Soldado de Cavalaria, n.º
01907467
JOSÉ FRANCISCO FIALHO MATADO
CCav1729/BCav1923 - RC3
MOÇAMBIQUE
4.ª CLASSE
Transcrição do Despacho publicado
na OE n.º 36 - 3.ª série de 1968.
Agraciado com a Cruz de Guerra de
4.ª Classe, nos termos do art.º 12.º
do Regulamento da Medalha Militar,
promulgado pelo Decreto n.º 35 667,
de 28 de Maio de 1946, por despacho
do Comandante-Chefe das Forças
Armadas de Moçambique, de 23 de
Novembro de 1968:
O Soldado n.º 01907467, José
Francisco Fialho Matado, da
Companhia de Cavalaria n.º 1729 do
Batalhão de Cavalaria n.º 1923 —
Regimento de Cavalaria n.º 3.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 86, de 26 de
Outubro de 1968, do Quartel General
da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):
Louvado o Soldado n.º 01907467, José
Francisco Fialho Matado, da
Companhia de Cavalaria n.º 1729 do
Batalhão de Cavalaria n.º 1923,
porque, durante uma emboscada
montada pelo inimigo a uma coluna,
no itinerário Mocímboa do Rovuma -
Mueda, na manhã do dia 19 de Janeiro
de 1968, resistiu valentemente ao
ataque que o inimigo lançou de um e
outro lado da picada, mantendo-se em
cima da viatura com a sua G3 de cano
reforçado, para em melhores
condições poder bater com o seu fogo
os atacantes, conseguindo silenciar
completamente uma metralhadora
inimiga que varria a zona de morte
onde ele e os seus camaradas haviam
caído.
É de salientar a acção deste Soldado
que, debaixo de intenso fogo
inimigo, e apesar deste ter lançado
uma granada de bazooka para próximo
da sua viatura, originando diversos
feridos nas nossas tropas, revelou
grande serenidade, coragem, decisão
e sangue frio, ao conseguir com o
fogo da sua arma, cobrir os seus
camaradas feridos, não permitindo
que o inimigo os abatesse dentro da
zona de morte e sem abrigo.
Já anteriormente o Soldado Matado
havia dado provas de arrojo perante
o inimigo noutras acções da sua
Companhia. Alia a todas estas
qualidades o espírito alegre com que
anima os seus camaradas e que o
tornam o exemplo das qualidades que
são apanágio do Soldado Português.
Graças à sua valorosa actuação, não
ficou a sua Unidade a lamentar
irreparáveis baixas, tornando-se,
assim, credor da admiração dos seus
superiores e camaradas que vêm nele
um exemplo a apresentar à Nação e
que muito enobrece o Soldado
Português, a Arma e o Exército a que
pertence.
Identificação:
BCav1923
Unidade
Mobilizadora:
Regimento de Cavalaria 3
(RC3 - Estremoz)
Comandante:
Tenente-Coronel de
Cavalaria Alexandre António Bahia
Rodrigues Santos
2.º
Comandante:
Major de Cavalaria Luís
Maria de Sousa Campeão Gouveia
Major de Cavalaria Mário da Cunha
Seixas
Major de Cavalaria Ricardo Ivens
Ferraz Galiano Tavares
Oficial de
Informações e Operações /Adjunto:
Major de Cavalaria
António Malta Leuschner Fernandes
Major de Cavalaria Mário da Cunha
Seixas
Comandantes
de Companhia
Companhia
de Comando e Serviços (CCS):
Capitão do Serviço Geral
do Exército Filipe Domingos dos
Santos
Companhia
de Cavalaria 1728 (CCav1728)
Capitão de Cavalaria José
Alberto Meneses Pereira Monteiro
Companhia
de Cavalaria 1729 (CCav1729)
Capitão de Cavalaria
Filomeno Jorge Malheiro Garcia
Companhia
de Cavalaria 1730 (CCav1730)
Capitão de Cavalaria
Henrique Sá Pereira
Capitão de Cavalaria Luís Gonzaga
Ribeiro Goulão
Teve sob o
seu comando:
Companhia de Caçadores de
Tete (CCacTete),
Companhia de Caçadores 1553 do
Batalhão de Caçadores 1889
(CCac1553/BCac1889) e
Companhia de Caçadores 1710 do
Batalhão de Caçadores 1916
(CCac1710/BCac1916).
Divisa:
"Na Guerra Conduta Mais
Brilhante"
Partida:
Embarque no dia 3 de
Agosto de 1967, no NTT «Niassa»;
Desembarque no dia 3 de Setembro de
1967, em Mocímboa da Praia.
Regresso:
Embarque no dia 12 de
Outubro de 1969, na cidade da Beira.
Síntese da
Actividade Operacional
Desembarcou em Mocímboa
da Praia, seguindo para Mocímboa do
Rovuma, onde rendeu o Batalhão de
Caçadores 1890 (BCac1890), no
subsector BRV.
As Companhias de Cavalaria1728, 1729
e 1730, foram colocadas
respectivamente, em Nangade,
Mocímboa do Rovuma e Negomano,
integradas no dispositivo do
batalhão [BCav1923].
O inimigo desenvolvia a actividade
subversiva violenta, através de
implantação de engenhos explosivos
nos itinerários, emboscadas,
flagelações e ataques a
aquartelamentos, algumas vezes com
tentativa de assalto.
De Setembro de 1967 a Maio de 1968,
a actividade operacional consistia
em abertura de itinerários
(detectadas dezenas de minas APess (anti-pessoal)
e ACar (anti-carro), algumas
accionadas inadvertidamente causaram
baixas às Nossas Tropas), escoltas,
nomadizações, patrulhamentos e
emboscadas, nas regiões de Mocímboa
do Rovuma, Negomano, Nazombe,
Nangade, Chinongo, Quitope e dos
rios Ninga, Ligere, Matiu,
Liparanhanga, Muimbua, Nange, Buide
e margem sul do Rovuma,
designadamente as operações:
"Agostinho",
"Águia",
"Arrancada",
"Banana",
"Bicada",
"Bom Dia",
"Busca",
"Carapau",
"Consolo",
"Corta Mato I, II e III",
"Coyote",
"Dragão Verde",
"Dragão Negro I e II",
"Esperança",
"Flagelo",
"Fogo",
"Fornilho",
"Jacaré",
"Lima",
"Lobito",
"Palpite",
"Sabre",
"Sapador",
"Soldado Remédios",
"Trapézio I e II" e
"Trizada".
Efectuou trabalhos de aumento da
pista de aterragem de Mocímboa do
Rovuma, segurança desta e dos
trabalhos de engenharia na sua ZA
(zona de acção), persistente acção
psicológica e assistência
médico-medicamentosa à população.
Em Maio de 1968, rendido pelo
Batalhão de Cavalaria 2848
(BCav2848), foi transferido para
Tete, onde rendeu o Batalhão de
Artilharia 1881 (BArt1881), no
subsector FIT.
As Companhias de Cavalaria1728, 1729
e 1730, foram colocadas
respectivamente, em Moatize,
Mutarara e Tete, integradas no
dispositivo do batalhão [BCav1923].
Ficaram sob o seu comando:
Companhia de Caçadores de Vila
Manica em Zobué, (Outubro a Dezembro
de 1968),
Companhia de Caçadores de Tete em
Magoé e
Companhia de Caçadores 1553 do
Batalhão de Caçadores 1889
(CCac1553/BCac1889) em Vila
Coutinho, rendida em Junho de 1968
pela Companhia de Caçadores 1710 do
Batalhão de Caçadores 1916
(CCac1710/BCac1916); esta, devido a
remodelação do dispositivo em Agosto
de 1968, passou a depender do
Batalhão de Caçadores 2842
(BCac2842) (subsector de Furancungo).
A Companhia de Comando e Serviços
(CCS/BCav1923) recebeu o reforço de
1 pelotão da Companhia de Caçadores
de Tete, destacado em Casula.
A actividade violenta do inimigo,
era reduzida, havendo indícios de
aliciamento das populações.
De Maio de 1968, até final da
comissão, a actividade operacional,
caracterizou-se pela execução de
escoltas, patrulhamentos, contacto
com as populações, colaboração com
as autoridades administrativas,
assistência médico-sanitária e acção
psicológica.
Foi rendido em Tete (Setembro de
1969), pelo Batalhão de Caçadores
2836 (BCac2836).
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A Companhia
de Cavalaria 1728 (CCav1728)
desembarcou em Mocímboa da Praia.
Rendeu em Nangade, a Companhia de
Caçadores 1557 do Batalhão de
Caçadores 1890 (CCac1557/BCac1890).
Recebeu o reforço do Pelotão de
Reconhecimento do batalhão
[BCav1923], durante o período em que
deu protecção à Companhia de
Engenharia 1575 (CEng1575), nos
trabalhos de beneficiação dos
itinerários na sua ZA (zona de
acção).
De Setembro de 1967 a Maio de 1968,
executou, entre outras, as
operações:
"Sapador" (entre os lagos Nangade e
Lidede),
"Carapau" (Tartibo),
"Bovril" (Magaiacoio) e
"Lobito" (zona do lago Nangade).
Tomou parte na operação "Soldado
Remédios".
Em Maio de 1968 foi rendida pela
Companhia de Cavalaria 2376 do
Batalhão de Cavalaria 2848
(CCav2376/BCav2848) e transferida
para Moatize, onde rendeu a
Companhia de Artilharia 1512 do
Batalhão de Artilharia 1881
(CArt1512/BArt1881).
Guarneceu, até final de Outubro de
1968, Zobué com 1 pelotão; foi
substituído pela Companhia de
Caçadores de Vila Manica. Cedeu de
reforço a esta companhia, de 28 de
Outubro a 30 de Dezembro de 1968, 1
secção destacada em Caldas Xavier.
De Maio de 1968 a Março de 1969,
efectuou patrulhamentos,
nomadizações e contacto com a
população, prestando-lhe assistência
medicamentosa.
A 3 de Março de 1969, permutando com
a Companhia de Cavalaria 1730
(CCav1730), foi colocada em Tete, na
situação de intervenção do comando
do Sector F (ali sedeado).
Participou em operações efectuadas
em várias regiões do distrito de
Tete, nomeadamente:
"Surpreza", "Gato" e "Luia"
(subsector de Furancungo),
"Milhafre", "Gazela", "Antílope", "Bambi",
"Lion" e "Tira Dentes" (subsector de
Bene),
"Grandes Chefes" e "Beira Rio"
(subsector de Fingoé).
Foi rendida em Tete (Setembro de
1969), pela Companhia de Caçadores
2318 do Batalhão de Caçadores 2836
(CCac2318/BCac2836).
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A
Companhia de Cavalaria 1729
(CCav1729)
desembarcou em Mocímboa da Praia.
Colocada em Mocímboa do Rovuma,
rendeu a Companhia de Caçadores 1556
do Batalhão de Caçadores 1890
(CCac1556/BCac1890).
De Setembro de 1967 a Maio de 1968,
executou, entre outras, as
operações:
"Trisada" (região do "Acampamento
Chicundi"),
"Torquilha" (entre os rios Matiu,
Liparinhanga e Rovuma),
"Real" (vale do rio Nacalenga) e
"Facho" (região de Palala).
Tomou parte nas operações,
"Soldado Remédios",
"Dragão Negro",
"Corta-Mato",
"Palpite" e
"Esperança".
Em Maio de 1968, foi rendida pela
Companhia de Cavalaria 2375 do
batalhão de Cavalaria 2848
(CCav2375/BCav2848) e transferida
para Mutarara, onde rendeu a
Companhia de Artilharia 1513 do
Batalhão de Artilharia 1881
(CArt1513/BArt1881).
Guarneceu Doa com 1 pelotão e com 1
secção a ponte de Dona Ana.
De 11 de Novembro a 30 de Dezembro
de 1968, teve 1 pelotão destacado em
Tsangano, na situação de reforço da
Companhia de Caçadores de Vila
Manica, sedeada em Zobué.
A actividade operacional consistiu
principalmente em patrulhamentos, e
contacto com a população em acção
educativa e assistência
medicamentosa.
Foi rendida em Mutarara (Setembro de
1969), pela Companhia de Caçadores
2320 do Batalhão de Caçadores 2836
(CCac2320/BCac2836).
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A Companhia
de Cavalaria 1730 (CCav1730)
desembarcou em Mocímboa da Praia e
foi colocada em Negomano, onde
rendeu a Companhia de Caçadores 1555
do Batalhão de Caçadores 1890
(CCac1555/BCac1890).
De Setembro de 1967 a Maio de 1968,
executou, entre outras, as
operações:
"Jacaré" e "Tra-pézio" (vale do rio
Rovuma) e
"Flagelo" (região de Nazombe).
Tomou parte nas operações,
"Corta-Mato" e
"Palpite".
Em Maio de 1968 foi rendida pela
Companhia de Cavalaria 2377 do
batalhão de Cavalaria 2848
(CCav2377/BCav2848) e transferida de
Negomano para Tete, onde rendeu a
Companhia de Artilharia 1511 do
Batalhão de Artilharia 1881
(CArt1511/BArt1881).
Na situação de intervenção do
comando do Sector F (Tete),
participou em operações efectuadas
em várias regiões do distrito de
Tete, designadamente:
"Tripper" (vale do rio Capoche),
"1.ª Bucha" (confluência dos rios
Capoche e Zambeze),
" 2.ª Bucha" (serra Sacari),
"3.ª Bucha" e "Atalaia" (serra
Salambidua),
"Natal" (região de Bene) e
"Presença" (região de Cabora-Bassa).
A 3 de Março de 1969, foi
transferida por troca com a
Companhia de Cavalaria 1728
(CCav1728), de Tete para Moatize,
regressando ao batalhão [BCav1923].
Guarneceu Zobué com 1 pelotão.
A partir de 28 de Abril de 1969
guarneceu com 1 pelotão o
destacamento de Caldas Xavier.
Até final da comissão, efectuou
entre outras, as operações:
"Teia" (Caji),
"Alpino" (Mogunda) e
"Olá" (vale do rio Zambeze).
Embora na situação de quadrícula,
participou em operações planeados e
comandadas pelo Sector F,
designadamente:
"Relâmpago" (subsector de Furancungo),
"Ereza" e
"Grandes Chefes" (subsector de Bene).
Foi rendida em Moatize (Setembro de
1969), pela Companhia de Caçadores
2319 do Batalhão de Caçadores 2836
(CCac2319/BCac2836).
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Dos resultados obtidos, decorrentes
da actividade operacional do
batalhão [BCav1923], salienta-se,
entre o diverso material capturado:
2 metralhadoras ligeiras; 4
pistolas-metralhadoras; 10
espingardas; grande quantidade de
munições de armas ligeiras e variada
documentação.