Adelino de Oliveira Nunes Duarte, Capitão
de Infantaria, comandante da 1ª/BCac16
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Elementos cedidos
por um
colaborador do portal UTW |
Adelino de Oliveira
Nunes Duarte
Capitão de Infantaria
Comandante da
1.ª Companhia de Caçadores
«VIET - BEIRA»
Batalhão de Caçadores
16
«AB IMO PECTORE»
Moçambique: Ago1968 a 08Jan1970
(data do falecimento)
Cruz de
Guerra de 3.ª classe
(Título Póstumo)
Adelino de Oliveira Nunes Duarte,
Capitão de Infantaria.
Nascido no dia 15 de Janeiro de 1939 na freguesia de
Retaxo, concelho de Castelo Branco, filho de Maria da
Piedade Oliveira e de Joaquim Nunes Duarte
Em 15 de Outubro de 1958 ingressa na Escola do Exército
(EE) «DULCE ET DECORUM EST PRO PÁTRIA
MORI», a fim de
iniciar frequência do curso de infantaria;
Em Outubro de 1961 Cadete-Aluno da Academia Militar (AM)
«DULCE ET DECORUM EST PRO
PÁTRIA MORI», conclui o curso
de infantaria sendo colocado na Escola Prática de
Infantaria (EPI – Mafra) «AD UNUM» para efeitos de
tirocínio;
Em 1 de Outubro de 1962 promovido a Aspirante-a-Oficial
de Infantaria (n/m 50903011) e colocado no Regimento de
Infantaria 5 (RI5 - Caldas da Rainha) «ONDE ESTIVER SOU
PENHOR DE DIGNIDADE E VALOR»;
Em 17 de Julho de 1963 regressa à Escola Prática de
Infantaria (EPI – Mafra) «AD UNUM»;
Em 1 de Novembro de 1963 promovido a Alferes;
Em 18 de Março de 1967 promovido a tenente (contando
antiguidade desde 1 de Dezembro de 1965);
Em 18 de Março de 1968 promovido a capitão (contando
antiguidade desde 16 de Agosto de 1966);
Em 17 de Agosto de 1968, tendo sido mobilizado pela
Escola Prática de Infantaria (EPI – Mafra) «AD UNUM»
para servir Portugal na Província Ultramarina de
Moçambique, embarca em Lisboa rumo
ao aeroporto da Beira, a
fim de comandar a 1.ª Companhia de Caçadores (1ªCCac)
«VIET - BEIRA» - «ANTES SUOR QUE SANGUE» do Batalhão de Caçadores 16 (BCac16) «AB
IMO PECTORE» da Região Militar
de Moçambique (RMM)
«CONSTANS ET PERPETUA VOLUNTAS» aquartelada em Unango
(noroeste distrital do Niassa);
Faleceu na 5ª feira, dia 8 de Janeiro de 1970, em
consequência da deflagração de mina anticarro implantada
por 'frelos' no itinerário Unango > Macaloge;
Tinha 30 anos de idade.
Em 12 de Janeiro de 1971 agraciado a título póstumo com
a Cruz de Guerra de 3ª classe:
Capitão de Infantaria
ADELINO DE OLIVEIRA NUNES DUARTE
1ªCCac/BC16 - RMM
MOÇAMBIQUE
3.ª CLASSE (Titulo póstumo)
Transcrição da Portaria
publicada na Ordem do Exército n.º 3 – 2.ª série, de
1970.
Por Portaria de 12 de Janeiro de 1971:
Condecorado com a Cruz de Guerra de 3.ª classe, a título
póstumo, ao abrigo dos artigos 9.º e 10.º do Regulamento
da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços
prestados em acções de combate na Província de
Moçambique, o Capitão de Infantaria, Adelino de Oliveira
Nunes Duarte, da 1.ª Companhia de Caçadores do Batalhão
de Caçadores n.º 16, daquela Província.
Transcrição do louvor que
originou a condecoração.
(Publicado na Ordem de Serviço n.º 73, de 05 de Setembro
de 1970, do Quartel General da Região Militar de
Moçambique):
Que, por seu despacho de 22 de Julho de 19700, louvou, a
título póstumo, o Capitão de Infantaria, Adelino de
Oliveira Nunes Duarte, porque, durante onze meses em que
comandou a 1.ª Companhia de Caçadores do Batalhão de
Caçadores n.º 16, em reforço do Batalhão de Caçadores
2853, em zona de subversão violenta, no Norte de
Moçambique, sempre demonstrou, em bastantes e difíceis
operações em que tomou parte, ser possuidor de muita
coragem, espírito de sacrifício, decisão, sangue-frio e
serena energia debaixo de fogo.
Oficial muito criterioso, aprumado, disciplinado e
disciplinador e perfeito conhecedor da táctica de
guerrilhas, soube manter em elevado grau operacional e
espírito de agressividade os seus subordinados, que
comandou pessoalmente, em muitas operações em zona
particularmente difícil, ingrata e extremamente adversa
à actuação das nossas tropas.
Logo na primeira operação em que actuou com dois Grupos
de Combate — operação "Aos Caídos" — orientou bem as
suas forças num golpe de mão a um acampamento inimigo,
tendo comandado pessoalmente o grupo de assalto e
corrido em perseguição de um elemento inimigo em fuga
que capturou, no que revelou destemor, arrojo e desprezo
pelo risco.
Seguindo muitas vezes nos escalões da frente da sua
tropa, apesar de anteriormente já ter sido ferido por
efeitos de uma mina inimiga, era sempre destemido,
esforçado e muito esclarecido na orientação local das
operações, pelo que a sua tropa as executava com
perfeição, com especial relevo para as operações "Cavalo
Lazão", "Cavalo Fogoso", "Joana 3", "Saudades da
Brigitte", "Ultrapassagem" e muitos patrulhamentos e
reconhecimentos.
Dotado de excelentes qualidades de carácter, com bom
senso e ponderação, de esclarecida inteligência e com
elevado espírito de justiça, lutou sempre pelo interesse
dos seus subordinados e manteve a sua Companhia
homogénea, com espírito de corpo e em elevado grau de
combatividade, obtendo por isso excelentes resultados
operacionais traduzidos por pesadas perdas ao inimigo,
capturando muitos elementos da sua população e
destruindo-lhe avultados meios de vida.
Por tudo o que antecede, a conduta do Capitão Nunes
Duarte constitui um exemplo altamente dignificante para
a sua Unidade, para o Exército e para a Pátria que
devotadamente serviu e pela qual deu a vida.
Encontra-se inumado no cemitério
paroquial da sua naturalidade.
A sua Alma descansa em Paz.