Luciano Moreira Torres,
Soldado Atirador de Artilharia, n.º
08473368, da CArt2497/BArt2869
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
Luciano Moreira Torres
Soldado Atirador de
Artilharia,
n.º 08473368
Companhia de Artilharia 2497
Batalhão de Artilharia
2869
«BRAVOS E SEMPRE
LEAIS»
«OS IMPALAS»
Moçambique:
14Mai1969 a 22Mai1971
Cruz
de Guerra de 3.ª classe
Louvor Individual
Luciano Moreira Torres, Soldado Atirador
de Artilharia, n.º 08473368;
Mobilizado pelo Regimento de Artilharia Pesada 2 (RAP2 –
Vila Nova de Gaia) «BRAVOS E SEMPRE
LEAIS» para servir
Portugal na Província Ultramarina de Moçambique;
No dia 12 de Abril de 1969, na Gare Marítima da Rocha do
Conde de Óbidos, em Lisboa, embarcou no NTT ‘Império’,
integrado na Companhia de Artilharia 2497
(CArt2497) do
Batalhão de Artilharia 2869 (BArt2869) «BRAVOS E SEMPRE
LEAIS» - «OS IMPALAS», rumo ao porto de Nacala, onde
desembarcou no dia 14 de Maio de 1969;
A sua subunidade de Artilharia, comandada pelo Capitão
de Artilharia João Pedro da Ponte e Silva Marques, após
o desembarque foi colocada em Nova Coimbra, onde
rendeu
a Companhia de Artilharia 2324 (CArt2324) do Batalhão de
Artilharia 2838 (BArt2838) «LOBOS» - «FORTES E ASTUTOS»;
guarneceu, com uma secção os destacamentos de Chivaia e
Messumba; de maio de 1969 a Abril de 1970, executou,
entre outras, as operações: "Impala Contente", "Impala
Risonha" e "Impala Orgulhosa" (vale
do rio Lunho),
"Empala Cuidadosa" (vale do rio Lucambo) e "Impala
Boémia" (vale do rio Luchamando); tomou
parte nas
operações "Impala Grande" e "Impala Habilidosa"; Em
Março de 1970, rendida em Nova Coimbra pela Companhia de
Caçadores 2662 (CCac2662) do Batalhão de Caçadores 2906
(BCac2906) «SENSO E VALENTIA», seguiu para Ribaué, a fim
de receber material que pertencia à Companhia de
Artilharia 2324 (CArt2324) do Batalhão de Artilharia
2838
(BArt2838) «LOBOS» - «FORTES E ASTUTOS»; foi
retirada definitivamente ao batalhão; em Abril de 1970
montou base em Chipera e em Chiringa, onde participou em
várias operações, designadamente: "Rebuscada",
"Abanadela", "Flamingo" e "Pelicano
Um"; em Dezembro de
1970, foi rendida em Chiringa, pela Companhia de
Caçadores 2756 (CCac2756) «DADO AO MUNDO POR DEUS, QUE
TODO O MANDE PARA DO
MUNDO A DEUS DAR PARTE GRANDE» e
transferida para Lourenço Marques, onde rendeu a
Companhia de Artilharia 2453 (CArt2453) «O CÉU, A TERRA
E AS
ONDAS ATROANDO»; ficou sob o comando do Batalhão de
Comando 19 (BCac18) «PRIMEIRO ENTRE OS IGUAIS», sedeado
em Lourenço
Marques; em Maio de 1971, foi rendida em
Lourenço Marques, pela Companhia de Cavalaria 2653
(CCav2653) do Batalhão de Cavalaria 2903 (BCav2903);
Louvado por feitos em combate na Província
Ultramarina
de Moçambique, por despacho de 20 de Outubro de 1970,
publicado na Ordem de Serviço n.º 92, de 11 de Novembro
de 1970, do Quartel-General da Região Militar de
Moçambique;
Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 3.ª classe,
pela Portaria de 31 de Março de 1971, publicada na Ordem
do Exército n.º 10 – 3.ª série, de 1971;
No dia 22 de Maio de 1971, embarcou no NTT “Niassa” de
regresso à Metrópole, onde desembarcou no dia 18 de
Junho de 1971.
No dia 10 de Junho de 1972, no terreiro em frente à
Torre de Belém, em Lisboa, perante as Forças Armadas
Portuguesas reunidas em parada, foi-lhe imposta a
Medalha da Cruz de Guerra de 3.ª classe (Diário do
Lisboa n.º 17763, pág. 19, de 5 de Junho de 1972)
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Cruz
de Guerra de 3.ª classe
Soldado de Artilharia,
n.º 08473368
LUCIANO MOREIRA TORRES
CArt2497/BArt2869 -
RAP2
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE
Transcrição
da Portaria publicada na Ordem do
Exército n.º 10 – 3.ª série, de 1971.
Por Portaria de 31 de Março de 1971:
Manda o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Exército, condecorar
com a Cruz de Guerra de 3.ª classe, ao
abrigo dos artigos 9.º e 10.º do
Regulamento da Medalha Militar, de 28 de
Maio de 1946, por serviços prestados em
acções de combate na Província de
Moçambique, o Soldado n.º 08473368,
Luciano Moreira Torres, da Companhia de
Artilharia n.º 2497 do Batalhão de
Artilharia n.º 2869 - Regimento de
Artilharia Pesada n.º 2.
Transcrição
do louvor que originou a condecoração.
(Publicado na Ordem de Serviço n.º 92,
de 11 de Novembro de 1970, do
Quartel-General da Região Militar de
Moçambique):
Que por seu despacho de 20 de Outubro de
1970, louvou o Soldado n.º 08473368,
Luciano Moreira Torres, da Companhia de
Artilharia n.º 2497 do Batalhão de
Artilharia n.º 2869 - Regimento de
Artilharia Pesada n.º 2, porque, quando
seguia ao longo de uma picada em zona de
subversão, numa patrulha auto que foi
atacada por violento fogo inimigo, o
referido militar, debaixo desse mesmo
fogo e por várias vezes, socorreu vários
dos seus camaradas prestes a desfalecer,
em consequência dos ferimentos recebidos
e do sangue que perdiam, a todos levando
palavras de ânimo e de incitamento para
uma boa reacção, que se veio a
verificar.
Vendo que a um dos seus camaradas se lhe
havia encravado a arma, mais uma vez
revelou coragem, subindo à sua viatura
que estava a ser batida pelo inimigo e
serenamente despojou um dos militares
falecido [Tomás
da Silva Rodrigues, Soldado Atirador de
Artilharia, n.º 16061968], do
respectivo armamento e munições, que
imediatamente levou ao referido
companheiro. Logo no início da
emboscada, como um outro seu camarada
estivesse impossibilitado de saltar da
viatura, por ter sido gravemente
atingido por fogo de arma pesada, foi
ainda este mesmo Soldado Torres que,
ignorando conscientemente o fogo inimigo
e arriscando a própria vida, o auxiliou
a descer da viatura colocando-o em lugar
que lhe conferisse alguma segurança.
Simultaneamente com estas acções, o fogo
da sua arma nunca deixou de se fazer
sentir sobre as hostes atacantes.
Pela sua acção relevante, o Soldado
Moreira Torres demonstrou largamente as
suas virtudes de militar corajoso e
possuir elevada serenidade debaixo de
fogo, sangue-frio e desprezo pela vida,
em prol dos seus camaradas, sendo por
isso digno de ser apontado como exemplo.
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