Jorge Rosário, Soldado de Infantaria:
Medalha de Ouro de Valor Militar, com palma (Título
póstumo)
Jorge
Rosário
Soldado de Infantaria, n.º 155/64
1.ª Companhia do Batalhão
de Caçadores 14
Medalha de Ouro de
Valor Militar, com palma
(Título póstumo)
Jorge Rosário, Soldado de Infantaria, n.º
155/64, nascido no lugar de
Matuta, da freguesia de Alua, concelho de Eráti
(Moçambique), filho de Emílio e de Malilia.
Mobilizado pela Região Militar de
Moçambique para servir Portugal
naquela
Província Ultramarina integrado na 1.ª Companhia
de
Caçadores do Batalhão de Caçadores 14 «EM GUARDA» -
«FRONTEIROS DO NORTE».
Tombou em combate no dia 8 de Maio de
1966, junto ao lago Litamanda.
Está sepultado na campa n.º 1718 do
cemitério de Porto Amélia (Pemba), em Moçambique.
Que a sua Alma descanse em paz.
Medalha de Ouro de
Valor Militar, com palma
(Título póstumo)
Soldado
de Infantaria, n.º 155/64
JORGE ROSÁRIO
1.ª CCac — BC 14
MOÇAMBIQUE
Grau: Ouro, com palma (Título póstumo)
Transcrição da Portaria publicada na
OE n.º 4 — 3.ª série, de 1967:
Por Portaria de 21 de Dezembro de 1966:
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, condecorar, a título póstumo,
com a Medalha de Ouro de Valor Militar, com palma, nos
termos do artigo 51.º, com referência ao parágrafo 2.º
do artigo 8.º do Regulamento da Medalha Militar, de 28
de Maio de 1946, o Soldado n.º 155/64, Jorge Rosário, da
1.ª Companhia de Caçadores, de Porto Amélia, porque, no
decurso de uma operação levada a efeito na região do
Lago Litamanda, no Norte da Província de Moçambique,
cerca das 15H30, de 8 de Maio de 1966 e quando a coluna
onde seguia sofreu uma emboscada imposta em terreno
difícil por um grupo inimigo, surpreendido pela
violência do ataque, pois seguia na testa da coluna, em
local que não oferecia quaisquer possibilidades de
abrigo eficaz, a menos que retirasse para posição mais
recuada, com prejuízo da missão que lhe assistia e punha
em risco muitos dos seus camaradas cuja manobra com o
seu fogo protegia, tomou rápida e plena consciência da
responsabilidade que, naquele momento, sobre ele recaía.
Subestimando todos os perigos, corajosamente, num rasgo
magnífico de exemplar sacrifício, agigantando-se a todas
as fraquezas humanas, continuou avançando para a posição
do inimigo, firme e decididamente, alvejando-a com o
fogo da sua arma automática, até que, atingido
gravemente por três tiros, tombou exangue a uns escassos
quatro metros dela, não sem antes ter conseguido com o
seu acto de bravura destroçar completamente as vantagens
da iniciativa e surpresa que o inimigo esperava poder
manter, o qual, desorientado, logo retirou em debandada
sem que mais resultados lograsse obter do seu ataque.
O soldado Rosário, que poucos momentos depois falecia em
consequência dos graves ferimentos recebidos em combate,
evidenciou, com o seu acto de puro heroísmo, possuir em
alto grau as mais excelsas virtudes e as mais nobres
qualidades militares. Natural daquela Província, cujo
portuguesíssimo solo defendeu até ao generoso sacrifício
da sua vida, Jorge Rosário, para além da morte,
perdurará vivo na saudade e no coração de todos os seus
camaradas de armas, pelo inexcedível e sublime exemplo
com que soube honrar o Exército e a Pátria.
Ministério do Exército, 21 de Dezembro de 1966. O
Ministro do Exército, Joaquim da Luz Cunha.