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10 de Junho de 2015

Celebrações do 10 de Junho - Encontro Nacional de Combatentes

 

 

 

22.º Encontro Nacional de Combatentes

 

Lisboa, 10 de Junho de 2015

 

Com o apoio de um colaborador do portal UTW

 

 

 

Homenagem às Enfermeiras Pára-Quedistas

 

 

Justíssima homenagem às

Enfermeiras Pára-quedistas Portuguesas

 

 

Ainda sobre as nossas queridas enfermeiras pára-quedistas

 

 

Camaradas:

 

Vou reportar-me ao ano de 1968, para dar também o meu contributo e, prestar ao mesmo tempo a minha homenagem a essas grandes mulheres Portuguesas, que no teatro operacional muito sofreram, para que os seus camaradas não sentissem tanto as agruras da guerra.

 

Mulheres de uma estirpe fora do comum, que na hora de prestar o seu auxílio a quem precisava não o regateavam e, deixando para trás tudo e todos, lá iam com a sacola dos primeiros socorros às costas em auxílio de quem os necessitava, sem se preocuparem com o zumbido da bala traiçoeira ou, da mina camuflada na picada. Eu fui testemunha de um caso [13Jan1968], em que alguns camaradas ficaram feridos, outros faleceram, junto ao destacamento do CHÉ-CHE, local onde se encontrava posicionada a jangada “ Rio Corubal “ que fazia a travessia para Madina do Boé e Béli, locais por onde andou a CART 1742, mas dizia eu que fui testemunha, em que assisti a uma Senhora a tratar com tal carinho e, sentido profissional um camarada que sofreu a acção sobre si de uma mina traiçoeira, aquela mulher sabendo que o ferido tinha poucas ou nenhumas esperança de sobreviver, tratou dele como se de um filho tratasse, essa mulher chorou e, esquecendo que estava numa zona perigosa com rebentamentos à mistura, voltou-se para um outro camarada que também requisitava os seus serviços, tratando-o com o mesmo carinho que o anterior camarada. Hoje, passados todos estes anos ainda tenho gravado na minha mente o estoicismo, o querer, o amor que essa Senhora enfermeira nutria pelo seu semelhante,” vejam o caso da enfermeira Celeste”, é bem demonstrativo daquilo que a mulher Portuguesa é capaz, quero deixar aqui expresso toda a minha admiração e gratidão ás enfermeiras pára-quedistas Portuguesas, para todas elas, as que partiram e, aquelas que ainda cá estão, o meu xi de coração, e bem hajam.

 

Citei a enfermeira Celeste [Furriel Graduada Enfermeira Pára-Quedista Maria Celeste Ferreira da Costa],  para reforçar a opinião em relação a essas mulheres Portuguesas, que abdicavam de tudo, para irem em socorro do camarada, que no meio da selva solicitava o seu apoio, o seu carinho, para que o seu sofrer não fosse tão penoso, e nada pediam em troca, como era apanágio dessas nossas camaradas.

Tive conhecimento da tragédia da enfermeira Celeste, que ocorreu em Fevereiro de 1973 (já eu me encontrava em Portugal desde Junho de1969), através de textos e notícias de então.
Ao prestar a minha homenagem a essas senhoras, nada espero em troca, mas dar também o meu contributo para a temática da guerra do Ultramar, e, para confirmar tudo o que está explícito no texto que vos enviei, junto uma foto da viatura GMC (na qual estou sentado), que accionou a mina anticarro e que tanta tragédia provocou.

Sem mais, queiram receber um abraço fraterno de um ex. combatente.

 

Abel Santos

CArt1742, Guiné 1967 a1969

 

 

 

 

Contributos de um colaborador do portal UTW:

 

Sábado 13Jan1968, região oriental da Guiné:
Coluna de viaturas militares oriunda de Nova Lamego rumo ao sul, cuja missão consistia na inspecção da travessia do Corubal, para efeito de substituição da jangada de madeira em uso para a travessia daquele rio.
Percorridos os 26km do itinerário entre Canjadude (onde estava estacionado um pelotão da CCac5/CTIG), e o destacamento do Ché-che, cerca de 2km de Fariná, a viatura da frente causa a deflagração de uma mina anticarro, seguindo-se emboscada do PAIGC, do que resultam dois mortos e vários feridos graves (entre os quais o comandante da coluna que, cerca de 48 horas depois, virá a falecer no hospital em Bissau).

Abílio Duarte Jorge (Furriel miliciano, especializado em construções e instalações), mobilizado em rendição individual pelo RE1-Pontinha, em serviço no BEng447/CTIG.


Luís Vasco da Veiga Ferreira Pedras (Major do Serviço de Material), colocado pelo DGMG-Beirolas em Bissau, na Chefia do Serviço de Material do QG/CTIG.


Saná Quetá (Soldado milícia), incorporado na GN/CTIG e colocado no Pelotão de Milícias nº161 adido à CCac5/CTIG na dependência do BCac1933.

 

Paz às suas Almas.

 

 

Itinerário: Nova Lamego >  Madina do Boé

 


 

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