MOÇAMBIQUE
- IMAGENS - Cedidas por ex-Combatentes ou em
sites próprios
Manuel Serafim Matos Sousa
ex-
Furriel Mil.º de Reconhecimento de Cavalaria


Esquadrão de Cavalaria 1
(2.º Pelotão)
Vila
Cabral , Moçambique
1968/1971
Participou na Operação "Nó Górdio"

Panzer School, Bloemfontein (África do Sul)

Desta vez são
fotos tiradas na África do Sul onde estive um mês
em Fevereiro/Março de1969 com mais três cabos
milicianos: o Almeida Dias falecido em 17-7-1970 na
Nó Górdio, o Laidley e o Paixão Costa. Do Grupo
faziam parte também um tenente coronel ou coronel
cujo nome não me recordo, saudoso capitão Caetano,
um excepcional militar de carreira, falecido há anos
num trágico acidente no Tejo e, o alferes Covelo.
Este grupo fazia
parte dos acordos de cooperação entre a África do
Sul e Portugal e tinha como objectivo um melhor
conhecimento das potencialidades das Panhards e uma
maior adaptação ao funcionamento destas AML de forma
a que no futuro pudéssemos instruir outros
militares.
Recordo que
nessa altura havia uma forte pressão em círculos
militares Sul Africanos para que o Governo
Português os deixassem intervir mais activamente
na guerra do Ultramar. Isso foi confirmado por
todos nós junto dos militares da África do Sul
Contrariamente ao
que muitas vezes se diz, as Panhards estavam
perfeitamente adapatadas para o rebentamento de
minas anti-carro que, provocando alguns danos, não
as destruíam. Eu próprio e a minha tripulação
rebentamos uma mina em 21--7-1970, sem que
sofrêssemos uma beliscadura, para além de um grande
susto pois 4 dias antes, tinham morrido 7 camaradas
do Esquadrão1.
Sem querer entrar
em grandes pormenores, a morte foi causada pela
explosão de minas que estavam ligadas a bombas
napalm largadas pela nossa Força Aérea e que não
explodiam e que depois a Frelimo recuperava. Claro
que depois a gasolina e as munições fizeram o
resto. Mais, esta acção foi levada a cabo pela
Frelimo, dirigida especificamente ao Esquadrão, e ao
cap. Faria Afonso, como represália duma acção que
tinha ocorrido uns dias antes, próximo de Nangololo.
Hoje em dia
escreve-se muito e romanceia-se a guerra colonial.
Contudo, poucos são aqueles que a viveram no seu
âmago, que conseguem escrever acerca dela duma forma
isenta e despolitizada.
Manuel Serafim de
Matos Sousa

Na
África do Sul. Eu e o Honda do Paixão Costa.

Na
África do Sul

Capitão Caetano, Paixão Costa, Laidley e Almeida Dias.
Ah! e o famoso VW do Laidley.

Em
Bloemfontein à entrada da "Panzer School"

Durante a instrução.

Uma
AML Panhard Sul Africana. O armamento das nossas era
ligeiramente diferente. A tapar a matricula um saco
de lona para transporte de água fresca muito usado pelos
sul africanos

Material de guerra sul africano

Ao
fundo, mais veículos militares sul africanos. Tinham
imenso material.

O
equipamento que tinham era impressionante

Treino de condução. De costas um sargento sul africano

Laidley e eu.

O
pessoal da África do Sul. Em baixo o capitão Caetano, já
falecido e futuro comandante do Esquadrão de Cavalaria
1. Á esquerda Almeida Dias, Laidley, um coronel que não
sei o nome e um sargento da África do Sul. Em cima o
Paixão Costa e o alferes Covelo.

A
colocar detonador e cargas nas granadas para o treino
de tiro

Da
esquerda para a direita: alferes Covelo, cap. Caetano.
eu e Paixão Costa

Em
primeiro plano um sargento sul africano

Verificando o nível de óleo do motor da Panhard.

A
condução duma Panhard não era fácil. As "nossas" para
além de morteiro 60 tinham duas metralhadoras Mac
7,62 mm com cadência de 1200 tiros / minuto cada. As sul
africanas tinham uma metralhadora 7,9 mm

Condução todo terreno

A
Auto Metralhadora Ligeira Panhard era um veículo
com características excelentes.
As
minas anti-carro não causavam danos aos seus ocupantes.

Os
camaradas que faleceram em 17-7-1970, foi devido ás
bombas napalm largadas
pela
força aérea e que não explodiram, e foram colocadas
juntamente com minhas pela Frelimo.
As
Panhards não puderam resistir ás napalm.

Nossas instalações no quartel na África do Sul.

Também tinhamos piscina. Em LM tinhamos a praia da
Polana.

Pic-nic de fim de semana com um sargento Sul Africano

O
filho do sarg. Sul Africano.
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