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Condecorações

Abel Augusto da Silva Mota Lopes, Alferes Mil.º de Infantaria: Cruz de Guerra, de 4.ª classe

 

"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom que para preservação do nosso orgulho como Portugueses, elas não se esqueçam"

Barata da Silva, Vice-Comodoro

 

HONRA E GLÓRIA

Fontes:

5.º Volume, Tomo V, pág. 426, da RHMCA / CECA / EME

7.º Volume, Tomo III, Livro 1, pág.s 167 a 170, da RHMCA / CECA / EME

Jornal do Exército, ed. 116, pág. 58 de Ago1969

Imagens dos distintivos cedidas por Carlos Coutinho

 

 

 

Abel Augusto da Silva Mota Lopes

 

Alferes Mil.º de Infantaria

 

Companhia de Caçadores 2319

 

Batalhão de Caçadores 2836

 

«NADA POR NÓS, TUDO PELA PÁTRIA»

 

Moçambique:

 

30Jan1968 a 14Fev1970

 

Cruz de Guerra, de 4.ª classe

 

Prémio Governador-Geral de Moçambique

 

Abel Augusto da Silva Mota Lopes, Alferes Mil.º de Infantaria.

 

Mobilizado pelo Regimento de Infantaria 16 (RI16 - Évora) para servir Portugal na Província Ultramarina de Moçambique, embarca em Lisboa no NTT 'Niassa' como comandante de pelotão da Companhia de Caçadores 2319 do Batalhão de Caçadores 2836 (CCac2319/BCac2836) «NADA POR NÓS, TUDO PELA PÁTRIA», com destino ao porto de Nacala.

 

Cruz de Guerra, de 4.ª classe

 

 

Alferes Miliciano de Infantaria
ABEL AUGUSTO DA SILVA MOTA LOPES
 

CCac2319/BCac2836 - RI16
MOÇAMBIQUE
 

4.ª CLASSE
 

Transcrição do Despacho publicado na OE n.º 10 - 2.ª série, de 1969.
 

Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35 667, de 28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, de 17 de Abril findo, o


Alferes Miliciano de Infantaria, Abel Augusto da Silva Mota Lopes, da Companhia de Caçadores n.º 2319 do Batalhão de Caçadores n.º 2836 - Regimento de Infantaria n.º 16.


Transcrição do louvor que originou a condecoração.
(Publicado na OS n.°.º 14, de 19 de Fevereiro de 1969, do Quartel General da Região Militar de Moçambique (QG/RMM):


Que, por seu despacho de 4 de Fevereiro de 1969, louvou o Alferes Miliciano de Infantaria, Abel Augusto da Silva Mota Lopes, da Companhia de Caçadores n.º 2319 do Batalhão de Caçadores n.º 2836, porque, no dia 4 de Novembro de 1968, quando o quartel da sede da Companhia foi atacado de surpresa por um grupo inimigo, numeroso e fortemente armado com morteiros 82, bazookas e armas automáticas, sendo o oficial presente mais antigo, demonstrou perfeita noção das suas responsabilidades, ao ser o primeiro a atingir, debaixo de intenso fogo, o posto de defesa do lado donde soaram os primeiros tiros inimigos, embora descalço e somente com roupas interiores.


A fim de coordenar a defesa, deslocou-se, sempre debaixo de fogo, aos postos de defesa que estavam a ser mais duramente atingidos, devendo-se à sua acção um volte-face rápido nos acontecimentos, que, inicialmente, foram favoráveis ao inimigo.


Oficial brioso, sereno, consciente das suas responsabilidades de chefe, demonstrou possuir muita valentia, decisão, sangue-frio e serenidade debaixo de fogo, pelo que se torna digno da maior admiração e apreço, o que muito honra a Companhia a que pertence, o seu Batalhão e o Exército que tão abnegadamente tem vindo a servir.


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Jornal do Exército, ed. 116, pág. 58 de Ago1969

 

«ALF. MIL. ABEL MOTA LOPES, da CCac2319 - BCac2836
 

Pela forma decidida como dirigiu e impulsionou a defesa do seu aquartelamento quando este sofreu um forte ataque inimigo armado com morteiros 82, «Bazookas» e armas automáticas, dirigindo-se imediatamente para o posto de defesa do lado donde surgiram os primeiros tiros e deslocando-se depois aos postos que estavam a ser mais duramente atacados, o que fez sempre debaixo de intenso fogo, e não se preocupando com o facto de se encontrar descalço e apenas vestido com roupas interiores, conseguindo assim pelo exemplo e presença oportuna coordenar e impulsionar o esforço de todo o pessoal por tal forma que o inimigo se apercebeu da impossibilidade de tirar partido da sua provável situação inicial e acabou por se retirar precipitadamente.

 

É condecorado com a Cruz de Guerra de 4.ª Classe.»
 


 

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Batalhão de Caçadores N.º 2836
 

Identificação:
BCac2836
 

Unidade Mobilizadora:
Regimento de Infantaria 16 (RI 16 — Évora)
 

Comandante:
Tenente-Coronel de Infantaria Hilário Marques da Gama
 

2.º Comandante:
Major de Infantaria César Emílio Braga de Andrade e Sousa
 

Oficial de Informações e Operações / Adjunto:
Major de Infantaria José Augusto Esteves Felgas
 

Comandantes de Companhia
 

Companhia de Comando e Serviços (CCS):
Capitão de Infantaria Jorge Alexandrino Araújo Correia
 

Companhia de Caçadores 2318 (CCac2318):
Capitão Mil.º Manuel José Vicente Meira de Carvalho
Capitão Mil.º Paulo Hans Lourenço Muller
Capitão Mil.º Manuel José Vicente Meira de Carvalho
 

Companhia de Caçadores 2319 (CCac2319):
Capitão de Infantaria Luís Manuel Fialho Gomes
 

Companhia de Caçadores 2320 (CCac2320):
Capitão de Infantaria João Joaquim Leão Repolho

Teve sob o seu comando a Companhia de Caçadores de Tete (CCacTete).
 

Divisa:
"Nada por Nós, Tudo pela Pátria".


Partida:

Embarque no dia 4 de Janeiro de 1968, no NTT «NIASSA», Desembarque em Nacala, no dia 30 de Janeiro de 1968.


Regresso:
Embarque, em navio, no dia 14 de Fevereiro de 1970.


Síntese da Actividade Operacional
Desembarcou em Nacala.


Colocado em Mecula, no distrito do Niassa, assumiu a responsabilidade do recém-criado subsector de Mecula (EME), resultante da amputação ao subsector de Marrupa (ERU), da zona a norte do rio Lugenda.


As Companhias de Caçadores 2318, 2319 e 2320 foram colocadas respectivamente em Mecula, Nantuego e Candulo, integradas no dispositivo do batalhão.


A subversão violenta, consistia na implantação de engenhos explosivos nos itinerários, armadilhas, emboscadas e flagelações aos aquartelamentos.


Situava-se neste subsector, na zona de Candulo, o "Corredor de Mataca", uma das principais linhas de infiltração do inimigo, o qual tinha início no rio Rovuma, passando normalmente pelas ruínas do antigo Forte Maziva, em direcção aos férteis vales dos rios Lugenda e Luatize e à região de Cassero.


Um segundo "corredor", com início na zona de Negomano, seguia o vale do rio Lugenda e conduzia, quer à região de Cassero, quer à de Balama-Montepuez.


De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, a actividade operacional caracterizou-se pela execução de escoltas, reconhecimentos, nomadizações, patrulhamentos e emboscadas.
Planeou e efectuou entre outras, as operações:


"Macaco à Solta 1", Macaco à Solta 2", "Macaco à Solta 3", "Macaco Esforçado", "Macaco Teimoso", "Bicharada I", "Bicharada II", "Bicharada III" e "Bicharada IV" (todas em zonas do vale do rio Lugenda),
"Macaco Correndo"(Muenha),
"Falcão Zangado" (região da "Base Zambézia Nova"),
"Macaco Feroz" (Mucuavira),
"Bicharada Obediente" (região da "Base Catembe"),
"Falcão Novo", "Falcão Insistente" e "Falcão Psico" (ao longo da margem sul do rio Rovuma).


Em Setembro de 1969, foi rendido em Mecula, pelo Batalhão de Caçadores 2880 (BCac2880) e transferido para Tete, onde rendeu o Batalhão de Cavalaria 1923 (BCav1923), no subsector FTT.


As Companhias de Caçadores 2318, 2319 e 2320, foram colocadas respectivamente, em Tete, Moatize e Mutarara, integradas no dispositivo do batalhão.


Ficou sob o seu comando, a Companhia de Caçadores de Tete (CCacTete), em Magoé.


A actividade do inimigo, no subsector era reduzida, consistindo na implantação de algumas minas nos itinerários, aliciamento de populações e tentativas de infiltração para Sul do rio Zambeze e à região de Cabora Bassa.


De Setembro de 1969, até final da comissão, efectuou escoltas, protecção da linha de caminho de ferro, patrulhamentos, contacto com as populações, colaboração com as autoridades administrativas, assistência médico-sanitária e acção psicológica.


Efectuou, entre outras as operações
"Salada", (Marara e Estima) e
"Tampão"(confluência do rio Sanangoe com o rio Zambeze).


Foi rendido em Tete (Fevereiro de 1970), pelo Batalhão de Caçadores 2842 (BCac2842).
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A Companhia de Caçadores 2318 (CCac2318) desembarcou em Nacala, e foi colocada em Mecula, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1653 do Batalhão de Caçadores 1906 (CCac1653/BCac1906).


Guarneceu com 1 pelotão o destacamento de Mussoma.


Cedeu 1 pelotão de reforço à Companhia de Caçadores 2320 (CCac2320).


A 30 de Março de 1969, foi transferida, por troca com a Companhia de Caçadores 2319 (CCac2319), de Mecula para o Candulo.


Guarneceu Chamba com 1 pelotão.


De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, efectuou entre outras, as operações:


"Macaco Esforçado", "Macaco Teimoso" e "Macaco Casmurro" (todas em regiões do vale do rio Lugenda).
Tornou parte nas operações,
"Macaco à Solta 1 e 2",
"Macaco Correndo",
"Falcão Zangado",
"Bicharada I, II, III e IV" e
"Bicharada Obediente".


Em Setembro de 1969, foi rendida no Candulo, pela Companhia de Caçasdores 2551 do Batalhão de Caçadores 2880 (CCac2551/BCac2880) e transferida para Tete, onde rendeu a Companhia de Cavalaria 1728 do Batalhão de Cavalaria 1923 (CCav1728/BCav1923), ficando na situação de intervenção do Sector F.


Executou as operações: "Nova Vida", "Olhe Bem 1" e "Olhe Bem 2", "Intercepção 1", "Intercepção 2" e "Intercepção 3 ", todas na região de Tembué.


De Setembro de 1969 até final da comissão, além da actividade de intervenção, tomou parte nas operações "Salada" e "Tampão".


Foi rendida em Tete (Fevereiro de 1970), pela Companhia de Caçadores 2358 do Batalhão de Caçadores 2842 (CCac2358/BCac 2842).
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A Companhia de Caçadores 2319 (CCac2319) desembarcou em Nacala.


Foi colocada em Nantuego, onde rendeu a Companhia de Caçadores 1654 do Batalhão de Caçadores 1906 (CCac1654/BCac1906).


A 1 de Agosto de 1968 permutando com a Companhia de Caçadores 2320 (CCac2320), foi transferida de Nantuego para o Candulo.


Guarneceu com 1 pelotão o destacamento de Chamba.


A 30 de Março de 1969, foi transferida, do Candulo para Mecula, por troca com a Companhia de Caçadores 2318 (CCac2318).


Guarneceu Mussoma com 1 pelotão.


De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, executou, entre outras, as operações:


"Falcão Novo", "Falcão Sagaz", "Falcão Insistente", "Falcão Psico" (todas em regiões ao longo da margem Sul do rio Rovuma),
"Falcão Morde" (entre as nascentes dos rios Chiulezi e Metapire),
"Falcão Fado Corrido" (região da "Base Maguiguane") e
"Falcão na Ilha" (Mucuavira).
Participou nas operações "Falcão Zangado", "Bicharada I, II, e III" e "Bicharada Obediente".
Em Setembro de 1969, foi rendida em Mecula, pela Companhia de Caçadores 2550 do Batalhão de Caçadores 2880 (CCac2550/BCac2880) e transferida para Moatize, onde rendeu a Companhia de Cavalaria 1730 do Batalhão de Cavalaria 1923 (CCav1730/BCav1923).


De Setembro de 1969, até final da comissão, efectuou escoltas ao comboio e patrulhamentos.
Participou na operação "Salada".


Foi rendida em Moatize (Fevereiro de 1970), pela Companhia de Caçadores 2359 do Batalhão de Caçadores 2842 (CCac2359/BCac2842).
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A Companhia de Caçadores 2320 (CCac2320) desembarcou em Nacala.


Colocada no Candulo, rendeu a Companhia de Caçadores 1655 do Batalhão de Caçadores 1906 (CCac1655/BCac1906).


Guarneceu Chamba com 1 pelotão.


Recebeu o reforço de 1 pelotão da Companhia de Caçadores 2318 (CCac2318).


A 1 de Agosto de 1968, foi transferida, por troca com a Companhia de Caçadores 2319 (CCac2319), de Candulo para Nantuego.


De Fevereiro de 1968 a Setembro de 1969, executou, entre outras, as operações:


"Leão Corrente" (região das quedas de água de Chipupua, no rio Lugenda),
"Leão Furioso" (região da "Base Maguiguane"),
"Leão Vigia", "Leão Olha" e "Leão Voa" ("Corredor de Mataca"),
"Leão Infiltrante", (zona ruínas do Forte Maziva, no "Corredor de Mataca"), e
"Leão Voltou" (região da "Base Catembe").
Tomou parte nas operações "Macaco Feroz", "Bicharada IV" e "Bicharada Obediente".


Em Setembro de 1969, foi rendida em Nantuego, pela Companhia de Caçadores 2552 do Batalhão de Caçadores 2880 (CCac2552/BCac2880) e transferida para Mutarara, onde rendeu a Companhia de Cavalaria 1729 do Batalhão de Cavalaria 1923 (CCav1729/BCav1923).


De Setembro de 1969, até final da comissão, efectuou escoltas ao comboio e patrulhamentos.
Tomou parte nas operações "Salada" e "Tampão".


Foi rendida em Mutarara (Fevereiro de 1970), pela Companhia de Caçadores 2357 (CCac2357/BCac2842).
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Dos resultados obtidos, decorrentes da actividade operacional do batalhão, salienta-se, entre o diverso material capturado: 6 metralhadoras ligeiras, 2 lança granadas-foguete, 5 pistolas, 24 espingardas, 5 canhangulos, 60 granadas de mão, 5 granadas de morteiro, 23 granadas de lança granadas-foguete, grande quantidade de munições de armas ligeiras e variada documentação.


 

 

 

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