Daniel Rui de Almeida Fonseca, Alferes
Mil.º Atirador: Medalha de Prata de Valor Militar, com
palma
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HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo
I,
da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo III, Livro 1,
da RHMCA / CECA / EME
8.º Volume, Tomo III, Livro
1, da
RHMCA / CECA / EME
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Daniel
Rui de Almeida Fonseca
Alferes Mil.º Atirador, n.º 80128065
Companhia de Caçadores
2321
«OS PIONEIROS
DA SERRA DO MAPÉ»
Batalhão de Caçadores
2837
«SEMPRE EXCELENTES E VALOROSOS»
Medalha de Prata de
Valor Militar, com palma
Daniel Rui de Almeida Fonseca, Alferes
Mil.º Atirador, n.º 80128065, natural da freguesia de
Nossa Senhora da Graça, concelho da Praia, da Província
Ultramarina de Cabo Verde, solteiro, filho de Mário Ivo
Almeida Fonseca e de Andreza de Barros.
Mobilizado pelo Batalhão de Caçadores 10 (BC10 - Chaves)
para servir Portugal na Província Ultramarina de
Moçambique integrado na Companhia de Caçadores 2321
(nota)
«OS PIONEIROS
DA SERRA DO MAPÉ» do Batalhão de
Caçadores 2837 «SEMPRE EXCELENTES E VALOROSOS».
Faleceu, no dia 5 de Janeiro de 1969, vítima de
ferimentos em combate, devido ao ataque inimigo ao
quartel da Cruz Alta, na Serra do Mapé.
Está sepultado no cemitério da Praia, em Cabo Verde.
(nota)
- Comandante
da Companhia de Caçadores 2321:
«OS PIONEIROS DA SERRA DO MAPÉ»
Capitão Mil.º
Rui José Figueira Esteves
Partida: Embarque, no NTT «Vera Cruz», no dia 31 de
Janeiro de 1968; Desembarque em Porto Amélia, no dia 21
de Fevereiro de 1968.
Regresso: Embarque, em navio, no dia 28 de Fevereiro de
1970.
Síntese da Actividade
Operacional
A Companhia de Caçadores 2321 (CCaç 2321) desembarcou em
Porto Amélia. Rendeu no Monte das Oliveiras, a Companhia
de Caçadores 1584 (CCaç 1584). Guarneceu Coveque com 2
secções; a 04 de Maio de 1968, este destacamento sofreu
violento ataque com graves consequências humanas e
destruição total das instalações.
A 10 de Junho de 1968, instalou-se em Macomia.
A 04 de Dezembro de 1968, foi transferida para o
Cruzamento Alto, na serra Mapé, onde estabeleceu um novo
aquartelamento, o qual a 10 de Fevereiro de 1968 passou
a designar-se Cruz Alta.
A 18 de Março de 1969, permutando com a Companhia de
Artilharia 2386 (CArt 2386), foi transferida de Cruz
Alta para Quiterajo.
De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, submetida a
intensa actividade operacional, efectuou abertura de
itinerários, escoltas a colunas logísticas,
patrulhamentos, nomadizações, batidas e golpes de mão,
nomeadamente as operações: "Lagarto 1" (entre os rios
Mucamala, Liugé e Nambidge), "Lagarto 3" (nascentes do
rio Liucué), "Serra 1", (vale do rio Namope) e "Serra"
(vale do Rio Mumbo). Tomou parte nas operações "Dragão
Prateado", "Agora Vai", "Bate Certo", "Serpente",
"Iniciação 1, 2 e 3" e "Águia Branca 1".
Em Setembro de 1969, foi rendida em Quiterajo, pela
Companhia de Caçadores 2423 (CCaç 2423) e transferida
para Ponta Mahone, no distrito de Lourenço Marques, onde
rendeu a Companhia de Caçadores 1713 do Batalhão de
Caçadores 1918 (CCaç 1713/ BCaç 1918). Foi retirada
definitivamente ao batalhão. Ficou sob o comando do
Batalhão de Caçadores 18 (BCaç 18 - Lourenço Marques).
Até final da comissão, executou patrulhamentos e
contacto com a população.
Foi rendida em Ponta Mahone (Fevereiro de 1970), pela
Companhia de Cavalaria 2375 do Batalhão de Cavalaria
2848 (CCav 2375/BCav 2848).
A sua Alma descanse em paz
Medalha de Prata de
Valor Militar, com palma
Alferes
Miliciano de Infantaria
DANIEL RUI DE ALMEIDA FONSECA
CCac 2321/BCac 2837 — BC 10
MOÇAMBIQUE
Grau: Prata, com palma (Título póstumo)
Transcrição da Portaria publicada na
OE n.º 16 — 2.ª série, de 1969:
Por Portaria de 1 de Julho de 1969:
Condecorado com a Medalha de Prata de
Valor Militar, com palma, a título póstumo, nos termos
do artigo 7.º, com referência ao § 1.º do artigo 51.º,
do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, o Alferes Miliciano de Infantaria, Daniel Rui de
Almeida Fonseca, da Companhia de Caçadores n.º 2321,
Batalhão de Caçadores n.º 2837, Batalhão de Caçadores
n.º 10, porque no passado dia 5 de Janeiro, cerca das 5
horas, aquando do ataque inimigo ao estacionamento da
sua Companhia, teve comportamento heroico, abnegado,
valente e corajoso.
Iniciado o ataque, levado a efeito por numeroso grupo
inimigo, que, dispondo de armas automáticas,
lança-granadas-foguetes e morteiros médios e ligeiros,
procurava tirar partido do facto do estacionamento da
Companhia se encontrar ainda num incipiente grau de
organização, o Alferes Fonseca, perfeitamente cônscio do
perigo que o referido estacionamento corria,
imediatamente se dirigiu ao sector onde o ataque era
mais forte e, a peito descoberto, reorganizou a defesa
daquele sector, incitou os seus subordinados e, dando
mostras de muito sangue-frio e coragem, indiferente ao
perigo, com desprezo absoluto pela vida, manteve-se
sempre fora das trincheiras, fazendo tiro de pontaria
ajustada, até que, perto do fim do ataque, foi atingido
mortalmente por estilhaços de uma granada de morteiro
lançada pelo inimigo.
Com tão heroica conduta, o Alferes Fonseca reafirmou as
extraordinárias qualidades militares já evidenciadas
anteriormente, em campanha, noutras acções, mercê das
quais os seus superiores hierárquicos o consideravam,
desde há muito, como um valoroso oficial subalterno, a
cujo exemplo de sangue-frio, valentia, abnegação e
coragem se fica a dever, em grande parte, o êxito
alcançado pela sua Companhia na defesa do seu
estacionamento.
Demonstrando, como demonstrou, brilhantemente, na
referida acção, alta compreensão da grandeza do dever
militar, o Alferes Fonseca honrou sobremaneira as
gloriosas tradições das instituições militares
portuguesas.
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