Fernando Antunes da
Costa,
Soldado de Artilharia, da CArt2372/BArt2847: Cruz de Guerra de
4.ª classe
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo VI, pág. 492, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo III, Livro 1, pág.s
329 a
331, da
RHMCA / CECA / EME
Jornal do Exército, ed. 120, pág.
64, de Dezembro de 1969
Imagens dos distintivos cedidas pelo
veterano Carlos Coutinho
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Fernando
Antunes da Costa
Soldado de Artilharia, n.º 05477267
Companhia de
Artilharia 2372
Batalhão de Artilharia 2847
«QUEM OUSA VENCE»
Moçambique:
18Mai1968 >
20Mai1970
Cruz de Guerra, de 4.ª
classe
Prémio 'Governador'
Fernando
Antunes da Costa, Soldado de
Artilharia, n.º 05477267.
Mobilizado pelo Regimento de Artilharia Pesada 2 (RAP2 -
Vila Nova de Gaia) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique integrado na
Companhia de
Artilharia 2372 do Batalhão de Artilharia 2847
«QUEM OUSA VENCE», no período de
18 de Maio de 1968 a 20 de Maio de 1970.
Cruz de Guerra, de 4.ª
classe
Soldado
de Artilharia, n.º 05477267
FERNANDO ANTUNES DA COSTA
CArt2372/BArt2847 - RAP2
MOÇAMBIQUE
4.ª CLASSE
Transcrição do Despacho publicado na OE
n.º 25 - 3.ª série de 1969.
Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª
classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da
Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35 667, de
28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das
Forças Armadas de Moçambique, de 31 de Maio de 1969, o
Soldado de Artilharia n.º 05477267, Fernando Antunes da
Costa, da Companhia de Artilharia 2372 do Batalhão de
Artilharia 2847 - Regimento de Artilharia Pesada n.º 2.
Transcrição do louvor que originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 31, de 19 de Abril de 1969, do
Quartel General da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):
Louvo o Soldado n.º 05477267, Fernando Antunes da Costa,
da Companhia de Artilharia n.º 2372 do Batalhão de
Artilharia n.º 2847 - Regimento de Artilharia Pesada 2,
pela coragem e abnegação de que deu provas durante um
ataque desencadeado pelo inimigo contra a sua Secção,
depois de esta ter transposto o Rio Luatize.
Tendo o seu Comandante mandado regressar a força, pela
ponte, à margem donde procedia, para reforçar o seu
Destacamento, que, com reduzido efectivo, estava também
a ser atacado, movimento que se apresentava muito
dificultado pela acção do adversário, que mantinha o
tabuleiro da ponte sob o seu fogo cruzado, o Soldado
Costa, colocou-se em posição de cobrir a retirada da sua
Secção, assim fixando o inimigo, por momentos, só
retirando, ele próprio, depois de verificar que todos os
seus camaradas já haviam transposto a ponte. Fê-lo
sozinho e debaixo de fogo adverso, conservando sempre
muito sangue-frio e disparando para um e outro lado e
ziguezagueando.
Deste modo, conseguiu chegar ileso ao
Destacamento que, em resultado de tal manobra, ficou em
condições de poder reagir ao ataque de que era alvo.
Granjeou, assim, o referido Soldado, a
admiração e a confiança do seu Comandante, que se honra
de o poder apontar como exemplo.
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Jornal do Exército, ed. 120, pág.
64, de Dezembro de 1969
Soldado Fernando Antunes da Costa
«Pela coragem e abnegação de que deu
provas, durante um ataque à sua Secção quando o seu
Comandante mandou atravessar a ponte sobre o rio Luatize,
a fim de recolherem ao seu destacamento, por ter
verificado que este também estava a ser atacado e saber
que dispunha de reduzida Força, por ter outra Secção
empenhada numa patrulha de reconhecimento, e a
transposição era difícil, devido ao fogo cruzado do
inimigo sobre o tabuleiro da ponte, se colocou em
posição de, com o seu fogo, cobrir a retirada da sua
Secção, obrigando o inimigo a imobilizar-se, por
momentos, só retirando depois de verificar que todos já
tinham passado a ponte, o que fez sozinho, conservando
sempre grande sangue-frio, disparando para um e outro
lado e ziguezagueando, conseguiu chegar, por sua vez,
ileso ao Destacamento, que assim ficou em condições de
poder reagir ao ataque a que estava sendo submetido.
Por esta sua acção granjeou a admiração e confiança
deste Comando que se honra de o poder apontar como
exemplo e de lhe poder conferir este público louvor.»
É condecorado com a Cruz de Guerra de 4.ª
Classe.
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Batalhão
de Artilharia N.º 2847
Identificação:
BArt2847
Unidade Mobilizadora:
Regimento de Artilharia Pesada 2 (RAP 2 -
Vila Nova de Gaia)
Comandante:
Tenente-Coronel de Artilharia José António de
Almeida Castro
2.º Comandante:
Major de Artilharia José Maria Eusébio Alves
Oficial de Informações e
Operações / Adjunto:
Capitão de Artilharia Alexandre Afonso Rebelo
da Silva Aragão
Comandantes
de Companhia:
Companhia de Comando e Serviços
(CCS):
Capitão de Artilharia Abílio Margarido
Gonçalves
Companhia de Artilharia 2372
(CArt2372):
Capitão Mil.º Joaquim José da Cunha
Companhia de Artilharia 2373
(CArt2373):
Capitão de Artilharia Carlos António Duarte
Cachulo e Costa
Companhia de Artilharia 2374
(CArt2374):
Capitão de Artilharia Alberto Marques da
Silva
Teve sob o seu comando:
Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328),
Companhia de Caçadores de Quelimane (CCacQuelimane),
Companhia de Artilharia 2387 (CArt2387) e
Companhia de Cavalaria 2415 (CCav2415).
Divisa:
"Quem Ousa Vence"
Partida:
Embarque, em navio, em 23 de Abril de 1968;
Desembarque em 18 de Maio de 1968.
Regresso:
Embarque, em navio em 20 de Maio de 1970.
Síntese da
Actividade Operacional
Desembarcou em Nacala.
Rendeu em Valadim (distrito do Niassa), o Batalhão de
Caçadores 1918 (BCac1918), no subsector AVL do sector A.
As Companhias de Artilharia 2372, 2373 e 2374, foram
colocadas, respectivamente, em Valadim, Muembe e Nova
Viseu, integradas no dispositivo do batalhão [BArt2847].
Teve sob o seu comando na situação de intervenção:
Companhia de Artilharia 2328 (CArt2328), em Nova Viseu
(Setembro a Novembro de 1968),
Companhia de Artilharia 2387 (CArt2387), em Chiconono
(Setembro de 1968 a Maio de 1969) e
Companhia de Cavalaria 2415 (CCav2415) em Luatize e
Valadim (Junho a Novembro de 1969).
Num subsector de grande implantação
inimiga, durante a permanência em Valadim (18 meses), o
batalhão [BArt2847] desenvolveu intensa actividade
operacional, através de abertura de itinerários,
escoltas, nomadizações, patrulhamentos, emboscadas e
acções de recuperação de populações, designadamente as
operações:
"Todo o Gás" (entre Valadim e Luatize),
"Rio", "Fera", "Siroco", "Manga" e "Manda Chuva" (Chiconono),
"Beta Um" (E de Valadim) e
Dezenas da série Pantera em toda a ZA (zona de acção),
nomeadamente nas regiões de Nova Viseu, Chiconono,
Valadim, Muembe, N'Coleze, Milepa e dos rios Lucuise,
Mavala, Luatize, Xilunga e Chissangesse.
Em Novembro de 1969 foi rendido em Valadim, pelo
Batalhão de Artilharia 2898 (BArt2898) e transferido
para Mocuba, no distrito da Zambézia onde rendeu o
Batalhão de Caçadores 1937 (BCac1937), no subsector DMO,
do sector D.
As Companhias de Artilharia 2372, 2373 e 2374, foram
colocadas respectivamente, em Mabo-Tacuane, Milange e
Morrumbala, integradas no dispositivo do batalhão
[BArt2847].
Ficou sob o seu comando a Companhia de Caçadores de
Quelimane (CCacQuelimane), em Chire.
A actividade do inimigo, levada a cabo a partir do
território do Malawi, consistia em acções de aliciamento
de populações, de roubo e assaltos na zona fronteiriça.
De Novembro de 1969 até final da comissão, a actividade
operacional caracterizou-se pela execução de escoltas,
reconhecimentos, nomadizações, patrulhamentos, contacto
com as populações, colaboração com as autoridades
administrativas, de assistência médico-sanitária e acção
psicológica.
Foi rendido em Mocuba (Maio de 1970),
pelo Batalhão de Caçadores 2880 (BCac2880).
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Companhia
de Artilharia 2372
A Companhia de Artilharia (CArt2372) desembarcou em
Nacala.
Colocada em Valadim, rendeu a Companhia de Caçadores
1713 do Batalhão de Caçadores 1918 (CCac1713/BCac1918).
Guarneceu a ponte do rio Luatize e Milepa com 1 pelotão.
De Maio de 1968 a Novembro de 1969, esteve empenhada,
quase permanentemente, na protecção aos trabalhos de
reparação dos itinerários Ponte do Rio Luatize - Valadim
- Milepa, pela 2.ª Companhia de Engenharia da Região
Militar de Moçambique (2.ªCEng/RMM9 e Valadim - Cajamoca
- Ponte do Rio Lucuisse, pela Companhia de Engenharia
2349 (CEng2349)
Para o efeito, esteve reforçada com 1
pelotão da Companhia de Comando e Serviços (CCS)
[BArt2847].
Executou entre outras, as operações:
"Procure Um" (vale do rio Luatize) e
"Apanha 3" (vale do rio Lucheringo).
Tomou parte na operação "Todo o Gás".
Em Novembro de 1969, rendida em Valadim pela Companhia
de Artilharia 2623 do Batalhão de Artilharia 2898
(CArt2623/BArt 2898), foi transferida para Mabo-Tacuane,
onde rendeu a Companhia de Caçadores 1797 do Batalhão de
Caçadores 1935 (CCac1797/BCac1935).
Guarneceu, com 1 secção a represa da "Companhia de Chá
Nadal" e com 1 pelotão Muabanama.
Foi rendida em Mabo-Tacuane (Maio de 1970), pela
Companhia de Caçadores 2472 do Batalhão de Caçadores 286
(CCac2472/BCac2863).
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Companhia de
Artilharia 2373
A Companhia de Artilharia 2373 (CArt2373) desembarcou em
Nacala.
Rendeu em Muembe, a Companhia de Caçadores 1714 do
Batalhão de Caçadores 1918 (CCac1714/BCac1918).
Guarneceu com 1 pelotão o destacamento de Vila Nova de
Montalegre.
De Maio de 1968 a Novembro de 1969, executou, entre
outras, as operações:
"Checas Bravos" (vale do rio Namassacata),
"Pantera Teimosa" e "Máquina Infernal" (região de
Matende),
"Tentativa" (monte Gatala),
"Panteras Esperançosas" (vale do rio Nohi),
"Pantera Procura" (região de Nova Viseu) e
"Bate o Pé" (vale do rio Nacaumba).
Em Novembro de 1969, foi rendida em Muembe, pela
Companhia de Artilharia 2630 do Batalhão de Artilharia
2898 (CArt2630/BArt2898) e transferida para Milange,
onde rendeu a Companhia de Caçadores 1796 do Batalhão de
Caçadores 1935 (CCac1796/BCac1935).
Foi rendida em Milange (Maio de 1970), pela Companhia de
Caçadores 2468 do Batalhão de Caçadores 2862
(CCac2468/BCac2862).
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Companhia de
Artilharia 2374
A Companhia de Artilharia 2374
(CArt2374) desembarcou em Nacala e foi colocada em Nova
Viseu, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1715 do
Batalhão de Caçadores 1918 (CCac1715/BCac1918).
De Maio de 1968 a Novembro de 1969, esteve empenhada,
quase permanentemente, na protecção aos trabalhos de
reparação dos itinerário ponte do rio Luango - Nova
Viseu - ponte do rio Luatize, pela 2.ª Companhia de
Engenharia do Agrupamento de Engenharia da Região
Militar de Moçambique 2.ªCEng/AgrEng/RMM).
Executou, entre outras, as operações:
"Nova Arrancada" (vale do rio Luatize),
"Vamos Todos" (vale do rio Locheze),
"Panteras Raivosas" (região de Tchampola) e
"Acção" (vale do rio Lucuisse).
Tomou parte na operação "Todo o Gás".
Em Novembro de 1969, foi rendida em Nova Viseu, pela
Companhia de Artilharia 2631 do Batalhão de Artilharia
2898 (CArt2631/BArt2898) e transferida para Morrumbala,
onde rendeu a Companhia de Caçadores 1798 do Batalhão de
Caçadores 1935 (CCac1798/BCac1935.
Guarneceu, com 1 pelotão os destacamentos
de Derre e Mopeia.
Foi rendida em Morrumbala (Maio de 1970), pela Companhia
de Caçadores 2467 do Batalhão de Caçadores 2862
(CCac2467/BCac2862).
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A actividade operacional das Companhias
de Artilharia 2372, 2373 e 2374, colocadas
respectivamente, em Mabo-Tacuane, Milange e Morrumbala
(Zambézia), a partir de final de Novembro de 1969,
consistia em patrulhamentos e contacto com a população
em acção educativa e medicamentosa.
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Dos resultados obtidos, decorrentes da
actividade operacional do batalhão [BArt2847],
salienta-se, entre o diverso material capturado; 2
pistola-metralhadoras, 2 pistolas, 30 espingardas, 15
granadas de mão, 2 granadas de morteiro, 7 granadas de
lança granadas-foguete, 1 granada de canhão anti-carro,
grande quantidade de munições de armas ligeiras e
variada documentação.