HONRA E GLÓRIA: João de Lima Lopes, 1.º Cabo de Infantaria, da CCac1592: Cruz de Guerra de 4.ª classe

João de Lima Lopes, 1.º Cabo de Infantaria, da CCac1592: Cruz de Guerra de 4.ª classe

"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom que para preservação do nosso orgulho como Portugueses, elas não se esqueçam"

Barata da Silva, Vice-Comodoro

HONRA E GLÓRIA

Fontes:

5.º Volume, Tomo V, pág. 272, da RHMCA / CECA / EME

7.º Volume, Tomo III, Livro 2, pág.s 96 e 97 da RHMCA / CECA / EME

Jornal do Exército, ed. 142, pág. 57, de Outubro de 1971

Diário de Lisboa, ed. 16420, pág. 9, de 4 de Setembro de 1968

João de Lima Lopes

1.º Cabo de Infantaria, n.º 05070566

Companhia de Caçadores 1592

«FIRMES E CONSTANTES»

Moçambique:

07Out1966 a 18Ago1968

Cruz de Guerra, de 4.ª classe

João de Lima Lopes, 1.º Cabo de Infantaria, n.º 05070566, natural de Lisboa.

Mobilizado pelo Regimento de Infantaria 15 (RI15 – Tomar) para servir Portugal na Província Ultramarina de Moçambique integrado na Companhia de Caçadores 1592 «FIRMES E CONSTANTES», no período de 7 de Outubro de 1966 a 18 de Agosto de 1968.

Louvado e agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 4.ª classe, publicado na Ordem de Serviço n.º 52, de 29 de Junho de 1968, do do Quartel General da Região Militar de Moçambique (QG/RMM), e na Ordem do Exército n.º 29 de Junho de 1968, 3.ª série, de 1968.

Cruz de Guerra, de 4.ª classe

1.º Cabo de Infantaria, n.º 05070566
JOÃO DE LIMA LOPES

CCac1592/BCac1878 - RI15
MOÇAMBIQUE

4.ª CLASSE

Transcrição do Despacho publicado na Ordem do Exército n.º 29 – 3.ª série, de 1968.

Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35 667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, de 22 de Agosto de 1968:
O 1.º Cabo n.º 05070566, João de Lima Lopes, da Companhia de Caçadores n.º 1592 adstrita ao Batalhão de Caçadores n.º 1878 - Regimento de Infantaria n.º 15.

Transcrição do louvor que originou a condecoração.

(Publicado na Ordem de Serviço n.º 52, de 29 de Junho de 1968, do Quartel General da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):

Louvo o 1.º Cabo n.º 05070566, João de Lima Lopes, da Companhia de Caçadores n.º 1592 adstrita ao Batalhão de Caçadores n.º 1878, porque durante a primeira emboscada que o seu Grupo de Combate sofreu, na região de Nangololo, e quando seguia na viatura da frente, como municiador da metralhadora, debaixo de fogo inimigo, manteve-se no seu posto, com muita coragem, decisão e serenidade.
Já com a cara esfacelada por um estilhaço de granada de bazooka, continuou a ajudar o seu camarada apontador, até que gravemente ferido numa mão foi obrigado a abandonar a metralhadora.

Militar sempre cumpridor dos seus deveres, impunha-se já aos seus camaradas como um exemplo a seguir, confirmando nesta acção todas as suas qualidades militares debaixo do intenso fogo de que foi alvo.

É dever de todos nós relembrar e realçar a acção do Cabo Lopes, que exemplarmente cumpriu o seu dever mesmo com grave risco da sua vida.
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Jornal do Exército, ed. 142, pág. 57, de Outubro de 1971

1.º CABO JOÃO DE LIMA LOPES
MEDALHA DA CRUZ DE GUERRA DE 4.ª CLASSE

Foi condecorado com a Medalha da Cruz de Guerra de 4.ª classe o 1.° Cabo João de Lima Lopes, «porque, durante a primeira emboscada que o seu grupo de combate sofreu, na região de Nangololo, em Moçambique, e quando seguia na viatura da frente, como municiador de metralhadora, debaixo de fogo inimigo, se manteve no seu posto, com muita coragem, decisão e serenidade.

Já com a cara esfacelada por um estilhaço de granada de «bazooka», continuou a ajudar o seu camarada apontador, até que gravemente ferido numa das mãos foi obrigado a abandonar a metralhadora.

Militar sempre cumpridor dos seus deveres, impunha-se já aos seus camaradas como um exemplo a seguir, confirmando nesta acção todas as suas qualidades militares, debaixo de fogo intenso do inimigo de que a sua posição foi alvo.»

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Companhia de Caçadores 1592

Identificação:
CCac1592

Unidade Mobilizadora:
Regimento de Infantaria 15 (RI15 – Tomar)

Comandante:

Capitão Mil.º António Maria Falcão
Capitão de Infantaria Manuel Antunes Preto Pedro
Capitão de Infantaria Arnaldo Manuel Sena Gomes

Divisa:
«FIRMES E CONSTANTES»

Partida:
Embarque no dia 7 de Setembro de 1966, no NTT «Niassa»; Desembarque em Mocímboa da Praia no dia 7 de Outubro de 1966

Regresso:
Embarque no dia 18 de Agosto de 1968, no NTT «Vera Cruz», com destino a Lisboa (cais da estação marítima da Rocha do Conde de Óbidos), onde chegou pelas 11H00 do dia 4 de Setembro de 1968

Síntese da Actividade Operacional
Desembarcou em Mocímboa da Praia no dia 7 de Outubro de 1966, seguindo para Mueda, onde rendeu a Companhia de Caçadores 803 (CCac803), ficando sob o comando operacional do Batalhão de Cavalaria 1880 (BCav1880), e do Batalhão de Caçadores 1878 (BCac1878), que rendera o 1.º em Janeiro de 1967, naquela localidade (subsector BMU).

Submetida a intensa actividade operacional, efectuou

Escoltas a colunas logísticas de Mueda para Mocímboa do Rovuma e Muidumbe, acções de patrulhamento, nomadização e emboscadas nas regiões de Chindorilho, Diaca, Chantia, margens dos rios Mueda e Homba, nomeadamente as operações "Madrugada", "Centauro Insistente" e "Machamba".

Entre outras, participou em:

"Centauro Picapau" (nascentes do rio Muera),
"Bigode" (margem do rio Li-puede),
"Trolha" (N de Miteda),
"Centauro Castelão" (SE de Mueda)
"Centauro Teimoso" (Muatide),
"Primadona" (Sandoca),
"Castanha" (entre a picada Nangololo - Miteda e o rio Messalo)
"Desbravar" (zona do rio Liparanhanga), e
"Recolha" (Chindundo a S de Miteda).

Rendida em Maio de 1967, pela Companhia de Caçadores 1710 do Batalhão de Caçadores 1916 (CCac1710/BCac1916, em Mueda, foi transferida para Malapísia, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1573 (CCac1573).

Subordinada ao Batalhão de Caçadores 1872 (BCac1872), sedeado em Vila Cabral (subsector AVC), até 25 de Setembro de 1967 e do Batalhão de Caçadores 1889 (BCac1889), que assumira naquela data, a responsabilidade de novo subsector, sedeado no Catur (ACT), criado à custa da divisão do AVC.

A actividade operacional, consistia em patrulhamentos e nomadizações na zona entre os rios Luangua, Luambala e Lugenda, contacto com as autoridades gentílicas e com a população, prestando-lhes assistência educativa e medicamentosa, nomeadamente de Nova Santarém, Chalamanda, Niputa, Chaibo, Matola, Nova Beira e Malapísia.

Participou nas operações
"Entrada Leão Bravo" (região entre Cantina Matucuta, ponte Majune e rio Luambala) e
"Bom Começo" (entre os rios Luângua e Luambala).

Efectuou escoltas a Vila Cabral, Catur e Nova Beira.

Em 9 de Novembro de 1967 foi colocada em Mecuburi, sob o comando operacional do Batalhão de Caçadores 15 (BCac15), com sede em Nampula (subsector CNA). Rendeu a Companhia de Caçadores 1478 (CCac1478), no final de Outubro de 1967, tendo deslocado para o efeito, dois pelotões para aquela localidade, em virtude de aguardar em Malapísia, a rendição pela Companhia de Caçadores 1799 do Batalhão de Caçadores 1936 (CCac1799/BCac1936) (Novembro de 1967).

Guarneceu Muite e Imala com um pelotão.

A partir de Fevereiro de 1968, os subsectores CER (Ribaué) e CNA (Nampula), passaram a constituir um único subsector, com a designação CRB, com sede em Ribaué, atribuído ao Batalhão de Artilharia 1893 (BArt1893), (assumia a responsabilidade do extinto CER) do qual passou a depender.

Chamada a intervir em Cabo Delgado (mantendo uma secção na sede e nos destacamentos), instalou-se em: Macomia de 19 de Janeiro a 22 de Fevereiro de 1968, sob o comando do Batalhão de Caçadores 1907 (BCac1907).

Mocimboa da Praia de 20 de Abril a 30 de Junho de 1968. Sob o comando do Batalhão de Caçadores 2831 (BCac2831), efectuou operações nas regiões de Mocímboa da Praia, Nambude e Chitolo, designadamente:

"Algara 2",
"Última" e
"Malha Estreita".

Durante a estada em Mecuburi a actividade da Companhia, constava de patrulhamentos e contacto com a população numa vasta área, nomeadamente das regiões de
Mecuburi,
Mahano,
Uncuala,
Nantar,
Muhaio,
Napaua,
Namequita,
Muecate,
Milhano,
Punha,
Metope,
Nantupe,
Camoco,
Muipita,
Nipala,
Rainha,
António,
Nicua,
Motiva,
Antovano,
Mepoche,
Moquino,
Amaro,
Nandica,
Meleia,
Ventara,
Uhala,
Monhé,
Maadja,
Merripa,
Mato,
Metete,
Selemane,
Nipuco,
Chico,
Mévia,
Paulino,
Napatua,
Cupela,
Sapala,
Muite e
Imala.

Foi rendida em Mecuburi (Agosto de 1968), pela Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328).

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Diário de Lisboa, ed. 16420, pág. 9, de 4 de Setembro de 1968

Observações: Na notícia infra:

Onde se lê: Companhia de Caçadores 1602

Deve ler-se: Companhia de Cavalaria 1602

Onde se lê: Destacamentos de Independência

Deve ler-se: Destacamentos de Intendência

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