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Capitão Mil.º de Artilharia 'Comando' Horácio Francisco
Martins Valente
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
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HONRA E GLÓRIA |
Imagens cedidas pelo veterano
José Manuel Potier
e apoio de um colaborador
do portal UTW
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Tombou em combate, na Região Militar de Moçambique,
no dia 11 de Agosto de 1968 (tinha 30 anos de idade):
Horácio
Francisco Martins Valente
Capitão Mil.º de
Artilharia 'Comando'
Paz à sua Alma
Angola (RMA): 15Dez1962 a 21Fev1965 (inclui o
período no CTIG)
Comandante de pelotão da
Companhia de Artilharia 393
Batalhão de Artilharia 400 «OS GATOS»
Comandante do
Grupo de Comandos «OS GATOS» «AUDACES FORTUNA JUVAT»
Guiné (CTIG): 22Set a 25Nov1964
Comandante do
Grupo de Comandos «OS GATOS»
Moçambique (RMM): 26Nov1966 a 11Ago1968 (data do
falecimento)
Comandante da
4.ª Companhia de Comandos
«GATOS» - «A SORTE PROTEGE OS AUDAZES»
Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito,
grau oficial
Medalha de Prata de Valor Militar, com
palma
Cruz de Guerra
de 1.ª classe Colectiva
4.ª Companhia de Comandos
Cruz de Guerra
de 2.ª classe
Tributo da
Associação de Comandos:
Capitão
Miliciano "Comando", Horácio Francisco Martins Valente,
nasceu a 29 de Maio de 1938, na freguesia de Vilar,
concelho de Vila do Conde.
Incorporado em 28 de Agosto de 1960, na
Escola
Prática de Artilharia, frequentando o curso de oficiais
milicianos em 1961.
Em 01 de Maio de 1962 é colocado no
Regimento
de Artilharia Ligeira n.º 1, em Lisboa, sendo mobilizado
para Angola, integrando a Companhia de Artilharia n.º
393,
do Batalhão de Artilharia n.º 400.
Embarcou com destino a Luanda em 05 de
Dezembro
de 1962.
De 01 de Julho a 03 de Outubro de 1963, frequentou no
Centro
de Instrução n.° 16, em Quibala Norte, o Curso de
Comandos.
Comandou o Grupo de Comandos do BART 400,
designado por "OS GATOS". Actuou na
Zona
Intervenção Norte, da Região Militar de Angola,
principalmente no sector "D" e "A".
Por determinação superior foi o Grupo de Comandos "OS
GATOS" deslocado para a Guiné, a fim de participar na
instrução do
primeiro
curso de comandos naquela Província, onde permaneceu
cerca de dois meses, realizando várias operações
militares.
Promovido ao posto de Tenente, em 01 de Dezembro de
1964. Frequentou na Escola Prática de Infantaria, no ano
de 1965 o Curso de Comandantes de Companhia.
Nomeado
para comandar a 4.ª Companhia de Comandos, em Junho
de
1966, embarcando para Moçambique, em 09 de Novembro de
1966. Morto em campanha, em 11 de Agosto de 1968.
Louvado por Portaria de 24 de Setembro de 1968:
Pelas notáveis e excepcionais qualidades de comando
reveladas como comandante da 4.ª
Companhia de Comandos
e, em especial, da Companhia de Caçadores n.º 1553 [do
Batalhão de Caçadores 1889 «AD JUSTAM PACEM».
Para além do interesse que devotou ao seu aquartelamento
e instrução do pessoal, conseguiu, em pouco tempo, pelo
seu entusiasmo e espírito combativo, transformar uma
Companhia acentuadamente inerte das mais eficientes
subunidades.
Participando, por princípio, em qualquer operação da sua
tropa revelou-se sempre um planeador inteligente e
meticuloso e um executante cuja audácia, sangue-frio
perante o inimigo, arrojo e valentia debaixo de fogo, o
tornam um estímulo permanente para os seus subordinados,
que nele admiram e reconhecem qualidades inconfundíveis
de comando.
A sua acção aguerrida se devem os inúmeros êxitos
alcançados pelas unidades que comandou, traduzidos em
inimigos abatidos e armas apreendidas.
Salienta-se, ainda, num acto de justiça que se impõe, a
maneira brilhante e extraordinária como conduziu a acção
da 4.ª Companhia de Comandos na operação "Marte", de
ataque à base provincial Gungunhana, para o comando da
qual se ofereceu voluntariamente, em virtude de todos os
restantes oficiais da companhia estarem feridos por
acções do inimigo e acidentes em operações e apesar de
ele próprio se encontrar convalescente de um ferimento
recebido em combate.

Por meio de valorosa e verdadeiramente magistral
conduta, levou a sua unidade indetectada durante a
aproximação até à distância de 500 metros do objectivo
através de uma região ocupada por população controlada
pelo inimigo, sentinelas e armadilhas, do que resultou a
total surpresa da operação, um dos factores primordiais
do êxito obtido.
Ocupou no dispositivo do ataque o posto de maior perigo,
e, indiferente aos tiros do inimigo, com um reduzido
grupo dos seus homens, com rara decisão, audácia e
valentia, entrou na base inimiga, que, segundo as
informações obtidas, deveria possuir cento e vinte
elementos armados e acoitar os chefes principais da
subversão do Niassa.
Podem classificar-se de formidáveis e excepcionais os
resultados desta acção, em que foram abatidos vinte e
dois elementos inimigos armados, entre os quais alguns
de elevado nível dentro da subversão; capturado todo o
material de guerra do depósito base, entre o qual
quarenta e quatro armas automáticas e semi-automáticas,
cento e sete granadas de canhão, de morteiro, de
lança-chamas e de mão, cento e dezanove minas anticarro
e antipessoal; destruído um depósito repleto de
fardamento e calçado, e capturados valiosíssimos
documentos, entre os quais os do chefe provincial de
operações da Frelimo.
Depois de ter comandado a total destruição da mais
importante base inimiga no sector, retirou com a sua
unidade sem uma única baixa.
Com as magníficas qualidades militares de firmeza,
decisão, rara abnegação, valentia e coragem
anteriormente evidenciadas, com grave risco de vida, em
frente do inimigo e mais uma vez confirmadas neste
valoroso e distinto feito de armas em campanha, que
constitui o mais severo golpe até agora infligido ao
inimigo no Norte de Moçambique, afirmou-se o Capitão
Valente um exemplo vivo de Chefe de indiscutível valor
militar, que muito tem contribuído para o bom êxito das
operações realizadas e que muito honra as melhores
tradições das armas portuguesas, às quais veio
acrescentar grande lustre e glória.


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