Bernardino Pinto
1.º Cabo de Infantaria, n.º 11884267
Companhia de
Comando e Serviços (CCS)
Batalhão de Caçadores 2836
«NADA POR NÓS,
TUDO
PELA
PÁTRIA»
Moçambique: 30Jan1968 a 14Fev1970
Cruz de Guerra, de 3.ª classe
Prémio 'Governador'
Bernardino
Pinto, 1.º Cabo de Infantaria, n.º
11884267.
Mobilizado pelo Regimento de
Infantaria 16 (RI16 - Évora) para
servir Portugal na Província
Ultramarina de Moçambique integrado
na Companhia de Comando e Serviços
(CCS)
(nota1) do Batalhão
de Caçadores 2836 «NADA POR NÓS,
TUDO PELA PÁTRIA», no período de 30
de Janeiro de 1968 a 14 de Fevereiro
de 1970.
(nota1):
Subunidade:
Companhia de Comando e Serviços
(CCS) do Batalhão de Caçadores N.°
2836
Identificação:
BCaç 2836
Unidade Mobilizadora:
Regimento de Infantaria 16 (RI 16
- Évora)
Comandante:
Capitão de Infantaria Jorge
Alexandrino Araújo Correia
Divisa:
"Nada por Nós, Tudo pela Pátria"
Partida:
Embarque no NTT «Niassa» no dia 4 de
Janeiro de 1968; Desembarque no dia
30 de Janeiro de 1968
Regresso:
Embarque no NTT «Niassa» no dia 14
de Fevereiro de 1970
Síntese
da Actividade Operacional
Desembarcou em Nacala.
Colocado em Mecula, no distrito do
Niassa, assumiu a responsabilidade
do recém-criado subsector de Mecula
(EME), resultante da amputação ao
subsector de Marrupa (ERU), da zona
a norte do rio Lugenda.
A subversão violenta, consistia na
implantação de engenhos explosivos
nos itinerários, armadilhas,
emboscadas e flagelações aos
aquartelamentos. Situava-se neste
subsector, na zona de Candulo, o
"Corredor de Mataca", uma das
principais linhas de infiltração do
inimigo, o qual tinha início no rio
Rovuma, passando normalmente pelas
ruínas do antigo Forte Maziua, em
direcção aos férteis vales dos rios
Lugenda e Luatize e à região de
Cassero. Um segundo "corredor", com
início na zona de Negomano, seguia o
vale do rio Lugenda e conduzia, quer
à região de Cassero, quer à de
Balama-Montepuez.
De Fevereiro de 1968 a Setembro de
1969, a actividade operacional
caracterizou-se pela execução de
escoltas, reconhecimentos,
nomadizações, patrulhamentos e
emboscadas.
Planeou
e efectuou entre outras, as
operações: "Macaco à Solta 1",
Macaco à Solta 2", "Macaco à Solta
3", "Macaco Esforçado", "Macaco
Teimoso", "Bicharada I", "Bicharada
II", "Bicharada III" e "Bicharada
IV" (todas em zonas do vale do rio
Lugenda), "Macaco Correndo" (Muenha),
"Falcão Zangado" (região da "Base
Zambézia Nova"), "Macaco Feroz" (Mucuavira),
"Bicharada Obediente" (região da
"Base Catembe"), "Falcão Novo",
"Falcão Insistente" e "Falcão Psico"
(ao longo da margem sul do rio
Rovuma).
Em Setembro de 1969, foi rendido em
Mecula, pelo Batalhão de Caçadores
2880 (BCac2880) e transferido para
Tete, onde rendeu o Batalhão de
Cavalaria 1923 (BCav1923), no
subsector FTT.
Ficou sob o seu comando, a Companhia
de Caçadores de Tete, em Magoé.
A actividade do inimigo, no
subsector era reduzida, consistindo
na implantação de algumas minas nos
itinerários, aliciamento de
populações e tentativas de
infiltração para Sul do rio Zambeze
e à região de Cabora Bassa.
De Setembro de 1969, até final da
comissão, efectuou escoltas,
protecção da linha de caminho de
ferro, patrulhamentos, contacto com
as populações, colaboração com as
autoridades administrativas,
assistência médico-sanitária e acção
psicológica.
Efectuou, entre outras as operações
"Salada" (Marara e Estima) e
"Tampão"(confluência do rio Sanangoe
com o rio Zambeze).
Foi rendido em Tete (Fevereiro de
1970), pelo Batalhão de Caçadores
2842 (BCac2842).
Cruz de Guerra, de 3.ª classe
1.º
Cabo de Infantaria, n.º 11884267
BERNARDINO PINTO
CCS/BCac 2836 - RI 16
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE
Transcrição da Portaria publicada
na OE n.º 20 - 3.ª série de 1969.
Por Portaria de 27 de Maio de 1969:
Manda o Governo da República
Portuguesa, pelo Ministro do
Exército, condecorar com a Cruz de
Guerra de 3.ª classe, ao abrigo dos
artigos 9.º e 10.º do Regulamento da
Medalha Militar, de 28 de Maio de
1946, por serviços prestados em
acções de combate na Província de
Moçambique, o 1.º Cabo n.º 11884267,
Bernardino Pinto, da Companhia de
Comando e Serviços/Batalhão de
Caçadores n.º 2836 - Regimento de
Infantaria n.º 16.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na OS n.º 14, de 19 de
Fevereiro de 1969, do QG/RMM):
Que, por seu despacho de 04 de
Fevereiro de 1969, louvou o 1.º Cabo
de Infantaria, n.º 11884267,
Bernardino Pinto, da Companhia de
Comando e Serviços/Batalhão de
Caçadores n.º 2836, por, em 19 de
Setembro de 1968, durante uma missão
de reconhecimento dum itinerário,
tendo a força a que pertencia caído
numa emboscada feita por um inimigo
numericamente superior e bem armado,
na qual o seu Alferes Comandante foi
mortalmente ferido [José
Henriques dos Santos Fidalgo
(nota2)], ouvindo
os incitamentos que aquele ainda
pôde fazer à voz, assumiu, pronta e
energicamente, o comando, originando
que, montada a defesa local, os
poucos elementos válidos
perseguissem o inimigo, causando-lhe
um morto e apreendendo-lhe diverso
material de guerra, com o que o 1.º
Cabo Pinto, demonstrou, muita
valentia, decisão, sangue-frio,
serenidade debaixo de fogo e
espírito de sacrifício.
Pertencendo ao Pelotão de Sapadores,
tem mostrado, ao longo da sua
comissão no Norte de Moçambique,
muita dedicação, entusiasmo, grande
personalidade e firmeza de carácter,
além de ser um elemento valioso na
sua especialidade, muito trabalhador
e correcto, pelo que apraz apontá-lo
como um auxiliar disciplinado e
disciplinador, que merece a
consideração dos seus superiores, a
quem é altamente dedicado, como tão
exuberantemente demonstrou junto do
Alferes ferido [José
Henriques dos Santos Fidalgo
(nota2)],
constituindo-se assim num verdadeiro
exemplo para todos, digno de público
louvor.
(nota2)
Elementos cedidos por um
colaborador do portal UTW
Na 5ª feira
19Set1968, quando o pelotão de
sapadores da CCS/BCac2836, comandado
pelo alferes miliciano sapador
José Henriques
dos Santos Fidalgo [Cruz de Guerra
de 2.ª classe],
em missão de reconhecimento
percorria o itinerário Candulo >
Chamba, foi alvo de emboscada,
montada pela Frelimo perto do rio
Chiulézi (infiltrante IN de Mataca,
nordeste distrital do Niassa), a
qual causou a morte daquele oficial
e do soldado condutor
Manuel
Conceição Gonçalves.
Na reacção, as NT lograram abater um
elemento inimigo e capturar
armamento.
José Henriques dos Santos
Fidalgo, Alferes Mil.º Sapador, n.º
01498464, natural da freguesia de
Carcavelos, concelho de Cascais,
solteiro, filho de Agostinho
Bernardo Fidalgo e de Lucília Santos
Pereira Fidalgo.
Está inumado no cemitério de São
Domingos de Rana, concelho de
Cascais.
Manuel Conceição Gonçalves,
Soldado Condutor Auto-Rodas, n.º
03890367, natural do lugar de Aldeia
da Bica, da freguesia de Bela,
concelho de Monção, solteiro, filho
de Victor Cândido Gonçalves e de
Otelinda Soares Conceição.
Está inumado no cemitério da
freguesia da sua naturalidade.