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«Op. Nó Górdio»

 

 

Moçambique: «Operação Nó Górdio»

 

Operação "Nó Górdio"

 

 

Enviado por Vítor Baião

 

De Vila Cabral, o Esquadrão de Cavalaria 1 é deslocado para Mueda, onde recebe como missão patrulhar o itinerário:

 

"Mueda - Miteda - Nangololo"

 

Foi neste itinerário que 7 (sete) bravos soldados de Cavalaria encontraram a morte:

 

 

Clique em cada um dos sublinhados que se seguem para visualização dos conteúdos:

 

Jaime Anselmo Alvim de Faria Afonso, Cruz de Guerra de 1.ª classe

 

Jaime Anselmo Alvim de Faria Afonso, Capitão de Cavalaria, n.º 31029853, natural do lugar do Lumiar, da freguesia da Charneca, concelho de Lisboa, filho de João Jaime de Faria Afonso e de Laura da Costa Alvim Faria Afonso, casado com Maria Regina Vieira Simões de Faria Afonso.

 

 Mobilizado pelo Depósito Geral de Adidos (DGA - Lisboa) para servir Portugal na Província Ultramarina de Moçambique como comandante do Esquadrão de Cavalaria 1 ««FÉ, NOBREZA E DECISÃO».

 

Faleceu no dia 17 de Julho de 1970 no itinerário Nangololo - Capoca e Miteda, vítima de ferimentos em combate, devido ao accionamento de mina anticarro.

 

Está inumado no cemitério do Alto São João, em Lisboa

 

Carlos Alberto Martins Almeida Dias

 

Carlos Alberto Martins Almeida Dias, Furriel Mil.º de Reconhecimento de Cavalaria, n.º 70179568, natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, do concelho de Lourenço Marques, Moçambique, filho de Anselmo Pereira da Silva Almeida Dias, solteiro.

 

Mobilizado pela Região Militar de Moçambique para servir Portugal naquela Província Ultramarina integrado no Esquadrão de Cavalaria 1 ««FÉ, NOBREZA E DECISÃO».

 

Faleceu no dia 17 de Julho de 1970 no itinerário Nangololo - Capoca e Miteda, vítima de ferimentos em combate, devido ao accionamento de mina anticarro.

 

Está inumado em campa de família, na fileira n.º 4 do talhão n.º 48, do cemitério de São José de Lhanguene, em Lourenço Marques, Moçambique.

 

Duarte Tomás Bramão Miranda

 

Duarte Tomás Bramão Miranda, Soldado Condutor de Auto-Metralhadora Panhard, n.º 710067367, natural da freguesia de Santa Maria, concelho de Bragança, filho de José Raimundo Miranda e de Maria Helena Gomes Bramão Miranda, casado com Maria Celeste Mourato Gomes Coelho.

 

Mobilizado pela Região Militar de Moçambique para servir Portugal naquela Província Ultramarina integrado no Esquadrão de Cavalaria 1 ««FÉ, NOBREZA E DECISÃO».

 

Faleceu no dia 17 de Julho de 1970 no itinerário Nangololo - Capoca e Miteda, vítima de ferimentos em combate, devido ao accionamento de mina anticarro.

 

Foi inumado na fileira n.º 4 do talhão n.º 48, do cemitério de São José de Lhanguene, em Lourenço Marques, Moçambique, mais tarde, trasladado para o cemitério do Alto São João, em Lisboa.

 

José Manuel Jorge Matos

 

José Manuel Jorge Matos, Soldado Condutor Auto Rodas, n.º 70574969, natural da freguesia do Socorro, concelho de Lisboa, filho de Octávio Marques de Matos e de Adelaide da Conceição Marques, solteiro.

 

Mobilizado pela Região Militar de Moçambique para servir Portugal naquela Província Ultramarina integrado no Esquadrão de Cavalaria 1 ««FÉ, NOBREZA E DECISÃO».

 

Faleceu no dia 17 de Julho de 1970 no itinerário Nangololo - Capoca e Miteda, vítima de ferimentos em combate, devido ao accionamento de mina anticarro.

 

Está inumado no cemitério de Benfica, em Lisboa

 

Victor Manuel Vieira da Silva

 

Victor Manuel Vieira da Silva, Soldado Apontador de Auto-Metralhadora Panhard, n.º 70578669, natural da freguesia de Santa Maria de Belém, concelho de Lisboa, filho de Mário Reis Vieira da Silva e de Natália Marques Pereira da Silva, solteiro.

 

Mobilizado pela Região Militar de Moçambique para servir Portugal naquela Província Ultramarina integrado no Esquadrão de Cavalaria 1 ««FÉ, NOBREZA E DECISÃO».

 

Faleceu no dia 17 de Julho de 1970 no itinerário Nangololo - Capoca e Miteda, vítima de ferimentos em combate, devido ao accionamento de mina anticarro.

 

Foi inumado em campa sem número, do talhão n.º 48, do cemitério de São José de Lhanguene, em Lourenço Marques, Moçambique.

 

Daniel Vicente Viegas

 

Daniel Vicente Viegas, Soldado Condutor de Auto-Metralhadora Panhard, n.º 70689669, natural da freguesia e concelho de Olhão, filho de José Correia Viegas e de Lúcia Nascimento Viegas, solteiro.

 

Mobilizado pela Região Militar de Moçambique para servir Portugal naquela Província Ultramarina integrado no Esquadrão de Cavalaria 1 ««FÉ, NOBREZA E DECISÃO».

 

Faleceu no dia 17 de Julho de 1970 no itinerário Nangololo - Capoca e Miteda, vítima de ferimentos em combate, devido ao accionamento de mina anticarro.

 

Foi inumado na campa n.º 30605, da fileira n.º 4, do talhão n.º 48, do cemitério de São José de Lhanguene, em Lourenço Marques, Moçambique, mais tarde, em 1983, foi trasladado para o cemitério de Olhão.

 

José Manuel Mangas Pereira

 

José Manuel Mangas Pereira, Soldado Apontador de Auto-Metralhadora Panhard, n.º 70675369, natural da freguesia e concelho de Vila Nova de Ourém, filho de Manuel Pereira e de Júlia da Piedade Mangas, solteiro.

 

Mobilizado pela Região Militar de Moçambique para servir Portugal naquela Província Ultramarina integrado no Esquadrão de Cavalaria 1 ««FÉ, NOBREZA E DECISÃO».

 

Faleceu no dia 17 de Julho de 1970 no itinerário Nangololo - Capoca e Miteda, vítima de ferimentos em combate, devido ao accionamento de mina anticarro.

 

Está inumado no cemitério de Vila Nova de Ourém.

 

As suas Almas repousam em Paz

 

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Do livro “Memórias de um tempo perdido” de Manuel Pereira Martins, que na época era Furriel Miliciano de Reconhecimento de Cavalaria no Esquadrão de Cavalaria Nº 2 em Mueda, onde se conta o incidente em que morreram os seguintes militares:

 

«Com o nome de código `Nó Górdio", é desencadeada, em Cabo Delgado, zona onde o inimigo se mantinha mais activo, a maior operação militar de sempre da história da guerra colonial, sendo mobilizados todos os efectivos disponíveis, inclusive batalhões que já se encontravam dentro de navios rumo à Metrópole.

De Vila Cabral, o Esquadrão de Cavalaria 1 é deslocado para Mueda, onde recebe como missão patrulhar o itinerário "Mueda - Miteda - Nangololo", enquanto o seu congénere Esquadrão de Cavalaria 2 patrulhava o itinerário "Mueda - Sagal Diaca Mocímboa da Praia".

Acossado por todos os lados, o inimigo tenta bater em retirada para a fronteira do Rovuma, tentando alcançar os "santuários" na Tanzânia. Pelo caminho, vai tentando acções desesperadas, mas mortíferas.

Naquele dia de Julho de 1970, a patrulha do Esquadrão 1 composta por duas A.M.L. "Panhard" e uni "Unimog" de transporte de pessoal deslocava-se em patrulha entre Miteda e Nangololo.

Na véspera, outra patrulha do mesmo esquadrão, detectara, perseguira e quase aniquilara uma coluna do inimigo em fuga, composta por guerrilheiros e um numeroso grupo de população de apoio.

Naquele dia de Julho de 1970, a patrulha era comandada pelo próprio comandante do Esquadrão 1, capitão Faria Affonso, com dois "f corno fazia questão de afirmar, um "1" do nome e outro para mandar "f...:' quem o "chateasse".

Faria Affonso, homem temerário - como dizia Calvino - devia-se moderar e atender aos avisos que lhe foram feitos, pois seria de prever que o inimigo prepararia alguma acção espectacular para vingar o desaire da véspera.

À frente da patrulha seguia uma auto-metralhadora, cuja tripulação era constituída pelo furriel miliciano Correia Dias, que a comandava, por um condutor e por um apontador. Imediatamente a seguir, vinha o "Unimog" com alguns atiradores de cavalaria, comandados por outro Furriel Miliciano e a fechar a patrulha a auto-metralhadora comandada por Faria Affonso e conduzida por Bramão Miranda.

De repente, dá-se uma tremenda explosão sob a auto-metralhadora da dianteira, a qual fica completamente "pulverizada".

Toda a tripulação teve morte imediata. Estupefacto, o restante pessoal pára, atónito, dorido, sofrido.

Faria Affonso reage e ordena a Bramão Miranda que passe para a frente da patrulha. Este alerta o capitão para o facto de poder haver mais minas "anti--tanque", pois fora um engenho desses que produzira a desintegração do outro blindado.

Discute-se e Faria Affonso ordena a Bramão Miranda que lhe ceda o seu lugar, indo ele próprio a conduzir o blindado.

Bramão Miranda senta-se sobre a "torre" da auto-metralhadora, com grossas lágrimas a sulcarem-lhe as faces, lágrimas de raiva por ter sido alcunhado daquilo que nunca fora - "cobarde" !!!

Faria Affonso procurou o que não existia, com receio de não encontrar o que afinal existia. Alguns metros andados, nova tremenda explosão veio dar razão aos avisos cautelosos de Bramão Miranda. O capitão e o apontador desaparecem, desintegrados, devido ao horror da explosão. Bramão Miranda é projectado, juntamente com a torre da auto--metralhadora, e vão encontrá-lo, alguns metros, mato adentro, esmagado sob o seu peso. Dizem que pela sua face, corriam ainda duas grossas, doridas e saudosas lágrimas.
»

 

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"Uma das Panhards que accionou as duas minas ligadas a uma bomba Napalm provocou a morte dos 7 (sete) bravos soldados de Cavalaria" - Walter Pinginhas

 

 

 

 

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