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Condecorações

José Francisco Fialho Matado, Soldado de Cavalaria, da CCav1729: Cruz de Guerra de 4.ª classe

 

"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom que para preservação

do nosso orgulho como Portugueses, elas não se esqueçam"
Barata da Silva
, Vice-Comodoro

 

HONRA E GLÓRIA

Fontes:

5.º Volume, Tomo V, pág. 327, da RHMCA / CECA / EME

7.º Volume, Tomo III, Livro 1, pág.s 388 a 391, da RHMCA / CECA / EME

Jornal do Exército, ed. 112, pág. 59, de Abril de 1969

Imagens dos distintivos cedidas por Carlos Coutinho

 

 

José Francisco Fialho Matado

 

Soldado de Cavalaria, n.º 01907467

 

Companhia de Cavalaria 1729

 

Batalhão de Cavalaria 1923

 

«NA GUERRA CONDUTA MAIS BRILHANTE»

 

Moçambique: 03Set1967 a 12Out1969

 

Cruz de Guerra de 4.ª classe

 

Prémio 'Governador-Geral' de Moçambique

 

 

José Francisco Fialho Matado, Soldado de Cavalaria, n.º 01907467.

 

Mobilizado pelo Regimento de Cavalaria 3 (RC3 - Estremoz) para servir Portugal na Província Ultramarina de Moçambique integrado na Companhia de Cavalaria 1729 do Batalhão de Cavalaria 1923 «NA GUERRA CONDUTA MAIS BRILHANTE», no período de 3 de Setembro de 1967 a 12 de Outubro de1969.

 

Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª classe por feitos em combate (OS n.º 86, de 26 de Outubro de 1968, do Quartel General da Região Militar de Moçambique e OE n.º 36 - 3.ª série, de 1968).

 

Cruz de Guerra de 4.ª classe

 

 

 

Soldado de Cavalaria, n.º 01907467
JOSÉ FRANCISCO FIALHO MATADO
 

CCav1729/BCav1923 - RC3
MOÇAMBIQUE
 

4.ª CLASSE
 

Transcrição do Despacho publicado na OE n.º 36 - 3.ª série de 1968.
 

Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe, nos termos do art.º 12.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35 667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, de 23 de Novembro de 1968:


O Soldado n.º 01907467, José Francisco Fialho Matado, da Companhia de Cavalaria n.º 1729 do Batalhão de Cavalaria n.º 1923 — Regimento de Cavalaria n.º 3.


Transcrição do louvor que originou a condecoração.


(Publicado na OS n.º 86, de 26 de Outubro de 1968, do Quartel General da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):


Louvado o Soldado n.º 01907467, José Francisco Fialho Matado, da Companhia de Cavalaria n.º 1729 do Batalhão de Cavalaria n.º 1923, porque, durante uma emboscada montada pelo inimigo a uma coluna, no itinerário Mocímboa do Rovuma - Mueda, na manhã do dia 19 de Janeiro de 1968, resistiu valentemente ao ataque que o inimigo lançou de um e outro lado da picada, mantendo-se em cima da viatura com a sua G3 de cano reforçado, para em melhores condições poder bater com o seu fogo os atacantes, conseguindo silenciar completamente uma metralhadora inimiga que varria a zona de morte onde ele e os seus camaradas haviam caído.

 
É de salientar a acção deste Soldado que, debaixo de intenso fogo inimigo, e apesar deste ter lançado uma granada de bazooka para próximo da sua viatura, originando diversos feridos nas nossas tropas, revelou grande serenidade, coragem, decisão e sangue frio, ao conseguir com o fogo da sua arma, cobrir os seus camaradas feridos, não permitindo que o inimigo os abatesse dentro da zona de morte e sem abrigo.


Já anteriormente o Soldado Matado havia dado provas de arrojo perante o inimigo noutras acções da sua Companhia. Alia a todas estas qualidades o espírito alegre com que anima os seus camaradas e que o tornam o exemplo das qualidades que são apanágio do Soldado Português.


Graças à sua valorosa actuação, não ficou a sua Unidade a lamentar irreparáveis baixas, tornando-se, assim, credor da admiração dos seus superiores e camaradas que vêm nele um exemplo a apresentar à Nação e que muito enobrece o Soldado Português, a Arma e o Exército a que pertence.

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Jornal do Exército, ed. 112, pág. 59, de Abril de 1969

 

Prémio 'Governador-Geral' de Moçambique

 

«Pela forma como se comportou no decorrer de uma forte emboscada, mantendo-se calmamente a alvejar o inimigo, sempre de pé e sem abandonar a sua viatura para obter melhor comandamento de tiro, conseguindo assim neutralizar uma metralhadora que batia fortemente a zona de morte e não permitindo que o inimigo abordasse a viatura que havia sido atingida por uma granada que ferira vários camaradas seus, salvando-os assim de melindrosa situação.

 

O Soldado Matado já revelou por várias vezes grande serenidade debaixo de fogo e é condecorado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe.»

 


     

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Batalhão de Cavalaria N.º 1923


Identificação:
BCav1923


Unidade Mobilizadora:
Regimento de Cavalaria 3 (RC3 - Estremoz)


Comandante:
Tenente-Coronel de Cavalaria Alexandre António Bahia Rodrigues Santos


2.º Comandante:
Major de Cavalaria Luís Maria de Sousa Campeão Gouveia
Major de Cavalaria Mário da Cunha Seixas
Major de Cavalaria Ricardo Ivens Ferraz Galiano Tavares
 

Oficial de Informações e Operações /Adjunto:
Major de Cavalaria António Malta Leuschner Fernandes
Major de Cavalaria Mário da Cunha Seixas
 

Comandantes de Companhia
 

Companhia de Comando e Serviços (CCS):
Capitão do Serviço Geral do Exército Filipe Domingos dos Santos


Companhia de Cavalaria 1728 (CCav1728)
Capitão de Cavalaria José Alberto Meneses Pereira Monteiro


Companhia de Cavalaria 1729 (CCav1729)
Capitão de Cavalaria Filomeno Jorge Malheiro Garcia


Companhia de Cavalaria 1730 (CCav1730)
Capitão de Cavalaria Henrique Sá Pereira
Capitão de Cavalaria Luís Gonzaga Ribeiro Goulão


Teve sob o seu comando:
Companhia de Caçadores de Tete (CCacTete),
Companhia de Caçadores 1553 do Batalhão de Caçadores 1889 (CCac1553/BCac1889) e
Companhia de Caçadores 1710 do Batalhão de Caçadores 1916 (CCac1710/BCac1916).


Divisa:
"Na Guerra Conduta Mais Brilhante"


Partida:
Embarque no dia 3 de Agosto de 1967, no NTT «Niassa»; Desembarque no dia 3 de Setembro de 1967, em Mocímboa da Praia.


Regresso:
Embarque no dia 12 de Outubro de 1969, na cidade da Beira.


Síntese da Actividade Operacional
Desembarcou em Mocímboa da Praia, seguindo para Mocímboa do Rovuma, onde rendeu o Batalhão de Caçadores 1890 (BCac1890), no subsector BRV.


As Companhias de Cavalaria1728, 1729 e 1730, foram colocadas respectivamente, em Nangade, Mocímboa do Rovuma e Negomano, integradas no dispositivo do batalhão [BCav1923].


O inimigo desenvolvia a actividade subversiva violenta, através de implantação de engenhos explosivos nos itinerários, emboscadas, flagelações e ataques a aquartelamentos, algumas vezes com tentativa de assalto.


De Setembro de 1967 a Maio de 1968, a actividade operacional consistia em abertura de itinerários (detectadas dezenas de minas APess (anti-pessoal) e ACar (anti-carro), algumas accionadas inadvertidamente causaram baixas às Nossas Tropas), escoltas, nomadizações, patrulhamentos e emboscadas, nas regiões de Mocímboa do Rovuma, Negomano, Nazombe, Nangade, Chinongo, Quitope e dos rios Ninga, Ligere, Matiu, Liparanhanga, Muimbua, Nange, Buide e margem sul do Rovuma, designadamente as operações:


"Agostinho",
"Águia",
"Arrancada",
"Banana",
"Bicada",
"Bom Dia",
"Busca",
"Carapau",
"Consolo",
"Corta Mato I, II e III",
"Coyote",
"Dragão Verde",
"Dragão Negro I e II",
"Esperança",
"Flagelo",
"Fogo",
"Fornilho",
"Jacaré",
"Lima",
"Lobito",
"Palpite",
"Sabre",
"Sapador",
"Soldado Remédios",
"Trapézio I e II" e
"Trizada".


Efectuou trabalhos de aumento da pista de aterragem de Mocímboa do Rovuma, segurança desta e dos trabalhos de engenharia na sua ZA (zona de acção), persistente acção psicológica e assistência médico-medicamentosa à população.


Em Maio de 1968, rendido pelo Batalhão de Cavalaria 2848 (BCav2848), foi transferido para Tete, onde rendeu o Batalhão de Artilharia 1881 (BArt1881), no subsector FIT.


As Companhias de Cavalaria1728, 1729 e 1730, foram colocadas respectivamente, em Moatize, Mutarara e Tete, integradas no dispositivo do batalhão [BCav1923].


Ficaram sob o seu comando:
Companhia de Caçadores de Vila Manica em Zobué, (Outubro a Dezembro de 1968),
Companhia de Caçadores de Tete em Magoé e
Companhia de Caçadores 1553 do Batalhão de Caçadores 1889 (CCac1553/BCac1889) em Vila Coutinho, rendida em Junho de 1968 pela Companhia de Caçadores 1710 do Batalhão de Caçadores 1916 (CCac1710/BCac1916); esta, devido a remodelação do dispositivo em Agosto de 1968, passou a depender do Batalhão de Caçadores 2842 (BCac2842) (subsector de Furancungo).


A Companhia de Comando e Serviços (CCS/BCav1923) recebeu o reforço de 1 pelotão da Companhia de Caçadores de Tete, destacado em Casula.


A actividade violenta do inimigo, era reduzida, havendo indícios de aliciamento das populações.
De Maio de 1968, até final da comissão, a actividade operacional, caracterizou-se pela execução de escoltas, patrulhamentos, contacto com as populações, colaboração com as autoridades administrativas, assistência médico-sanitária e acção psicológica.


Foi rendido em Tete (Setembro de 1969), pelo Batalhão de Caçadores 2836 (BCac2836).
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A Companhia de Cavalaria 1728 (CCav1728) desembarcou em Mocímboa da Praia.


Rendeu em Nangade, a Companhia de Caçadores 1557 do Batalhão de Caçadores 1890 (CCac1557/BCac1890).


Recebeu o reforço do Pelotão de Reconhecimento do batalhão [BCav1923], durante o período em que deu protecção à Companhia de Engenharia 1575 (CEng1575), nos trabalhos de beneficiação dos itinerários na sua ZA (zona de acção).


De Setembro de 1967 a Maio de 1968, executou, entre outras, as operações:


"Sapador" (entre os lagos Nangade e Lidede),
"Carapau" (Tartibo),
"Bovril" (Magaiacoio) e
"Lobito" (zona do lago Nangade).
Tomou parte na operação "Soldado Remédios".


Em Maio de 1968 foi rendida pela Companhia de Cavalaria 2376 do Batalhão de Cavalaria 2848 (CCav2376/BCav2848) e transferida para Moatize, onde rendeu a Companhia de Artilharia 1512 do Batalhão de Artilharia 1881 (CArt1512/BArt1881).


Guarneceu, até final de Outubro de 1968, Zobué com 1 pelotão; foi substituído pela Companhia de Caçadores de Vila Manica. Cedeu de reforço a esta companhia, de 28 de Outubro a 30 de Dezembro de 1968, 1 secção destacada em Caldas Xavier.


De Maio de 1968 a Março de 1969, efectuou patrulhamentos, nomadizações e contacto com a população, prestando-lhe assistência medicamentosa.


A 3 de Março de 1969, permutando com a Companhia de Cavalaria 1730 (CCav1730), foi colocada em Tete, na situação de intervenção do comando do Sector F (ali sedeado).


Participou em operações efectuadas em várias regiões do distrito de Tete, nomeadamente:


"Surpreza", "Gato" e "Luia" (subsector de Furancungo),
"Milhafre", "Gazela", "Antílope", "Bambi", "Lion" e "Tira Dentes" (subsector de Bene),
"Grandes Chefes" e "Beira Rio" (subsector de Fingoé).


Foi rendida em Tete (Setembro de 1969), pela Companhia de Caçadores 2318 do Batalhão de Caçadores 2836 (CCac2318/BCac2836).
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A Companhia de Cavalaria 1729 (CCav1729) desembarcou em Mocímboa da Praia.


Colocada em Mocímboa do Rovuma, rendeu a Companhia de Caçadores 1556 do Batalhão de Caçadores 1890 (CCac1556/BCac1890).


De Setembro de 1967 a Maio de 1968, executou, entre outras, as operações:


"Trisada" (região do "Acampamento Chicundi"),
"Torquilha" (entre os rios Matiu, Liparinhanga e Rovuma),
"Real" (vale do rio Nacalenga) e
"Facho" (região de Palala).
Tomou parte nas operações,
"Soldado Remédios",
"Dragão Negro",
"Corta-Mato",
"Palpite" e
"Esperança".


Em Maio de 1968, foi rendida pela Companhia de Cavalaria 2375 do batalhão de Cavalaria 2848 (CCav2375/BCav2848) e transferida para Mutarara, onde rendeu a Companhia de Artilharia 1513 do Batalhão de Artilharia 1881 (CArt1513/BArt1881).


Guarneceu Doa com 1 pelotão e com 1 secção a ponte de Dona Ana.


De 11 de Novembro a 30 de Dezembro de 1968, teve 1 pelotão destacado em Tsangano, na situação de reforço da Companhia de Caçadores de Vila Manica, sedeada em Zobué.


A actividade operacional consistiu principalmente em patrulhamentos, e contacto com a população em acção educativa e assistência medicamentosa.


Foi rendida em Mutarara (Setembro de 1969), pela Companhia de Caçadores 2320 do Batalhão de Caçadores 2836 (CCac2320/BCac2836).
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A Companhia de Cavalaria 1730 (CCav1730) desembarcou em Mocímboa da Praia e foi colocada em Negomano, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1555 do Batalhão de Caçadores 1890 (CCac1555/BCac1890).


De Setembro de 1967 a Maio de 1968, executou, entre outras, as operações:


"Jacaré" e "Tra-pézio" (vale do rio Rovuma) e
"Flagelo" (região de Nazombe).
Tomou parte nas operações,
"Corta-Mato" e
"Palpite".


Em Maio de 1968 foi rendida pela Companhia de Cavalaria 2377 do batalhão de Cavalaria 2848 (CCav2377/BCav2848) e transferida de Negomano para Tete, onde rendeu a Companhia de Artilharia 1511 do Batalhão de Artilharia 1881 (CArt1511/BArt1881).


Na situação de intervenção do comando do Sector F (Tete), participou em operações efectuadas em várias regiões do distrito de Tete, designadamente:


"Tripper" (vale do rio Capoche),
"1.ª Bucha" (confluência dos rios Capoche e Zambeze),
" 2.ª Bucha" (serra Sacari),
"3.ª Bucha" e "Atalaia" (serra Salambidua),
"Natal" (região de Bene) e
"Presença" (região de Cabora-Bassa).


A 3 de Março de 1969, foi transferida por troca com a Companhia de Cavalaria 1728 (CCav1728), de Tete para Moatize, regressando ao batalhão [BCav1923].

 
Guarneceu Zobué com 1 pelotão.


A partir de 28 de Abril de 1969 guarneceu com 1 pelotão o destacamento de Caldas Xavier.


Até final da comissão, efectuou entre outras, as operações:
"Teia" (Caji),
"Alpino" (Mogunda) e
"Olá" (vale do rio Zambeze).


Embora na situação de quadrícula, participou em operações planeados e comandadas pelo Sector F, designadamente:


"Relâmpago" (subsector de Furancungo),
"Ereza" e
"Grandes Chefes" (subsector de Bene).


Foi rendida em Moatize (Setembro de 1969), pela Companhia de Caçadores 2319 do Batalhão de Caçadores 2836 (CCac2319/BCac2836).
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Dos resultados obtidos, decorrentes da actividade operacional do batalhão [BCav1923], salienta-se, entre o diverso material capturado: 2 metralhadoras ligeiras; 4 pistolas-metralhadoras; 10 espingardas; grande quantidade de munições de armas ligeiras e variada documentação.
 

 

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