"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro

José
Garcia Henriques
2.º Sargento de Infantaria de Operações
Especiais, n.º 45138956
Companhia de Caçadores 803
«OS DIABOS DA SELVA»
Moçambique:
19Jun1965 a 08Abr1966 (data do falecimento)
Cruz de Guerra de 2.ª classe
(Título póstumo)
Louvor Individual
(Título póstumo)
José Garcia Henriques, 2.º Sargento
de Infantaria de Operações
Especiais, n.º 45138956, nascido na
freguesia de Erada, concelho da
Covilhã, filho de Joaquim
Henriques
e de Maria Garcia Silva, casado com
Maria Amélia Ferreira Henriques;
Mobilizado pelo Regimento de
Infantaria 16 (RI16 - Évora)
«CONDUTA BRAVA E EM TUDO DISTINTA»
para servir Portugal na
Província
Ultramarina de Moçambique;
No dia 21 de Maio de 1965, na Gare
Marítima da Rocha do Conde de
Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT
‘Infante Dom Henrique’, integrado na
Companhia de Caçadores 803 (CCac803)
«OS DIABOS DA SELVA», rumo ao porto
marítimo da cidade de Porto Amélia,
onde desembarcou no dia 19 de Junho
de 1965;
A
sua subunidade de infantaria,
comandada pelo Capitão de Infantaria
Victor da Silva e Sousa, após o
desembarque, seguiu para *Mueda onde
efectuou intenso treino operacional;
em 24 de Julho de 1965, montou base
em Muidumbe, onde rendeu a Companhia
de Caçadores 607 (CCac607)
«FORTES
E JUSTOS»
[à
chegada à Região Militar de Moçambique foi retirada do
quadro orgânico do Batalhão de Caçadores 608
(BCac608)
«FORTES E JUSTOS»]
na operação "Águia", (efectuada
no
planalto dos Macondes de 02 de Julho
a 11 de Setembro de 1965) sob o
comando do Batalhão de Caçadores de
Nampula (CCacNampula) «AD GLORIAM
FAMA VOLAT» com Posto de Comando
naquela localidade; no decurso
daquela operação, efectuou as
operações
"Águia Azul" (norte da picada
Muatide - Muidumbe), "Águia Amarela"
(zona de Sanegure) e "Melro"
(sudeste de Namaua); terminada a
operação
"Águia",
manteve-se em Muidumbe, na
dependência operacional do Batalhão
de Caçadores 596 (BCac596)
«EXELENTES E VALOROSOS» e do
Batalhão de Caçadores 1872
(BCac1872) «FALCÕES DE MOÇAMBIQUE»,
(rendeu em Dezembro de 1965 o
primeiro em Mueda); guarneceu
temporariamente Nangololo com um
pelotão; efectuou escoltas a colunas
de
reabastecimento
para Mueda, patrulhamentos e
nomadizações, nomeadamente nas
regiões de Muatide, Napula, Muidumbe
e margem
esquerda
do rio Messalo; participou na
operação "Papagaio" (entre Muidumbe
e estrada Macomia – Mocímboa da
Praia); rendida pela Companhia de
Cavalaria 1510 (CCav1510) do
Batalhão de Cavalaria 1880
(BCav1880)
«OS CENTAUROS», regressou a Mueda em
Fevereiro de 1966; rendeu a
Companhia de Caçadores 550
(CCac550); sob o comando do Batalhão
de
Cavalaria
1880 (BCav1880) «OS CENTAUROS», que
rendera naquele mês o Batalhão de
Caçadores 1872 (BCac1872) «FALCÕES
DE MOÇAMBIQUE» em Mueda, efectuou
escoltas a colunas
para
Mocímboa do Rovuma e patrulhamentos,
designadamente na região de Chomba,
nas picadas Mueda - Miteda, Mueda
Namaua e Mueda – Sagal; tomou parte
nas operações "Cilindragem" (região
entre Mueda, Miteda, Nangololo,
Muidumbe e rio Messalo) e "Mandioca"
(Mueda, Namaua e Mutamba dos
Macondes);
Faleceu no dia 08 de Abril de 1966,
na região de Mueda, em consequência
de ferimentos em combate;
Paz à sua Alma
Está inumado no cemitério da
freguesia de Erada, concelho da
Covilhã.
Louvado, a título póstumo, por
feitos em combate no teatro de
operações de Moçambique, publicado
nas Ordens de Serviço n.º 27, de 16
de Julho de 1966, do Quartel-General
da Região Militar de Moçambique n.º
15, de 19 de Outubro do mesmo ano,
do Comandante-Chefe das Forças
Armadas de Moçambique;
Agraciado com a Medalha da Cruz de
Guerra de 2.ª classe, a título
póstumo, pela Portaria de 21 de
Fevereiro de 1967, publicada na
Ordem do Exército n.º 8 – 3.ª série,
de 1967, e referenciado no Jornal do
Exército n.º 88, página 35, de Abril
de 1967:
2.°
Sargento de Infantaria
JOSÉ GARCIA HENRIQUES
CCac803 - RI16
MOÇAMBIQUE
2.ª CLASSE (Título póstumo)
Transcrição da Portaria publicada
na Ordem do Exército n.º 8 – 3.ª
série, de 1967.
Por Portaria de 21 de Fevereiro de
1967:
Manda o Governo da República
Portuguesa, pelo Ministro do
Exército, condecorar com a Cruz de
Guerra de 2.ª classe, a título
póstumo, ao abrigo dos artigos 9.º e
10.º do Regulamento da Medalha
Militar, de 28 de Maio de 1946, por
serviços prestados em acções de
combate na Província de Moçambique:
O 2.º Sargento de Infantaria, José
Garcia Henriques, da Companhia de
Caçadores n.º 803 - Regimento de
Infantaria n.º 16.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado nas Ordens de Serviço n.º
27, de 16 de Julho de 1966, do
Quartel-General da Região Militar de
Moçambique n.º 15, de 19 de Outubro
do mesmo ano, do Comandante-Chefe
das Forças Armadas de Moçambique):
Louvado, a título póstumo, o 2.º
Sargento de Infantaria, José Garcia
Henriques, da Companhia de Caçadores
n.º 803, morto por ferimentos em
combate, porque em todas as
operações em que tomou parte, no
Norte desta Província, evidenciou
ser um Sargento muito competente,
decidido e enérgico, cumprindo
sempre as missões de que foi
incumbido com extraordinário
espírito de sacrifício e eficiência,
qualidades estas bem patenteadas nas
várias acções em que tomou parte.
Durante a reacção inimiga a um cerco
montado pelas Nossas Tropas a um
acampamento-quartel terrorista, no
dia 08 de Abril de 1966, prontamente
se lançou com a sua Secção em campo
aberto na perseguição e captura dos
terroristas que fugiam para não se
entregarem e tendo o inimigo reagido
com granadas de mão e rajadas de
armas automáticas, este Sargento,
mesmo depois de ter recebido os
graves ferimentos de que veio a
falecer, ainda incitou os seus
homens orientando-os na acção e fez
tiros sobre o inimigo, evitando
assim maior número de baixas nas
Nossas Tropas.
Estes actos praticados em combate,
demonstram muita coragem, decisão,
serena energia de fogo, sangue-frio
e outras qualidades que honram o
militar em frente do inimigo, o que
muito prestigia a Unidade a que
pertenceu e o Exército que
devotadamente serviu.
----------------------------
O
seu nome faz parte da toponímia da
Vila de Mafra (2640-391):


