"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo V,
pág. 552, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo III,
Livro 1, pág.s 171 a 174, da RHMCA / CECA / EME
Jornal do Exército, ed.
117, pág. 58 de Set1969
Imagens dos
distintivos cedidas pelo
veterano Carlos Coutinho
|
José Carlos Carvalho Simões
Alferes Mil.º de
Infantaria, n.º 00338266
Companhia de Caçadores 2322
Batalhão de
Caçadores 2837
«SEMPRE
EXCELENTES E VALOROSOS»
Moçambique:
21Fev1968 a
28Fev1970
Cruz de Guerra, de 3.ª classe
Prémio 'Governador'
José Carlos Carvalho Simões, Alferes
Mil.º de
Infantaria, n.º 00338266.
Mobilizado pelo Batalhão de
Caçadores 10 (BC10 - Chaves) para
servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique, em Mataca
e Lourenço Marques, integrado na
Companhia de
Caçadores 2322 do Batalhão de
Caçadores 2837 «SEMPRE EXCELENTES E
VALOROSOS», no período
de 21 de Fevereiro de 1968 a 28 de
Fevereiro
de 1970.
Cruz de Guerra, de 3.ª classe
Alferes
Miliciano de Infantaria
JOSÉ CARLOS CARVALHO SIMÕES
CCac2322/BCac2837 - BC10
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada
na OE n.º 23 — 2.ª série de 1969.
Por Portaria de 11 de Novembro de
1969:
Condecorado com a Cruz de Guerra de
3.ª classe, ao abrigo dos artigos
9.º e 10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de
combate na Província de Moçambique,
o
Alferes Miliciano de Infantaria,
José Carlos Carvalho Simões, da
Companhia de Caçadores n.º 2322 do
Batalhão de Caçadores n.º 2837 -
Batalhão de Caçadores n.º 10 (BC10 -
Chaves).
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 20, de 12 de
Março de 1969, do Quartel General da
Região Militar de Moçambique (QG/RMM):
Que, por seu despacho de 26 de
Fevereiro de 1969, louvou o Alferes
Miliciano n.º 00338266, José Carlos
Carvalho Simões, da Companhia de
Caçadores n.º 2322 do Batalhão de
Caçadores n.º 2837, porque, quando
do ataque inimigo ao estacionamento
da sua Companhia, em 15 de Outubro
de 1968, e logo que a acção se
iniciou, apercebendo-se de que o seu
sector ainda não exigia a sua
presença, correu para a posição de
morteiro de 81mm e sem ajuda,
durante algum tempo, e seguindo
indicações que lhe davam, fez fogo
intenso sobre as posições inimigas.
Terminadas as munições, correu, a
descoberto, debaixo de fogo intenso,
para o seu sector, que agora estava
a ser fortemente atacado.
Organizando-o imediatamente e
fazendo fogo intenso com a sua arma
individual, para o que se expunha
constantemente, galvanizou os seus
homens e deu-lhes um vivo exemplo de
coragem, valentia, serenidade
debaixo de fogo e desprezo pela
própria vida, contribuindo
decididamente para aliviar pressão
do inimigo no seu sector, que era um
dos mais alvejados, e para a
posterior retirada dos atacantes.
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Jornal do Exército, ed.
117, pág. 58, de Set1969
«Pelo
seu exemplo de grande coragem,
decisão e serena energia debaixo de
fogo no decorrer dum ataque inimigo
ao estacionamento da sua Companhia,
actuando com o morteiro de 81 sem
qualquer ajuda até esgotar as
munições dessa arma e acorrendo
posteriormente aos lugares de maior
perigo, organizando os núcleos de
defesa e utilizando a sua arma,
expondo-se constantemente para
melhor rendimento desta.
Galvanizando os seus companheiros,
contribuiu decididamente para a
debandada do adversário.
É condecorado com a Cruz de Guerra
de 4.ª Classe
[3.ª Classe].»
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Batalhão de Caçadores N.º 2837
Identificação:
BCac2837
Unidade
Mobilizadora:
Batalhão de Caçadores 10
(BCac10 - Chaves)
Comandante:
Tenente-Coronel de
Infantaria Octávio de Carvalho
Galvão de Figueiredo
2.º
Comandante:
Major de Infantaria
Carlos Rebelo Soares
Oficial de
Informações e Operações / Adjunto:
Major de Infantaria José
Borges Tamegão
Comandantes de Companhia:
Companhia
de Comando e Serviços (CCS):
Capitão do Serviço Geral
do Exército Armindo Alves de
Carvalho
Companhia
de Caçadores 2321 (CCac2321):
Capitão Mil.º Rui José
Filgueira Esteves
Companhia
de Caçadores 2322 (CCac2322):
Capitão de Infantaria
José Luís Guerreiro Portela
Companhia
de Caçadores 2323 (CCac2323):
Capitão de Infantaria
Américo das Dores Moreira
Teve sob o seu comando:
Companhia de Artilharia 1627
(CArt1627),
Companhia de Artilharia 2386
(CArt2386),
2.ª Companhia do Batalhão de
Caçadores 20 (2.ªCCac/BCac20),
2.ª Bateria de Bocas de fogo do
Grupo de Artilharia de Campanha 6
(2.ªBtrbf/GAC6),
Companhia de Artilharia 2329
(CArt2329),
Companhia de Artilharia 2324 do
Batalhão de Artilharia 2938
(CArt2324/BArt2838),
Companhia de Artilharia 2325 do
Batalhão de Artilharia 2938
(CArt2325/BArt2838),
Companhia de Artilharia 2327 (CArt
2327) e
Companhia de Artilharia 2328
(CArt2328).
Divisa:
"Sempre Excelentes e
Valorosos".
Partida:
Embarque, no NTT «Vera
Cruz», em 31 de Janeiro de 1968;
Desembarque em 21 de Fevereiro de
1968.
Regresso:
Embarque, em navio, a 28
de Fevereiro de 1970.
Síntese da
Actividade Operacional
Desembarcou em Porto
Amélia.
Foi colocado em Macomia, no distrito
de Cabo Delgado, onde rendeu o
Batalhão de Caçadores 1907
(BCac1907), no subsector BMC.
As Companhias de Caçadores 2321,
2322 e 2323, foram colocadas,
respectivamente, em Monte das
Oliveiras, Mataca e Chai, integradas
no dispositivo do batalhão
[BCac2837].
Ficaram sob o seu comando
[BCac2837]:
Companhia de Artilharia 1627
(CArt1627) em Quiterajo, rendida
(Maio de 1968) pela Companhia de
Artilharia 2386 (CArt2386) (esta em
18 de Março de 1969, permutando com
a Companhia de Caçadores 2321
(CCac2321), foi colocada em Cruz
Alta),
2.ª Companhia do Batalhão de
Caçadores 20 (2.ªCCac/BCac20) em
Rucia, a partir de Outubro de 1968
(cedeu 2 pelotões de reforço à
Companhia de Comando e Serviços -
CCS),
Companhia de Artilharia 2328
(CArt2328) no Chai e Macomia
(intervenção de 16 de Maio a 2 de
Julho de 1969 e de 13 de Agosto a 16
de Setembro de 1969) e
Companhia de Artilharia 2329
(CArt2329) em Mucojo e Cruz Alta
(intervenção de Fevereiro a Abril de
1969 e de Junho a Setembro de 1969).
A actividade do inimigo no subsector
era intensa, com implantação de
minas nos itinerários, armadilhas,
montagem de emboscadas e frequentes
ataques a aldeamentos e
aquartelamentos.
Os principais refúgios do inimigo,
situavam-se na Serra Mapé e nas
regiões da Serração Mecânica, de
Nandenga, do rio Liucué e de MiTuto.
De Fevereiro de 1968 a Setembro de
1969, o batalhão [BCac2837],
desenvolveu intensa actividade
operacional, através de escoltas a
colunas logísticas, abertura de
itinerários, nomadizações,
patrulhamentos, golpes de mão e
emboscadas, nas regiões de Macomia,
Mataca, Cruz Alta, Monte das
Oliveiras, Serração Mecânica,
Quiterajo, Rucia, Mucojo, serra do
Mapé, Darumba, Coveque e zonas do
lago N' Guri e dos rios Messalo
(margem sul) Muacamula e Miote,
designadamente as operações "Águia",
"Pantera", "Dragão Vermelho", "Bate
Certo", "Iniciação 1, 2 e 3",
"Serpente", "Dragão Dourado",
"Dragão Prateado", "Tira Teimas",
"Agora Vai", "Pitão", "Andorinha",
"Lobo", "Gafanhoto", "Zebra" e
"Águia Branca 1 e 2 ".
Em Setembro de 1969, rendido pelo
Batalhão de Caçadores (BCac2881) foi
transferido para Ribaué, no distrito
de Moçambique [Nampula], onde rendeu
o Batalhão e Caçadores 1918
(BCac1918), no subsector CRB.
Foram-lhe retiradas definitivamente
as Companhias de Caçadores 2321,
2322 e 2323.
Teve sob o seu comando, a
Companhia de Artilharia 2386
(CArt2386) em Lalaua (em Setembro de
1969, acompanhara o deslocamento do
Batalhão do subsector BMC para o CRB),
a
Companhia de Artilharia 2324 do
Batalhão de Artilharia 2938
(CArt2324/BArt2838) em Ribaué, a
Companhia de Artilharia 2325 do
Batalhão de Artilharia 2938
(CArt2325/BArt2838) em
Entre-os-Rios, a
Companhia de Artilharia 2327 (CArt
2327), em Murrupula e a
Companhia de Artilharia 2328
(CArt2328) em Mecuburi.
A subversão violenta não se fazia
sentir no subsector.
De Setembro de 1969, até final da
comissão, efectuou patrulhamentos e
assistência médico-sanitária à
população.
Foi rendido em Ribaué (Fevereiro de
1970), pelo Batalhão de Caçadores
2853 (BCac2853).
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A
Companhia de Caçadores 2321
(CCac2321) desembarcou em Porto
Amélia.
Rendeu no Monte das Oliveiras, a
Companhia de Caçadores 1584
(CCac1584).
Guarneceu Coveque com 2 secções; a 4
de Março de 1968, este destacamento
sofreu violento ataque com graves
consequências humanas e destruição
total das instalações.
A 10 de Junho de 1968, instalou-se
em Macomia.
A 4 de Dezembro de 1968, foi
transferida para o Cruzamento Alto,
na serra Mapé, onde estabeleceu um
novo aquartelamento, o qual a 10 de
Fevereiro de 1969 passou a
designar-se Cruz Alta.
A 18 de Março de 1969, permutando
com a Companhia de Artilharia 2386
(CArt2386), foi transferida de Cruz
Alta para Quiterajo.
De Fevereiro de 1968 a Setembro de
1969, submetida a intensa actividade
operacional, efectuou abertura de
itinerários, escoltas a colunas
logísticas, patrulhamentos,
nomadizações, batidas e golpes de
mão, nomeadamente as operações:
"Lagarto I" (entre os rios Mucamala,
Liugé e Nambidge), "Lagarto 3"
(nascentes do rio Liucué), "Serra
1", (vale do rio Namope) e "Serra"
(vale do Rio Mumbo).
Tomou parte nas operações "Dragão
Prateado", "Agora Vai", "Bate
Certo", "Serpente", "Iniciação 1, 2
e 3" e "Águia Branca 1".
Em Setembro de 1969, foi rendida em
Quiterajo, pela Companhia de
Caçadores 2423 (CCac2423) e
transferida para Ponta Mahone, no
distrito de Lourenço Marques, onde
rendeu a Companhia de Caçadores 1713
do Batalhão de Caçadores 1918
(CCac1713/BCac1918).
Foi retirada definitivamente ao
batalhão [BCac2837]. Ficou sob o
comando do Batalhão de Caçadores 19
(BCac18 -Lourenço Marques).
Até final da comissão, executou
patrulhamentos e contacto com a
população.
Foi rendida em Ponta Mahone
(Fevereiro de 1970), pela Companhia
de Cavalaria 2375 do Batalhão de
Cavalaria 2848 (CCav2375/BCav2848).
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A
Companhia de
Caçadores 2322
(CCac2322)desembarcou em Porto
Amélia.
Rendeu em Mataca, a Companhia de
Artilharia 1599 (CArt1599).
De Fevereiro de 1968 a Setembro de
1969, efectuou acções de contra
guerrilha, através de patrulhamentos
e nomadizações nas regiões de Goli,
Altare, Carriana, Calambo, Mitumba,
Quissanga, Panguia, Regule, Namara,
Nantomba, Escola, Mahate, Alifa,
serra do Mapé e dos rios Mapi,
Messalo, Mitece, Unho e Napeu,
escoltas a colunas logísticas e
abertura dos itinerários de Mataca
para Macomia, Mitumba e Muaguide,
designadamente as operações "Beta 1
e 2", "Olho Vivo" e "Leão".
Tomou parte nas operações "Dragão
Vermelho", "Dragão Prateado", "Agora
Vai", "Bate Certo", "Serpente" e
"Iniciação 1, 2 e 3".
Em Setembro de 1969, foi rendida em
Mataca, pela Companhia de Caçadores
2555 do Batalhão de Caçadores 2881
(CCac2555/BCac2881) e transferida
para Lourenço Marques, onde rendeu a
Companhia de Caçadores 1714 do
Batalhão de Caçadores 1918
(CCac1714/BCac1918).
Foi retirada definitivamente ao
batalhão [BCac2837], ficando sob o
comando do Batalhão de Caçadores 18
(BCac18) (Lourenço Marques).
Até final da comissão executou
patrulhamentos na cidade e zona
limítrofes.
Foi rendida em Lourenço Marques
(Fevereiro de 1970), pela Companhia
de Artilharia 2386 (CArt2386).
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A
Companhia de
Caçadores 2323 (CCac2323)
desembarcou em Porto Amélia.
Rendeu no Chai, a Companhia de
Cavalaria 1602(CCav1602).
De Fevereiro de 1968 a Setembro de
1969, efectuou escoltas a colunas
logísticas e abertura dos
itinerários para Rucia, Macomia,
Mataca e Moja, patrulhamentos e
nomadizações, nas zonas de Tchadular,
Namurra, lago N'Guri, lagoa do Chai,
Maiva, Namua, Singuidita, Nantomba,
margens dos rios Messalo, Riambedo e
Muirite, entre outras as operações
"Novos Horizontes", "Outra Vez",
Muchem Mapé" e "Muchem Nhongolo 1".
Participou nas operações "Dragão
Prateado", "Ago-ra Vai", "Bate
Certo", "Serpente" e "Iniciação 1, 2
e 3".
Em Setembro de 1969, foi rendida no
Chai, pela Companhia de Caçadores
2553 do Batalhão de Caçadores 2881
(CCac2553/BCac2881) e transferida
para Namaacha, no distrito de
Lourenço Marques, onde rendeu a
Companhia de Caçadores 1715 do
Batalhão de Caçadores 1918
(CCac1715/BCac1918).
Foi retirada definitivamente ao
batalhão [BCac2837], ficando sob o
comando do Comando Territorial do
Sul (CTS).
Até final da comissão, efectuou
patrulhamentos e contacto com a
população.
Foi rendida em Namaacha (Fevereiro
de 1970), pela Companhia de
Cavalaria 2399 do Batalhão de
Cavalaria 2850 (CCav2399/BCav2850).
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Dos resultados obtidos,
decorrentes da actividade
operacional do batalhão [BCac2837],
salienta-se, entre o diverso
material capturado: 5 metralhadoras
ligeiras, 4 pistolas, 56
espingardas, 3 lança
granadas-foguete, 2 granadas de
morteiro, 114 granadas de mão,
grande quantidade de munições de
armas ligeiras e variada
documentação.