficou sob o comando do Batalhão de Caçadores 18 (BCac18
- Lourenço Marques).
Até final da comissão, executou patrulhamentos e
contacto com a população.
Foi rendida em Ponta Mahone (Fevereiro de 1970), pela
Companhia de Cavalaria 2375 do Batalhão de Cavalaria
2848 (CCav2375/BCav2848).
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Companhia de
Caçadores 2322
A Companhia de Caçadores 2322 (CCac2322)
desembarcou em Porto Amélia.
Rendeu em Mataca, a Companhia de Artilharia 1599
(CArt1599).
De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, efectuou acções
de contra guerrilha, através de patrulhamentos e
nomadizações nas regiões de Goli, Altare, Carriana,
Calambo, Mitumba, Quissanga, Panguia, Regule, Namara,
Nantomba, Escola, Mahate, Alifa, serra do Mapé e dos
rios Mapi, Messalo, Mitece, Unho e Napeu, escoltas a
colunas logísticas e abertura dos itinerários de Mataca
para Macomia, Mitumba e Muaguide, designadamente as
operações
"Beta 1 e 2",
"Olho Vivo" e
"Leão".
Tomou parte nas operações
"Dragão Vermelho",
"Dragão Prateado",
"Agora Vai",
"Bate Certo",
"Serpente" e
"Iniciação 1, 2 e 3".
Em Setembro de 1969, foi rendida em Mataca, pela
Companhia de Caçadores 2555 do Batalhão de Caçadores
2881 (CCac2555/BCac2881) e transferida para Lourenço
Marques, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1714 do
Batalhão de Caçadores 1918 (CCac1714/BCac1918).
Foi retirada definitivamente ao batalhão [BCac2837],
ficando sob o comando do Batalhão de Caçadores 18
(BCac18 - Lourenço Marques).
Até final da comissão executou patrulhamentos na cidade
e zona limítrofes.
Foi rendida em Lourenço Marques (Fevereiro de 1970),
pela Companhia de Artilharia 2386 (CArt2386).
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Companhia de Caçadores
2323
A Companhia de Caçadores (CCac2323)
desembarcou em Porto Amélia.
Rendeu no Chai, a Companhia de Cavalaria 1602
(CCav1602).
De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, efectuou
escoltas a colunas logísticas e abertura dos itinerários
para Rucia, Macomia, Mataca e Moja, patrulhamentos e
nomadizações, nas zonas de Tchadular, Namurra, lago N'Guri,
lagoa do Chai, Maiva, Namua, Singuidita, Nantomba,
margens dos rios Messalo, Riambedo e Muirite, entre
outras as operações
"Novos Horizontes",
"Outra Vez",
"Muchem Mapé" e
"Muchem Nhongolo 1".
Participou nas operações
"Dragão Prateado",
"Agora Vai",
"Bate Certo",
"Serpente" e
"Iniciação 1, 2 e 3".
Em Setembro de 1969, foi rendida no Chai, pela Companhia
de Caçadores 2553 do Batalhão de Caçadores 2881
(CCac2553/BCac2881) e transferida para Namaacha, no
distrito de Lourenço Marques, onde rendeu a Companhia de
Caçadores 1715 do Batalhão de Caçadores 1918
(CCac1715/BCac1918).
Foi retirada definitivamente ao batalhão [BCac2837],
ficando sob o comando do CTS (Comando Territorial do
Sul).
Até final da comissão, efectuou
patrulhamentos e contacto com a população.
Foi rendida em Namaacha (Fevereiro de 1970), pela
Companhia de Cavalaria 2399 do Batalhão de Cavalaria
2850 (CCav2399/BCav2850).
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Dos resultados obtidos, decorrentes da
actividade operacional do batalhão, salienta-se, entre o
diverso material capturado: 5 metralhadoras ligeiras, 4
pistolas, 56 espingardas, 3 lança granadas-foguete, 2
granadas de morteiro, 114 granadas de mão, grande
quantidade de munições de armas ligeiras e variada
documentação.