RMM
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Batalhão de Caçadores
729 - em Terras de Moçambique, in jornal do Exército
Elementos cedidos por um
colaborador do portal UTW


Batalhão de
Caçadores 729
Em Terras de
Moçambique
1964 a 1967

in Jornal do
Exército
Batalhão de
Caçadores 729 em Terras de Moçambique
Mobilização e
Deslocamento
O Batalhão de
Caçadores 729 foi mobilizado em Junho de 1964,
tendo por Unidade Mobilizadora o Regimento de
Infantaria 16.
Concentrada em Évora,
a Unidade, constituída pelo Comando, Companhia
de Comando e Serviços, Companhia de Caçadores
726, Companhia de Caçadores 727 e Companhia de
Caçadores 728, iniciou uma Escola Preparatória
de Quadros, a que se seguiu a Escola de Recrutas
(2.ª parte).
Concluída a instrução
geral em Agosto, seguiram-se os exercícios
finais da IAO (Instrução de Aperfeiçoamento
Operacional), na região de São Manços.
O Batalhão de
Caçadores 729 estava pronto de instrução a 2 de
Setembro, tendo as Subunidades sido deslocadas
para a Escola Prática de Artilharia, Regimento
de Artilharia Ligeira 3 e Regimento de
Infantaria 1, onde ficaram a aguardar embarque.
Em 7 de Outubro as
Companhias – Companhia de Caçadores 726,
Companhia de Caçadores 727 e Companhia de
Caçadores 728 –, embarcaram no NTT «Niassa»,
para o Comando Territorial Independente da
Guiné.
O Comando e a
Companhia de Comando e Serviços do Batalhão de
Caçadores 729, embarcaram a 21 de Outubro de
1964 no NTT «Quanza», com destino à Região
Militar de Moçambique.
Em 19 de Novembro, o
Comando e a Companhia de Comando e Serviços do
Batalhão de Caçadores 729 desembarcaram em
Nacala, tendo seguido para o Alto Molocué
(distrito da Zambézia), onde estabeleceu o Posto
de Comando.
Actividades na
Região Militar de Moçambique
Em 21 de Novembro de
1964, o Batalhão de Caçadores 729 assumiu a
responsabilidade da sua ZA, enquadrando a
Companhia de Cavalaria 558 e a Companhia de
Caçadores 615, do antecedente já na Região
Militar de Moçambique, e a Companhia de
Caçadores 689, que havia chegado juntamente com
o Comando, tendo por bases, respectivamente, as
povoações de Erego, Gilé e Vila Junqueiro.
Durante a fase de
permanência no distrito da Zambézia, o Batalhão
de Caçadores 729 desenvolveu intensa actividade,
da qual se salienta:
- Montagem dos
serviços e melhoramento de instalações;
- Reconhecimento da ZA,
patrulhamentos, contactos com a população e
acção psico-social;
- Instrução
complementar permanente das tropas, com vista ao
seu aprontamento para o combate;
- Deslocamento de
Pelotões para diversas localidades;
- Exercícios e
pesquisa de informações;
- Actividades gerais:
aulas regimentais e cursos noturnos,
conferências, actividades desportivas e
recreativas, etc.
Com a deterioração da
situação no Norte da Província, em especial no
distrito de Cabo Delgado, o Comando recebeu
ordem para marchar com a Companhia de Caçadores
615 para Montepuez, ali reunir a Companhia de
Caçadores 550 e a Companhia de Caçadores de
Marrupa, e deslocar-se para a área de Mueda,
onde, com outras Subunidades já instaladas,
constituiria o Batalhão de Caçadores B, na
Operação «Águia», na qual tomariam parte
Batalhões de quadrícula e outros também
deslocados.
O Batalhão de
Caçadores 729, enquadrando a Companhia de
Caçadores 615, a Companhia de Caçadores 550, a
Companhia de Caçadores de Marrupa
[3ª/BCac14-RMM], a Companhia de Caçadores 688 e
a Companhia de Cavalaria 755, com bases,
respectivamente em Sadima, Mutamba dos Macondes,
Tartibo, Nangade e Esposende [Sagal] (Posto de
Comando do Batalhão), tomou parte na Operação
«Águia», de 28 de Junho a 18 de Setembro.
No decurso desta
Operação, o Batalhão de Caçadores 729 abateu
bastantes elementos inimigos, destruiu muitos
acampamentos e meios de vida, capturou material
e muitos documentos e recuperou, na parte Norte
do Subsector, grande número de elementos da
população autóctone refugiada nas matas.
Em 19 de Setembro de
1965, o Comando e a Companhia de Comando e
Serviços do Batalhão de Caçadores 729, marchou
para Mocímboa do Rovuma, junto à fronteira
Norte, onde enquadrou a 1ª Companhia da
Caçadores da Beira [1ª/BCac16-RMM], a 2ª
Companhia de Caçadores da Beira [2ª/BCac16-RMM],
já em quadrícula, baseadas em Mocímboa do Rovuma
e Negomano, e ainda Companhia de Caçadores 688 e
a Companhia de Caçadores de Marrupa
[3ª/BCac14-RMM], baseadas em Nangade e Pundanhar,
assim constituindo o Subsector BRV.
Durante a sua
permanência neste Subsector, de 19 de Setembro
de 1965 a 22 de Maio de 1966, o Batalhão de
Caçadores 729 continuou intensa actividade
operacional, em especial junto à fronteira,
destruindo grande número de acampamentos e meios
de vida do inimigo, causando grande número de
baixas, capturando material e muitos documentos,
e continuando as acções de recuperação de
populações refugiadas e vindas da Tanzânia, em
particular na zona de Nangade. Os muitos
documentos capturados permitiram localizar
grande número de bases, e definir grande parte
da organização política, administrativa e
militar do inimigo.
Em 23 de Maio de 1966
o Batalhão de Caçadores 729 foi rendido no
Subsector, tendo regressado as Subunidades às
suas Unidades de origem e rodadas para outras ZA.
O Comando e a Companhia de Comando e Serviços do
Batalhão de Caçadores 729, rodou para Namialo
onde rendeu o Batalhão de Caçadores 608,
enquadrando, de início, a Companhia de Cavalaria
756, a Companhia de Caçadores 687 e Companhia de
Caçadores 614, respectivamente baseadas em
Namapa, Nacaroa e António Enes. O Batalhão de
Caçadores 729 constituiu assim o Subsector CNL,
no distrito de Moçambique.
Durante a sua
permanência nesta ZA, o Batalhão de Caçadores
729 levou a efeito intenso patrulhamento da
região, conduziu a acção psico-social sobre as
populações, remodelou o dispositivo com vista ao
estreitamento da malha da quadrícula e continuou
as suas actividades gerais. Nesta ZA foram
executadas diversas rendições, pelo que o
Batalhão enquadrou mais a Companhia de Caçadores
63 [3ª/BCac19-RMM], a Companhia de Caçadores 694
e a Companhia de Caçadores 804.
Em 9 de Março de 1967,
o Comando e a Companhia de Comando e Serviços do
Batalhão de Caçadores 729 regressou à Metrópole
a bordo do NTT «Niassa», tendo completado dois
anos, quatro meses e dezasseis dias de comissão
ao Ultramar e enquadrado, além das três
Companhias iniciais no Regimento de Infantaria
16, dezassete outras Companhias, em operações de
quadrícula.

Inauguração duma pista de aterragem para aviões
ligeiros na região de Mueda, à qual foi dado o
nome de «Manuel Pacheco», primeiro morto em
combate do Batalhão de Caçadores 729

"Um padre católico baptiza uma criança de etnia
maconde"

O entardecer no Alto Molocué (Zambézia)

As 19
Baixas mortais de militares ocorridas no BCac729
e subunidades agregadas.

ANTÓNIO LUÍS PINTO SILVESTRE
António Luís
Pinto Silvestre, 1.º Cabo de Infantaria, natural
da freguesia e concelho de Pinhel, mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 1 para servir na
Região Militar de Moçambique, integrado na
Companhia de Caçadores 688.
Tombou em
combate no dia 26 de Junho de 1965.

MANUEL LUÍS LOPES BARBEIRO
Manuel Luís
Lopes Barbeiro, 1.º Cabo de Infantaria, natural
da freguesia de Cimo de Vila de Castanheira,
concelho de Chaves, mobilizado pelo Regimento de
Infantaria 1 para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Caçadores
688.
Tombou em
combate no dia 26 de Junho de 1965.

MANUEL PACHECO
Manuel
Pacheco, Soldado de Infantaria, natural de
Bragadas, freguesia de Santo Aleixo de Além -
Tâmega, concelho de Ribeira de Pena, mobilizado
pelo Regimento de Infantaria 16 para servir na
Região Militar de Moçambique, integrado na
Companhia de Comando e Serviços do Batalhão de
Caçadores 729.
Tombou em
combate no dia 10 de Julho de 1965, em Sagal
(Esposende), no 8.º dia da Operação «Águia».

FRANCISCO DAMIÃO
PEREIRA
Francisco
Damião Pereira, Soldado de Infantaria, natural
da freguesia de Valdigem, concelho de Chaves,
mobilizado pelo Regimento de Infantaria 1 para
servir na Região Militar de Moçambique,
integrado na Companhia de Caçadores 550.
Tombou em
combate no dia 12 de Julho de 1965, em Mutamba
dos Macondes, durante a Operação «Águia».
MANUEL ALMEIDA
FERREIRA
Manuel
Almeida Ferreira, 1.º Cabo de Infantaria,
natural da freguesia de Pedorido, concelho de
Castelo de Paiva, mobilizado pelo Batalhão de
Caçadores 10 para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Caçadores
615.
Tombou em
combate no dia 25 de Julho de 1965, por
deflagração de fornilho IN com trotil, em Sadima,
durante a Operação «Águia».
JOAQUIM PINHEIRO
COUTO
Joaquim
Pinheiro Couto, Soldado de Infantaria, natural
da freguesia de Alpendurada e Matos, concelho de
Marco de Canaveses, mobilizado pelo Batalhão de
Caçadores 10 para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Caçadores
615.
Tombou em
combate no dia 25 de Julho de 1965, por
deflagração de fornilho IN com trotil, em Sadima,
durante a Operação «Águia».
JOSÉ SOARES DA SILVA
José Soares
da Silva, Soldado de Infantaria, natural
da freguesia de Travanca, concelho de Cinfães,
mobilizado pelo Batalhão de Caçadores 10 para
servir na Região Militar de Moçambique,
integrado na Companhia de Caçadores 615.
Tombou em
combate no dia 25 de Julho de 1965, por
deflagração de fornilho IN com trotil, em Sadima,
durante a Operação «Águia».
MANUEL AUGUSTO DIAS
CARNEIRO
Manuel
Augusto Dias Carneiro, Soldado de
Infantaria, natural da freguesia de Covelas,
concelho de Trofa, mobilizado pelo Batalhão de
Caçadores 10 para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Caçadores
615.
Tombou em
combate no dia 25 de Julho de 1965, por
deflagração de fornilho IN com trotil, em Sadima,
durante a Operação «Águia».
MÁRIO MONTEIRO GOMES
Mário Monteiro Gomes, Soldado
de Infantaria, natural da freguesia de Veade,
concelho de Celorico de Basto, mobilizado pelo
Batalhão de Caçadores 10 para servir na Região
Militar de Moçambique, integrado na Companhia de
Caçadores 615.
Tombou em
combate no dia 25 de Julho de 1965, por
deflagração de fornilho IN com trotil, em Sadima,
durante a Operação «Águia».

PAULINO UACUNA
DIMANDE
Paulino
Uacuna Dimande, 1.º Cabo de Infantaria, natural
da freguesia de São Batista, concelho de João
Belo, da Província de Moçambique, mobilizado
para servir na Região Militar de Moçambique
itegrao a 3.ª Companhia do Batalhão de Caçadores
14.
Tombou em
combate no dia 21 de Agosto de 1965, em Tartibo
(Nova Torres 0,5Km Rovuma) durante a Operação
«Águia».

JOSÉ CRISÓSTOMO GOMES BAÇÃO LEAL
José
Crisóstomo Gomes Bação Leal, Alferes Mil.º de
Infantaria, nascido em 1 de Julho de 1942, na
freguesia de Coração de Jesus, concelho de
Lisboa, mobilizado pelo Regimento de Infantaria
1 para servir na Região Militar de Moçambique,
integrado na Companhia de Caçadores 688.
Tombou em
combate no dia 27 de Agosto de 1965, em Nangade,
durante a Operação «Águia» (ler "Poesias e
Cartas", publicadas em 1971).
Tinha 23 anos
de idade.

ANTÓNIO FERNANDO
NOGUEIRA GOMES TEIXEIRA
António
Fernando Nogueira Gomes Teixeira, 1.º Cabo de
Cavalaria, natural da freguesia de Cete,
concelho de Paredes, mobilizado pelo Regimento
de Cavalaria 7, para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Cavalaria
755.
Tombou em
combate no dia 02 de Setembro de 1965, em Sagal,
durante a Operação «Águia».

JOAQUIM SANTOS LAGE
Joaquim
Santos Lage, Soldado de Cavalaria,
natural da freguesia de Argoncilhe, concelho de
Santa Maria da Feira, mobilizado pelo Regimento
de Cavalaria 7, para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Cavalaria
755.
Tombou em
combate no dia 02 de Setembro de 1965, em Sagal,
durante a Operação «Águia».

JOSÉ NARCISO VIEIRA
RODRIGUES
José Narciso
Vieira Rodrigues, Soldado de Cavalaria, natural
de Costeira, freguesia de Anais, concelho de
Ponte de Lima, mobilizado pelo Regimento de
Cavalaria 7, para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Cavalaria
755.
Tombou em
combate no dia 02 de Setembro de 1965, em Sagal,
durante a Operação «Águia».
JOSÉ VIEIRA DA SILVA
CARDOSO
José Vieira da Silva Cardoso, Alferes Mil.º de
Infantaria, natural da freguesia de São João,
concelho das Lajes do Pico, mobilizado pelo
Batalhão de Caçadores 10 para servir na Região
Militar de Moçambique, integrado na Companhia de
Caçadores 615.
Faleceu no dia
17 de Dezembro de 1965, de doença, em Sagal
(Esposende).

ILÍDIO MARIA DAMÁSIO
Ilídio Maria
Damásio, Soldado de Infantaria, natural da
freguesia de São Salvador, concelho de Odemira,
mobilizado pelo Regimento de Infantaria 1 para
servir na Região Militar de Moçambique,
integrado na Companhia de Caçadores 687.
Faleceu no dia
25 de Dezembro de 1965, de acidente, em Nacarôa

AVELINO RIBEIRO CUNHA
Avelino
Ribeiro Cunha, Soldado de Infantaria, natural da
freguesia e concelho de Fafe, mobilizado pelo
Regimento de Infantaria 16 para servir na Região
Militar de Moçambique, integrado na Companhia de
Comando e Serviços do Batalhão de Caçadores 729.
Tombou em
combate no dia 23 de Março de 1966, em Mocímboa
do Rovuma

MANUEL FRANCISCO DA
SILVEIRA JÚNIOR
Manuel Francisco da Silveira Júnior,
Capitão SGE, natural da freguesia e concelho das
Lajes do Pico, mobilizado pelo Regimento de
Infantaria 16 para servir na Região Militar de
Moçambique, como comandante da Companhia de
Comando e Serviços do Batalhão de Caçadores 729.
Faleceu no
dia 23 de Abril d 1966, de doença, em Mocímboa
do Rovuma.

AUGUSTO MARIA JOAQUIM
Augusto Maria
Joaquim, Soldado de Infantaria, natural da
freguesia de São Martinho das Amoreiras,
concelho de Odemira, mobilizado pelo Regimento
de Infantaria 1 para servir na Região Militar de
Moçambique, integrado na Companhia de Caçadores
687.
Faleceu no dia
29 de Dezembro de 1966, de acidente, em Nacarôa


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