João Henrique Domingues Gil, Capitão de Infantaria - Cruz de Guerra, de
2.ª Classe
HONRA E GLÓRIA
João Henrique
Domingues Gil
Capitão de Infantaria
Comandante da Companhia de Caçadores
2710
Batalhão de Caçadores 2915
Moçambique: 1970 a 1972
Cruz de Guerra, de 2.ª
classe
João Henrique Domingues Gil, Capitão de Infantaria.
Mobilizado pelo Batalhão de Caçadores 10
(BC10 - Chaves) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique como comandante da Companhia
de Caçadores 2710 (nota)
do Batalhão de Caçadores 2915, no período de 10 de Junho
de 1970 a Junho de 1972.
(nota)
- A CCaç 2710 desembarcou na Beira. Colocada em Fingoé,
rendeu a CCaç 2472/BCaç 2863.
De 18Jun a 20 de Ago70, cedeu 1 pelotão de reforço à
CCaç 2709.
A 21Jan71, o Cmd e 2 pelotões deslocaram-se para
Faqueiro, onde permaneceram até 21Jul71, colaborando na
construção de um aldeamento, para alojar 42 famílias.
Destacou a 23Jul71, 1 pelotão para este aldeamento.
De Jun70, até final da comissão, efectuou entre outras,
as operações: "Aquiles" (região de Faqueiro), "Cá Estou"
(serra Chipirincuaze), "Garrote" (região do Regulado
Nhaluiro) e "Razão" (entre os vales dos rios Sangere e
Messamba). Tomou parte nas operações "Ofensiva",
"Abanadela", "Fidalgo 1" e "Pandora".
Foi rendida em Fingoé (Mai72), pela CCaç 3552/BCaç 3885.
Cruz de Guerra, de 2.ª
classe
Capitão
de Infantaria
JOÃO HENRIQUE DOMINGUES GIL
CCac 2710/BCac 2915 — BC10
MOÇAMBIQUE
2.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada na OE n.º 15 - 2.ª
série, de 1972.
Por Portaria de 22 de Junho findo:
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro
da Defesa Nacional, condecorar, por proposta do
Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, o
Capitão de Infantaria, João Henrique Domingues Gil, da
Companhia de Caçadores n.º 2710, Batalhão de Caçadores
n.º 2915, Batalhão de Caçadores n.º 10, com a medalha de
Cruz de Guerra de 2.ª classe, ao abrigo dos artigos
14.º, 15.º, 16.º e 61.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 20 de Dezembro de 1971.
Transcrição do louvor que originou a condecoração.
(Por Portaria da mesma data publicada naquela OE):
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro
de Defesa Nacional, louvar, por proposta do Comandante
da Região Militar de Moçambique, o Capitão de
Infantaria, João Henrique Domingues Gil, porque, durante
cerca de dois anos de actividade operacional na Região
Militar de Moçambique, na qual tomou parte em vinte e
uma operações, se revelou um excelente condutor de
homens, comandando directamente as missões mais
arriscadas, encontrando-se sempre nos lugares de
contacto com o inimigo, quando o previa, ou procurando-o
no desenrolar das acções, contribuindo, desta forma, com
o seu exemplo, para transmitir agressividade ao seu
pessoal, como se verificou nas operações «Garrote»,
«Mascote Azul 4» e «Fonte».
Bem preparado para a sua missão, deu disso largas provas
no decorrer da operação «Aquiles» que permitiu limpar
uma extensa área e retirar ao controlo do inimigo cerca
de um milhar de elementos da população, que foi aldeada.
No decorrer da operação «Garrote» e em exploração de
elementos capturados, tendo encontrado uma base
abandonada, persistiu na obtenção do contacto com o
inimigo, acabando por causar-lhe baixas. Em esforço
constante conseguiu referenciar a sua nova localização
e, não obstante a dificuldade do terreno e a
desproporção de efectivos, reuniu um pequeno grupo de
assalto que comandou com tal agressividade que os
guerrilheiros fugiram com novas baixas e perda de
armamento. Contra-atacado, reagiu com energia e no
comando de um reduzido efectivo, fazendo tiro em
movimento, desalojou o inimigo, que abandonou a região,
tendo este sofrido o primeiro rude golpe na infiltração
efectuada, que visava um objectivo nacional de primeira
importância.
Oficial muito disciplinado e correcto, sempre pronto ao
cumprimento das mais espinhosas missões, dotado de
excelente espírito de sacrificío, óptimo camarada,
revelou o capitão Gil reconhecida capacidade de comando
em combate, demonstrando, debaixo de fogo, coragem,
decisão, serena energia e sangue-frio, em tudo
contribuindo com a sua actuação para o cumprimento da
missão do Batalhão, devendo ser considerado um oficial
de excepcionais qualidades e possuidor de um conjunto de
virtudes militares que muito o honram.