Jaime António Vidigal da Fonseca,
Furriel Mil.º de Cavalaria: Cruz de Guerra de
4.ª classe
"Pouco se fala hoje
em dia nestas coisas mas é bom que para
preservação do nosso orgulho como Portugueses,
elas não se esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
HONRA E GLÓRIA |
Fontes:
5.º Volume, Tomo V, pág. 531, da RHMCA / CECA / EME
7.º Volume, Tomo I, pág. 501 e 502, da
RHMCA / CECA / EME
Jornal do Exército, ed. 108, pág.
18, de Dezembro de 1968
Imagens dos distintivos cedidas por Carlos Coutinho
|
Jaime António Vidigal
da Fonseca
Furriel Mil.º de Cavalaria
Companhia de Cavalaria
2301
Batalhão de Cavalaria 2830
«OS CENTAUROS»
Angola:
13Jan1968 > 03Mar1970
Cruz de Guerra, de 4.ª
classe
Prémio 'Governador'
Jaime António Vidigal da Fonseca, Furriel
Mil.º de Cavalaria.
Mobilizado pelo Regimento de Cavalaria 3 (RC3 -
Estremoz) para servir Portugal na Província
Ultramarina de Angola
integrado na Companhia de Cavalaria 2301 do Batalhão de
Cavalaria 2830 (nota) «OS
CENTAUROS»,
no período de 13 de Janeiro de 1968 a 3 de Março de
1970.
Cruz de Guerra, de 4.ª
classe
Furriel Miliciano de Cavalaria
JAIME ANTÓNIO VIDIGAL DA FONSECA
CCav2301/BCav2830 - RC3
ANGOLA
4.ª CLASSE
Transcrição de Despacho publicado na
OE n.º 31 - 3.ª série, de 1969.
Agraciado com a Cruz de Guerra de 4.ª
classe, nos termos do artigo 12.º do Regulamento da
Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 35 667, de
28 de Maio de 1946, por despacho do Comandante-Chefe das
Forças Armadas de Angola, de 18 de Setembro de 1969, o
Furriel Miliciano de Cavalaria, Jaime
António Vidigal da Fonseca, da Companhia de Cavalaria
2301 do Batalhão de Cavalaria 2830 - Regimento de
Cavalaria 3.
Transcrição do louvor que originou a
condecoração.
(Publicado na OS n.º 59, de 23 de Julho de 1969, do
QG/RMA (Quartel General da Região Militar de Angola):
Louvado o Furriel Mil de Cavalaria, Jaime
António Vidigal da Fonseca, por possuir invulgares
qualidades de comando mercê das quais impulsionou o
pessoal sob as suas ordens nas situações mais difíceis,
dando exemplo convincente de elevadas virtudes morais e
militares.
Nas várias operações em que tomou parte, demonstrou bom
senso, grande agressividade, coragem e sangue frio
debaixo de fogo, face a elementos inimigo, sobressaindo
a sua destemida actuação numa acção sobre um quartel do
adversário, levando, com o seu exemplo, os homens da sua
Secção a uma intervenção eficiente, dando mais uma vez
provas de excepcional bravura, agressividade e desprezo
pela vida.
Ainda noutra acção, voltou a evidenciar a sua valentia,
coragem e destemor, ao atravessar, com mais três
militares, um rio caudaloso, a nado, para perseguir
alguns elementos inimigos que tentavam passar esse curso de
água numa canoa e que estavam quase a atingir a outra
margem.
Pelas qualidades sobejamente demonstradas o Furriel
Vidigal deve ser apontado como um exemplo de bravo e
valente Soldado Português, que merece ser distinguido de
acordo com os méritos revelados.
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Jornal do Exército, ed. 108, pág.
18, de Dezembro de 1968
Furriel Mil.º Jaime Vidigal Fonseca
Tem revelado extraordinárias qualidades de comando de
tropas, e grande calma, coragem e sangue-frio debaixo do
fogo inimigo, em especial no decorrer duma emboscada
montada pelo inimigo ao seu grupo de combate a cuja
reacção imprimiu a maior energia pelo seu exemplo,
actuando inclusive com a metralhadora de bordo duma das
viaturas cujo apontador ficara ferido, o que só lhe foi
possível após forte determinação para alcançar o local
da arma sob intenso fogo inimigo e depois de, com
dificuldade, libertar a fita de munições que ficara
encravada debaixo do camarada ferido.
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(nota)
Batalhão de Cavalaria N.º 2830
Identificação:
BCav2830
Unidade Mobilizadora:
Regimento de Cavalaria 3 (RC 3 - Estremoz)
Comandante:
Tenente-Coronel de Cavalaria Júlio Augusto
Pessoa Carvalho Simões
2.º Comandante:
Major de Cavalaria Álvaro Augusto da Fonseca
Sabbo
Oficial de Informações e
Operações / Adjunto:
Major de Cavalaria José Mestre Rodrigues
Comandantes de Companhia:
Companhia de Comando e Serviços
(CCS):
Capitão do Serviço Geral do Exército José
Pedro Dias
Capitão do Serviço Geral do Exército Augusto Estevão
Gomes Júnior
Companhia de Cavalaria 2300
(CCav2300):
Capitão de Cavalaria Nuno Álvaro do Couto
Bastos de Bivar
Capitão de Cavalaria Luís Manuel da Silva Pereira
Coutinho
Companhia de Cavalaria 2301
(CCav2301):
Capitão de Cavalaria Jorge Manuel Pereira
Tadeu Ferreira
Alferes Mil.º de Cavalaria Fernando Jorge Leite Bastos
Barata
Companhia de Cavalaria 2302
(CCav2302):
Capitão de Cavalaria Augusto das Neves
Oliveira
Divisa:
"Os Centauros"
Partida:
Embarque no NTT «Vera Cruz», no dia 4 de
Janeiro de 1968; desembarque em 13 de Janeiro de 1968.
Regresso:
Embarque no NTT «Uíge», no dia 3 de Março de
1970.
Síntese da Actividade
Operacional
O Batalhão de Cavalaria manteve-se no Campo
Militar do Grafanil, em Luanda, durante 8 meses, como
Unidade de reserva e de apoio de combate, fornecendo
escoltas a colunas logísticas e executando operações em
vários sectores da ZIN (Zona Intervenção Norte), nas
zonas de Bom Jesus, no Sector I, e de Quicabo, no Sector
D.
Em 31 de Agosto de 1968, o Batalhão de Cavalaria
deslocou-se para os Dembos, para a área da Fazenda
Margarido, na AM 1 (Área Militar 1), tendo sido
reforçado com a Companhia de Cavalaria 2330 (CCav2330),
constituindo o Agrupamento Centauro, dividido em 2
subagrupamentos, que executaram as operações da série
"Nova Luz".
A partir de 6 de Novembro de 1968, com a criação do
sub-sector temporário da Fazenda Margarido, o
dispositivo foi o seguinte:
Comando, Companhia de Comando e Serviços (CCS) e
Companhia de Cavalaria 2300 (CCav2300) na Fazenda
Margarido, a
Companhia de Caçadores 2364 (CCac2364) na Fazenda Maria
Fernanda, a
Companhia de Cavalaria 2330 (CCav2330) na Missão, a
Companhia de Cavalaria 2302 (CCav2302) na Fazenda Cunha
e Irmão e as
Companhia de Cavalaria 2301 (CCav2301), Companhia de
Caçadores 1638 (CCac1638) e Companhia de Caçadores 1679
(CCac1679) em bases temporárias designadas por Dange
Branco, Dozer Branco e Dozer Loche, em apoio dos
trabalhos de engenharia efectuados pelas Companhias de
Engenharia 1756 (CEng1756) e 1709 (CEng1709).
Na ZA (Zona de Acção), o Batalhão de Cavalaria com os
seus reforços, obteve alguns êxitos, com baixas e
destruição de instalações, como nas operações "Bitacaia",
"Martelada" e "47/NL". Todavia, o grande relevo da
actividade operacional, neste período, foi o muito
eficiente apoio e protecção aos trabalhos da Engenharia.
Em 11 de Dezembro de 1968, o Batalhão de Cavalaria
passou a ter a responsabilidade da Zona 3 do COMDEL
(Comando de Defesa de Luanda), em Luanda, com os normais
serviços de protecção e controlo de entradas e saídas,
tendo sido substituído no subsector temporário da
Fazenda Margarido pelo Batalhão de Caçadores (BCac1909)
em 14 de Dezembro de 1968.
Em 19 de Abril de 1969, novamente o Batalhão de
Caçadores 1909 (BCac1909) substituiu o Batalhão de
Cavalaria 2830 (BCav2830) no sector de Luanda, passando
este à missão de intervenção da RMA (Região Militar de
Angola).
Nesta situação levou a cabo importantes operações de que
se destacam pelos resultantes obtidos, "Até ao Rio",
"Cooperação", "Insistência" e sobretudo "Grande Salto"
com vários meses de duração, e reforços de subunidades
dos Batalhões de Caçadores 1921, 2844, 1929, 2887, 2872,
do Batalhão de Artilharia 1925, Batalhão de Cavalaria
1927 e Companhia de Caçadores 2528, Companhias de
Engenharia 1756, 2535 e 2580.
Em 2 de Março de 1970, o Batalhão de Cavalaria foi
rendido na intervenção pelo Batalhão de Cavalaria 2902
(BCav2902).