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Condecorações

José António Baptista Santana, Soldado de Engenharia n.º 15128871, da 1ªCEng/AEM/RMM

 

"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom que para preservação do nosso orgulho como Portugueses, elas não se esqueçam"

 

Barata da Silva, Vice-Comodoro

 

HONRA E GLÓRIA

e

nota e óbito

Elementos extraídos do texto de João Peres, in facebook

 

 

Faleceu no dia 26 de Novembro de 2022 , numa unidade hospitalar do Porto, o veterano

 

Jos-Ant-nio-Baptista-Santana-350

 

José António Baptista Santana

 

Soldado de Engenharia n.º 15128871

 

1.ª Companhia de Engenharia

«A GENTE FAZ…»

 

Agrupamento de Engenharia de Moçambique

«ENTRE GENTE REMOTA EDIFICARAM»

 

Região Militar de Moçambique

«CONSTANS ET PERPETUA VOLUNTAS»

 

Cruz de Guerra de 4.ª classe

 

Louvor Individual

 

José António Baptista Santana, Soldado de Engenharia n.º 15128871, natural da freguesia da Fuseta, concelho de Olhão;


Casou em 26 de Fevereiro de 1969 com Benilde Maria Leandro;


Incorporado nas fileiras do Exército Português em 27 de Julho de 1971.


RMMApós a recruta, tirou a especialidade de Operador de Motores Fluviais e foi mobilizado em rendição individual para a Província Ultramarina de Moçambique, tendo partido, via aérea, no início de 1972;


1CEngMApresentou-se em Nampula, onde fez serviço de escala durante uma semana, até conseguir transporte numa coluna militar com destino a Mueda, ficando integrado na 1.ª Companhia de Engenharia (1ªCEng) «A GENTE FAZ…» do AEMAgrupamento de Engenharia de Moçambique (AEM) Jos-Ant-nio-Baptista-Santana-350-2«ENTRE GENTE REMOTA EDIFICARAM», da Região Militar de Moçambique (RMM) «CONSTANS ET PERPETUA VOLUNTAS»;


Foi louvado por feitos em combate no teatro de operações de Moçambique, por despacho de 2 de
Agosto de 1973, publicado Ordem de Serviço n.º 64, de 15 de Agosto de 1973, do Quartel-General da Região Militar de Moçambique;


Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 4.ª classe, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, de 03 de Setembro de 1973, publicado na Ordem do Exército n.º 35 – 3.ª série, de 1973;


Em 10 de Junho de 2016, perante as Forças Armadas Portuguesas reunidas em parada no Terreiro do Paço, Lisboa, foi-lhe imposta a condecoração pelo Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa:

 

 10-Jun2016

10-Jun2016-1

10-Jun2016-2

 

10-Jun2016-3

 

10-Jun2016-09

10-Jun2016-10


Faleceu no dia 26 de Novembro de 2022, numa unidade hospitalar do Porto;


No dia 30 de Novembro de 2022, pelas 10H00, decorreu a cerimónia religiosa na Igreja da Fuseta, após esta cerimónia, pelas 10H15, os seus restos mortais seguiram para o cemitério municipal 16 de Junho, em Olhão, onde foram sepultados no Talhão dos Combatentes, ao lado de outros camaradas de armas que, na sua época, também prestaram honrosos serviços à Pátria.


Paz à sua Alma!

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Cruz de Guerra de 4.ª classe

 

CG-4-Classe-700Soldado de Engenharia n.º 15128871
JOSÉ ANTÓNIO BAPTISTA SANTANA
 

1ªCEng - AEM
MOÇAMBIQUE

 

4.ª CLASSE

 
Transcrição do Despacho publicado na Ordem do Exército n.º 35 – 3.ª série, de 1973.


Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª classe, nos termos do artigo 20.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 566/71, de 20 de Dezembro de 1971, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Moçambique, de 03 de Setembro último, o Soldado n.º 15128871, José António Baptista Santana, da 1.ª Companhia, do Agrupamento de Engenharia de Moçambique.


Transcrição do louvor que originou a condecoração.


(Publicado na Ordem de Serviço n.º 64, de 15 de Agosto de 1973, do Quartel-General da Região Militar de Moçambique):


Por seu despacho de 2 de Agosto de 1973, louvou o Soldado n.º 15128871, José António Baptista Santana, 1.ª da Companhia, do Agrupamento de Engenharia de Moçambique, porque demonstrou possuir em alto grau qualidades de coragem, sangue-frio, agressividade, serena energia debaixo de fogo e desprezo pela vida, quando, integrado numa coluna, no Norte de Moçambique, a viatura em que seguia caiu isolada numa emboscada.


Todos os seus camaradas ficaram fora de combate logo às primeiras rajadas, pelo que, sozinho, reagiu automaticamente ao fogo inimigo, conseguindo pela sua eficácia, valentia, bravura e arrojo mantê-lo afastado, evitando que este concretizasse os seus objectivos. Com este acto de abnegação e plena consciência do dever militar, salvou a vida dos seus camaradas e impediu o adversário de se apoderar do armamento e conteúdo da viatura.


Militar disciplinado e brioso, com elevado espírito de camaradagem, honrou com a sua brava conduta a Arma a que pertence e o glorioso Exército Português, tornando-se merecedor de ser apontado como exemplo e digno de público louvor.
 

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Com a devida vénia, transcreve-se o

texto da autoria de João Peres, in facebook:

27 de Novembro de 2022

 

O José António era natural da Fuseta onde cresceu e viveu.

 

Depois de frequentar o ensino primário com êxito, aos quinze anos, conseguiu tirar a cédula marítima, para poder dedicar-se às lides marítimas.

 

Casou a 26 de fevereiro de 1969 com Benilde Maria Leandro de quem tem dois filhos: Ricardo José e Bruno José.

 

Foi chamado a cumprir o serviço militar obrigatório a 27 de julho de 1971.

 

Depois de fazer a recruta e de tirar a especialidade de Operador de Motores Fluviais, foi mobilizado em rendição individual para a Região Militar de Moçambique, tendo partido, via aérea, no início de 1972.

 

Apresentou-se em Nampula, fez serviço de escala durante uma semana, até conseguir transporte numa coluna militar com destino a Mueda.

 

A lenta viagem que durou à volta de oito dias, foi uma experiência difícil para quem estava de chegada.

 

Teve o batismo de fogo numa emboscada e uma viatura Berliet acionou uma mina que causou a morte de dois militares, um civil e vários feridos.

 

Passou quinze meses na 1.ª Companhia de Engenharia, montando segurança à maquinaria e operadores que abriam novas picadas e furos para captação de água.

 

Houve uma altura em que houve dificuldade no reabastecimento de produtos alimentares que obrigou aos militares da Unidade, comerem arroz com salsichas semanas seguidas.

 

Quando seguia na última viatura de uma coluna numa curva acentuada ficaram sem contacto com as outras e foram emboscados.

 

O teor do louvor que transcrevo elucida o que se passou e a razão da distinção que lhe foi atribuída:


“Louvado pelo Exmo. General Comandante Adjunto da Região, porque demonstrou possuir em alto grau, qualidades de coragem, sangue-frio, agressividade, serena energia debaixo de fogo e desprezo pela vida, quando integrado numa coluna ao Norte de Moçambique, a viatura em que seguia caiu isolada numa emboscada. Todos os seus camaradas ficaram fora de combate logo às primeiras rajadas, pelo que sozinho reagiu automaticamente ao fogo inimigo, conseguindo pela sua eficácia, valentia, bravura e arrojo, mantê-lo afastado, evitando que este concretizasse os seus objetivos. Com este seu ato de abnegação e plena consciência do dever militar, salvou a vida dos seus camaradas e impediu o adversário de se apoderar do armamento e conteúdo da viatura.
Militar disciplinado e brioso, com elevado espírito de camaradagem, honrou com a sua brava conduta a Arma a que pertence e o glorioso Exército Português, tornando-se merecedor de ser apontado como exemplo e digno público louvor. (O.S. n.º 64 de 15ago73 da RMM). Agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe nos termos do Art.º 20.º do Regulamento da Medalha Militar, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas em Moçambique.”


De regresso à sua terra Natal, continuou a dedicar-se à vida no mar, passando a fazer parte da tripulação de barcos de pesca que tinha licença para pescar em Marrocos e na Mauritânia, até se reformar.

 

Faleceu numa unidade hospitalar no Porto depois de ter sido transportado com problemas de saúde.

 

Aguardo informação nos próximos dias sobre o seu funeral. Apresento sentidas condolências aos seus familiares. Deixa-me com bastante saudade, principalmente na data de 10 de junho de 2016 em que assisti, no Terreiro do Paço, à imposição da Medalha da Cruz de Guerra que lhe foi entregue pelo atual Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Foi muito emocionante e inesquecível!


Paz à sua Alma!

 

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 Jos-Ant-nio-Baptista-Santana-920

 

 

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