João Fernando Martins Couto, 1.º
Cabo de Cavalaria, n.º
15131769, natural da freguesia de
Rio Tinto, concelho de Gondomar, distrito do
Porto.
Mobilizado pelo Regimento de
Cavalaria 4 (RC4 - Santa Margarida)
para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique integrado
na Companhia de Comando e Serviços
do Batalhão de Cavalaria 2923
(CCS/BCav2923)
«PERGUNTAI AO INIMIGO QUEM SOMOS»,
no período de 31 de Agosto de 1970 a
Dezembro de 1972.
Cruz de Guerra, de 4.ª classe
1.°
Cabo de Cavalaria, n.º 15131769
JOÃO FERNANDO MARTINS COUTO
CCS/BCav2923 - RC4
MOÇAMBIQUE
4.ª CLASSE
Transcrição do Despacho publicado
na OE n.º 7 - 3.ª série, de 1972.
Agraciado com a Cruz de Guerra de
4.ª classe, nos termos do art.º 12.º
do Regulamento da Medalha Militar,
promulgado pelo Decreto n.º 35 667,
de 28 de Maio de 1946, por despacho
do Comandante-Chefe das Forças
Armadas de Moçambique, de 17 de
Janeiro de 1972, o
1.º Cabo n.º 15131769, João Fernando
Martins Couto, da Companhia de
Comando e Serviços do Batalhão de
Cavalaria2923 - Regimento de
Cavalaria n.º 4.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 94, de 20 de
Novembro de 1971, do Quartel General
da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):
Que, por seu despacho de 8 de
Novembro de 1971, louvou o 1.º Cabo
n.º 15131769, João Fernando Martins
Couto, da Companhia de Comando e
Serviços do Batalhão de Cavalaria
2923 - Regimento de Cavalaria n.º 4,
porque, durante uma emboscada
sofrida pela força a que pertencia,
ao aperceber-se que na testa da
coluna havia várias baixas das
nossas tropas e que estas se
encontravam numa situação difícil,
voluntariamente, e debaixo de fogo,
acorreu a reforçar a frente da
coluna aí actuando com valentia.
O 1.º Cabo Couto demonstrou, assim,
que além de possuir coragem,
sangue-frio e agressividade debaixo
de fogo, é também capaz de se
sacrificar pelos outros militares, o
que o classifica como um bom
combatente, em quem os seus
camaradas e superiores podem confiar
plenamente.
Identificação:
BCav2923
Unidade
Mobilizadora:
Regimento de Cavalaria 4
(RC4 - Santa Margarida)
Comandante:
Tenente-Coronel de
Cavalaria Leopoldo Severo Ferreira
Pinto
2.º
Comandante:
Major de Cavalaria
Fernando Jorge Barbosa dos Santos
Leite
Oficial de
Informações e Operações / Adjunto:
Major de Cavalaria
Orlando José Sequeira da Silva
Comandantes
de Companhia:
Companhia
de Comando e Serviços (CCS)
Capitão de Cavalaria
Miguel António de Carvalho Sampaio
Melo e Castro
Companhia
de Cavalaria 2750 (CCav2750)
Capitão Mil.º Arsénio
Augusto Pereira Cabaço
Companhia
de Cavalaria 2751 (CCav2751)
Capitão de Cavalaria
Carlos José de Campos Andrada
Companhia
de Cavalaria 2752 (CCav2752)
Capitão de Cavalaria Luís
Alberto de Oliveira Marinho Falcão
Teve sob o seu
comando:
2.ª Companhia do Batalhão de
Caçadores 20 (2.ªCCac/BCac20)
Esquadrão de Cavalaria 1 (ECav1)
Companhia de Artilharia 2736
(CArt2763),
Companhia de Caçadores de Quelimane,
e
Companhia de Caçadores de Vila
Manica.
Divisa:
«PERGUNTAI AO INIMIGO
QUEM SOMOS»
Partida:
Embarque em navio, a 5 de
Agosto de 1970; Desembarque a 31 de
Agosto de 1970
Regresso:
Embarque em avião, a 27 e 31
Outubro, 29 de Novembro e 4 de
Dezembro de 1972.
Síntese da
Actividade Operacional
Desembarcou em Porto
Amélia.
Colocado em Macomia (distrito de
Cabo Delgado), rendeu o Batalhão de
Caçadores 2881 (BCac2881) no
subsector BMC.
As
Companhias de Cavalaria 2750, 2751 e
2752, foram colocadas
respectivamente, em Mataca, Chai e
Cruz Alta, integradas no dispositivo
do batalhão [BCav2923].
Esteve reforçado com:
2.ª Companhia do Batalhão de
Caçadores 20 (2.ª/BCac20) em
Quiterajo,
Companhia de Artilharia 2763
(CArt2763) no Monte das Oliveiras e
Em Macomia:
Esquadrão de Cavalaria 1 (ECav1),
Pelotão de Morteiros do Batalhão de
Caçadores 14 (PelMort/BCac14) e
Pelotão de Bocas de Fogo da 2.ª
Bateria de Bocas de fogo do Grupo de
Artilharia de Campanha 6 (Pelbf/2.ªBtrbf/GAc6).
De Setembro de 1970 a Fevereiro de
1972, a actividade operacional,
consistia em abertura de
itinerários, escoltas a colunas
logísticas, patrulhamentos,
nomadizações e emboscadas. Planeou e
efectuou várias operações,
nomeadamente:
"Entre Rios" (segurança permanente
aos trabalhos da empresa Tâmega na
asfaltagem das estradas Macomia -
Largo do Oasse e Macomia - Mucojo),
"Golfinho" (patrulhamentos e
contacto com a população da região
do lago N'Guri, que indiciava
colaboração com o inimigo),
"Brama" (região da base Pemba)
"Lançada", "Bacamarte" e "Pirueta"
(região da base Gaza),
"Ao Galope" (monte N'Teco),
"Poldro" (zona do lago Namanga),
"Estribeira" (serra do Mapé),
"Desbaste" (zona do lago N'Guri),
"Abertura" (região de Coveque),
"Lanho" e "Omega 5" (vale do rio
Messalo),
"Lutina" (região de Nantomba),
"Obué" (vale do rio Lálamo),
"Blindagem" (entre as lagoas
Litamanda e Macugué),
"Bacinete" e "Lazão 4" (região do
"Destacamento Marrupa").
Em Fevereiro de 1972, foi rendido
pelo Batalhão de Cavalaria 3878
(BCav3878) e transferido para Mocuba
(distrito da Zambézia), onde rendeu
o Batalhão de Caçadores 2908
(BCac2908), no subsector DMO.
As Companhias de Cavalaria 2750,
2751 e 2752, foram colocadas
respectivamente, em Mabo Tacuane,
Milange e Molumbo, integradas no
dispositivo do batalhão [BCav2923].
Ficaram sob o seu comando: a
Companhia de Caçadores de Quelimane
no Chire, e a Companhia de Caçadores
de Vila Manica em Lioma.
No distrito da Zambézia não
existindo subversão violenta, havia
indícios de aliciamento das
populações, através de acções de
propaganda, levadas a cabo por
pequenos grupos que se infiltravam
através da fronteira com o Malawi.
A actividade operacional
caracterizou-se pela execução de
escoltas, patrulhamentos, contacto
com as populações, colaboração com
as autoridades administrativas,
assistência médico-sanitária, acção
psicológica instrução de auto defesa
à população.
Foi rendido em Mocuba (Novembro de
1972), pelo Batalhão de Caçadores
3843 (BCac3843).
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A
Companhia
de Cavalaria 2750 (CCav2750)
desembarcou Porto Amélia.
Colocada em Mataca, rendeu a
Companhia de Caçadores 2555 do
Batalhão de Caçadores 2881
(CCac2555/BCac2881).
Em Maio de 1971, permutando com a
Companhia de Cavalaria 2752
(CCav2752), foi transferida de
Mataca para Macomia, passando à
situação de intervenção do comando
do Sector B.
Em Setembro de 1971 regressou a
Mataca, permutando novamente com a
Companhia de Cavalaria 2752
(CCav2752).
Até Fevereiro de 1972, submetida a
intensa actividade operacional,
efectuou muitas operações,
nomeadamente:
"Ao Galope" (monte N'Teco),
"Poldro" (zona do lago Namanga),
"Estribeira" (serra Mapé),
"Labareda" (região de Nantomba),
"Belerofonte" (vale do Rio Lalamo),
"Limerick" (vale do Rio Muacamula),
"Lazão 16" (região do "Destacamento
Namaacha") e
"Bronze 33" (região do "Distrito
Muaguide").
Participou nas operações "Entre
Rios" e "Brama".
Em Fevereiro de 1972, foi rendida
pela Companhia de Cavalaria 3507 do
Batalhão de Cavalaria 3878
(CCav3507/BCav3878) e transferida
para Mabo-Tacuane, onde rendeu a
Companhia de Artilharia 2646 do
Batalhão de Artilharia 2901
(CArt2646/BArt2901).
Guarneceu Morrumbala com 1 pelotão e
Namarroi com 1 secção.
Foi rendida em Mabo-Tacuane
(Novembro de 1972), pela Companhia
de Caçadores 3357 do Batalhão de
Caçadores 3843 (CCac3357/BCac3843).
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A
Companhia
de Cavalaria 2751 (CCav2751)
desembarcou Porto Amélia.
Rendeu no Chai, a Companhia de
Caçadores 2553 do Batalhão de
Caçadores 2881 (CCac2553/BCac2881).
Guarneceu com 1 pelotão a ponte
sobre o Rio Messalo.
Até Fevereiro de 1972, em permanente
actividade operacional, efectuou
muitas operações, designadamente:
"Desbaste" (zona do lago N'Guri),
"À Carga" (região da "Base Gaza"),
"Babau" (vale do rio Mapuedi) e
"Lazão 2" (região da "Sub-base
Provincial Moçambique").
Tomou parte em várias operações,
designadamente:
"Entre Rios", "Golfinho",
"Blindagem", "Bacinete" e "Lazão 4".
Em Fevereiro de 1972, foi rendida
pela Companhia de Cavalaria 3508 do
Batalhão de Cavalaria 3878
(CCav3508/BCav3878) e seguiu para
Milange, onde rendeu a Companhia de
Artilharia 2647 do Batalhão de
Artilharia 2901 (CArt2647/BArt2901).
Guarneceu Mongué com 1 pelotão.
Foi rendida em Milange (Novembro de
1972), pela Companhia de Caçadores
3356 do Batalhão de Caçadores 3843
(CCac3356/BCac3843).
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A
Companhia
de Cavalaria 2752 (CCav2752)
desembarcou Porto Amélia.
Rendeu em Cruz Alta, a Companhia de
Caçadores 2554 (CCac2554/BCac2881).
A 30 de Outubro de 1970, extinto o
aquartelamento de Cruz Alta,
deslocou-se para Macomia,
constituindo força de intervenção do
comando do Sector B.
Em Maio de 1971 foi colocada em
Mataca, por troca com a Companhia de
Cavalaria 2750 (CCav2750).
Em Setembro de 1971, regressou a
Macomia, novamente por troca com a
Companhia de Cavalaria 2750
(CCav2750).
Até Fevereiro de 1972, foi submetida
a intensa actividade operacional.
Efectuou entre outras, as operações
"Abertura" (Coveque),
"Isolamento 2" (região do "Distrito
Muaguide"),
"Lanho" e "Omega 5" (vale do Rio
Messalo),
"Ópido" (região da "Sub-base
Provincial Moçambique"),
"Lutina", (Nantomba") e "Obué" (do
vale do Rio Lalamo).
Tomou parte nas operações "Entre
Rios", "Lançada", "Bacamarte",
"Brama" e "Lazão 4".
Em Fevereiro de 1972, foi rendida
pela Companhia de Cavalaria 3509 do
Batalhão de Cavalaria 3878
(CCav3509/BCav3878 e transferida
para Molumho, onde rendeu a
Companhia de Artilharia 2648 do
Batalhão de Artilharia 2901
(CArt2648/BArt2901).
Foi rendida em Molumbo (Novembro de
1972), pela Companhia de Caçadores
3355 do Batalhão de Caçadores 3843
(CCac3355/BCac3843).
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A actividade operacional
das Companhias de Cavalaria 2750,
2751 e 2752, sedeadas no distrito da
Zambézia a partir de Fevereiro de
1972, consistia em patrulhamentos e
contacto com autoridades gentílicas
e com a população, em acção
educativa, assistência medicamentosa
e instrução de auto defesa.
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Dos resultados obtidos,
decorrentes da actividade
operacional do batalhão [BCav2923],
salienta-se, entre o diverso
material capturado, 1 metralhadora
ligeira, 3 pistolas, 54 espingardas,
6 canhangulos, 41 granadas de mão, 7
granadas de morteiro, 2 granadas de
lança granadas-foguete, grande
quantidade de munições de armas
ligeiras e variada documentação.